Eleições 2022: o poder de comunicação dos candidatos à presidência
Especialista faz análise de Lula e Bolsonaro na
disputa para conquistar voto dos indecisos
Com a corrida eleitoral para o segundo
turno a todo vapor, os dois candidatos à presidência do Brasil trabalham
incansavelmente para conquistar um a um o voto dos eleitores indecisos, que
podem fazer total diferença no resultado do pleito no dia 30 de outubro.
Lula e Bolsonaro têm um poder de
comunicação muito forte com o seu eleitorado, mas para alcançar a vitória no
segundo turno, é preciso estratégia para fazer isso com eficiência. “Neste
momento em que cada voto faz toda a diferença, mais importante do que falar é
preciso saber como e para quem falar”, afirma Fabiana Teixeira, especialista em
comunicação.
O primeiro passo é transmitir a mensagem
de forma clara e ter um discurso que engaje os eleitores pode ter um peso
determinante no resultado. Uma vez que tudo o que fazemos comunica algo, a
capacidade de conexão com o interlocutor é essencial.
Nos debates que antecederam o primeiro
turno, ambos os candidatos deixaram a desejar neste quesito, esquecendo quem
queriam conquistar. Se perderam nas agressões não dando espaço para a
apresentação de ideias e propostas, adotando uma postura muito mais
ofensiva.
De acordo com a especialista, no
conjunto da comunicação que envolve dicção, tom de voz, expressão corporal,
controle emocional e conteúdo cada um dos candidatos tem seu estilo com pontos
fortes e outros que necessitam ser desenvolvidos.
“Lula tem um apelo popular grande.
Chegou a ser chamado por um oponente, em um dos debates, de encantador de
serpentes – um reconhecimento ao seu poder de oratória. Ele tem uma fala
simples, que aproxima o discurso e ainda coloca um toque de emoção, o que gera
conexão com o público por meio da narrativa e da linguagem corporal. A dicção é
o ponto fraco de Lula e a fala, que está mais fraca, também atrapalha a
compreensão enfraquece a mensagem”, analisa.
Ainda segundo Fabiana, o presidente Jair
Bolsonaro também tem um discurso simples que gera conexão com o eleitor. “A voz
é compatível ao tipo físico e a postura. A fala muitas vezes é carregada na
emoção e crenças, mas a agressividade e o tom irônico adotados nas entrevistas
e, também, nos debates, enfraquecem a mensagem”, afirma a especialista.
Em uma eleição marcada pela polarização, é o momento de comunicar melhor e de forma mais eficiente. “Os candidatos precisam agora conquistar os eleitores de forma racional. É o momento de dosar o tom dos discursos e críticas e apostar numa mensagem mais propositiva, já que precisam convencer aqueles que ainda não os apoiam”, finaliza.
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