Não existe experiência do cliente em lojas físicas sem capacitação constante de equipes
*Por Evandro Madeira
São Paulo, 16 de setembro de 2022.
A ‘experiência do
cliente’ é o termo que mais se ouve em eventos de varejo pelo mundo. Seja
presencial ou em um e-commerce o desejo de tornar a compra um momento único, no
qual o consumidor tenha conveniência, praticidade, entretenimento, mix completo
de bons produtos, interatividade e serviços, o que mais se anseia é que quem
compra uma vez volte e indique o estabelecimento a amigos. Isso é fidelização.
O investimento em
estrutura – do e-commerce ou das lojas físicas –, tecnologia e no estudo
profundo do varejo é necessário para que a marca possa antecipar-se aos anseios
de seus consumidores, algo que as empresas brasileiras conseguem fazer com
competência. Não é à toa que temos redes de sucesso em todo os segmentos,
alinhadas às tendências mundiais e que também servem de inspiração ao varejo
global.
Quando falamos de
e-commerce, temos disponíveis informações de tipos variados, que geram bancos
de dados preciosos para as equipes de Customer Experience (CX). As buscas e
preferências de consumidores podem ser mapeadas e a estrutura dessas
informações resultam na melhoria da jornada de compra – o que gera o maior
volume de negócios.
Ainda quando falamos de
e-commerce, é possível utilizar a inteligência artificial para cruzar dados de
pesquisas de satisfação com consumidores, interação com influenciadores, SAC,
entre outros canais. Todo tipo de feedback pode ser estratégico na tomada de
decisão em diversas frentes, desde que se invista em tecnologia que permita
transformar os dados captados em ações – e não somente utilize o tempo de
profissionais na captação dos dados.
E quando falamos das
lojas físicas, como essa experiência do cliente funciona?
A inteligência
artificial não é descartada no ponto de venda físico, ao contrário: ao avaliar
o comportamento de compra do cliente a partir da tecnologia, em itens como seu
tempo de permanência na loja; sua frequência de visitas; produtos
preferidos/estilo; seu ticket médio; os dias da semana e do mês que ele mais
frequenta a loja; se ele só compra em liquidações, datas comemorativas ou é
cliente recorrente, entre outros aspectos, tem-se um panorama capaz de orientar
campanhas promocionais, compras, estratégias de vendas e muito mais.
Mas, muito mais do que
a robotização, tem-se nas equipes o ponto alto da experiência do cliente nas
lojas físicas. Do atendente/vendedor até o gerente, todos precisam estar em
sintonia com os valores praticados pela marca, seu conceito, sua história e,
principalmente, suas estratégias para o presente e o futuro para que o cliente
também tenha esse alinhamento.
Explicando melhor, não
basta contratar um bom vendedor se ele não compreender qual é o DNA de sua
marca. Pior ainda é se sua marca não tiver um DNA, um conceito claro, uma
proposta de valor que seja nítida, porque nem as equipes, nem os clientes se
sentirão pertencentes a ela. Depois, não resolve promover um bom vendedor a
gerente, porque isso nunca deu certo: profissionais devem ser capacitados
adequadamente para assumirem funções distintas. Novamente, aqui vem o
treinamento em primeiro plano. Por fim, toda a equipe, em sintonia, permite que
o cliente sinta confiança em adquirir produtos ali, porque da mesma forma que
realizou uma compra excelente, terá um pós-venda satisfatório.
O treinamento das
equipes obrigatoriamente deve ser realizado por profissionais ainda mais
qualificados, preparados e conhecedores da marca, dos produtos, do mercado, da
concorrência e do varejo. Apenas quem tem visão de futuro e está um passo à
frente no seu segmento deve capacitar suas equipes, porque antecipará
tendências, ajudará na abertura de novas visões e conceitos e conseguirá
motivar a melhoria dos relacionamentos.
Diante do exposto,
finalizo com um dado importante. Um estudo realizado pela Universidade da
Califórnia e divulgado pela plataforma Melhor RH, há poucos anos, identificou
que um funcionário feliz é 31% mais produtivo, três vezes mais criativo e vende
37% a mais em comparação com outros. Ele também é motivado a reduzir
desperdícios, atender melhor o cliente e evitar acidentes no trabalho.
Como a felicidade no
trabalho se apresenta de diversas formas, sendo uma delas a oportunidade de
avanço profissional, investir na capacitação das pessoas e valorizá-las
continua sendo um bom negócio.
*Evandro Madeira é
Diretor de Marketing da Le Briju.
A Le Briju é varejista de bijuterias e acessórios, focada na curadoria de Moda, diferente de todas as propostas apresentadas atualmente no mercado. Tem nove lojas próprias e duas franqueadas e iniciou sua expansão por franquias em setembro de 2021.
Nenhum comentário