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Na Black Friday, predisposição para comprar é ainda mais intensa do que no Natal e Dia das Mães, diz especialista

Nos últimos anos, a tradicional Black Friday vem sendo ampliada, transformando o mês todo de novembro em um período de expectativa por parte dos consumidores e de ganhos por parte dos varejistas. Segundo o fundador do Grupo Cherto, Marcelo Cherto, “as marcas em geral podem aproveitar a Black Friday, que na verdade é cada vez um Black November, para aumentar suas vendas, já que os consumidores tendem a entrar no ‘modo comprador’, ou seja, ficam mais propensos a comprar nesse período, exatamente como ocorre no Natal, no Dia das Mães etc.”.  

“Aliás, me parece que essa predisposição para comprar é ainda mais intensa na Black Friday do que nas outras datas, já que muitos acreditam que as ofertas no período são imperdíveis e têm prazo de validade”, comenta o especialista. “Isso aciona neles aquilo que os americanos chamam de ‘fomo’ (fear of missing out), o medo de ficar de fora ou medo de perder para sempre uma oportunidade fantástica. E dá-lhe compra! Por isso, sugiro que os consumidores estejam atentos a duas coisas nesta Black Friday: eles realmente precisam daquilo que estão comprando? O preço e as condições são realmente vantajosos, ou puro jogo de cena?” 

De acordo com Fernando Campora, sócio-conselheiro da Cherto Consultoria, muitas marcas vêm aumentando a lista de produtos com desconto e as antecipando as ofertas em relação ao ano anterior, boa parte por medo do impacto que o início da Copa do Mundo pode ter na Black Friday em si. “Em alguns casos, as marcas até prometem que os produtos que estão em promoção agora não estarão com preços mais baixos na Black Friday, para dar mais confiança ao consumidor que quer comprar”, comenta Campora. “Isto deve levar a um mês de novembro com uma concentração de compras um pouco menor, pois vai ter gente antecipando a decisão de compra.” 

Outro aspecto interessante, muito ligado às agências de comunicação, é que muitas marcas estão fugindo do termo “Black” e criando suas próprias denominações para a data especial – Natura Friday, Blessed Friday, Happy Friday, Special Friday. “Isso, conceitualmente, não faz sentido, porque o termo que indica o comportamento promocional é o ‘Black’, já que ‘Friday’ tem toda semana”, argumenta Campora. “Mas isso pode refletir um pouco da preocupação com a postura antirracista e um pouco de falta de conhecimento do público sobre os termos em inglês.” 

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