Especialista cria técnica cirúrgica para lesão de tendão de Aquiles e publica artigo em revista internacional
Cirurgia percutânea com auxílio de
pinças traz benefícios como menos risco de complicações, menor tempo de
recuperação e cicatrização mais eficiente.
O ortopedista Vinícius Alvarenga Pereira do Hospital Márcio Cunha /Crédito: Divulgação FSFX
O ortopedista
especialista em cirurgia de pé e tornozelo, Vinícius Alvarenga Pereira, médico
do Hospital Márcio Cunha, publicou um artigo inovador descrevendo uma nova
técnica cirúrgica criada por ele para o tratamento de lesões agudas do tendão
de Aquiles. A técnica de cirurgia percutânea realizada com auxílio de pinças,
foi publicada na renomada revista internacional “The Journal of The Foot and
Ankle”, amplamente reconhecida na área ortopédica.
O tendão de Aquiles,
também conhecido como tendão calcâneo, é o maior e mais forte tendão do corpo
humano. “Ele desempenha um papel fundamental ao conectar os músculos da
panturrilha ao nosso calcanhar, permitindo realizar atividades como andar,
correr, subir escadas e praticar esportes. Devido à sua alta demanda e
sobrecarga, o tendão de Aquiles é propenso a lesões degenerativas que podem
levar à ruptura”, explica Dr. Vinícius Alvarenga.
De acordo com o
especialista, a lesão aguda do tendão de Aquiles é mais comum em adultos
jovens, geralmente entre 30 e 50 anos de idade. Quando ocorre a ruptura, é
essencial buscar tratamento adequado, pois a falta de intervenção pode levar a
uma vida cotidiana comprometida e dificuldades funcionais significativas.
Tratamentos
O tratamento mais
convencional para a lesão de tendão de Aquiles é a cirurgia aberta. Porém, o
mais indicado em muitos casos é a cirurgia percutânea, que utiliza pequenas
incisões na pele, sendo minimamente invasiva. No entanto, o uso de
dispositivos específicos, torna esse procedimento inacessível para muitos
pacientes, elevando significativamente os custos envolvidos.
O ortopedista Vinícius
Alvarenga propôs uma técnica cirúrgica percutânea inovadora, com o auxílio de
pinças, que é acessível, econômica e pode ser replicada em diversos locais.
Desde 2020 o médico já vem realizando essa técnica com sucesso no Hospital
Márcio Cunha, em Ipatinga, no Vale do Aço Mineiro, onde também repassa os
ensinamentos aos residentes da ortopedia.
A técnica desenvolvida
pelo especialista utiliza pinças cirúrgicas convencionais (Foerster),
instrumentos disponíveis em centros cirúrgicos. A cirurgia tem duração de cerca
de quarenta minutos. Com a pinça, o médico sutura o tendão e trança o fio
dentro dele sem a necessidade de incisões extensas. Essa abordagem é simples e
oferece inúmeros benefícios aos pacientes.
Benefícios
A nova técnica de
cirurgia percutânea proposta pelo especialista traz maior segurança ao
procedimento, reduzindo a possibilidade de complicações em comparação com a
cirurgia aberta e outras opções percutâneas disponíveis. Além disso,
proporciona recuperação mais rápida, permitindo que os pacientes possam voltar
a pisar em apenas duas semanas, em comparação com as seis a oito semanas
necessárias anteriormente.
A técnica também
contribui para uma cicatrização mais eficiente e reduz a perda muscular,
possibilitando que o paciente retorne às suas atividades diárias e ao trabalho
mais rapidamente. A partir de dois meses, é possível iniciar caminhadas e
exercícios progressivos.
O médico reforça que
durante todo o processo de recuperação, o paciente é acompanhado pelo
profissional ortopedista e também por fisioterapeutas. Essa abordagem
multidisciplinar visa garantir uma reabilitação completa e um retorno funcional
adequado.
Importância
Para o ortopedista
Vinícius a opção terapêutica permite maior acessibilidade aos pacientes por ser
simples e com menos custos. A publicação do artigo vai difundir essa técnica
entre cirurgiões de todo o Brasil e do mundo.
“É uma satisfação poder descrever a técnica em uma publicação tão importante para a área da ortopedia. É uma forma de expandir os benefícios desse procedimento a pacientes que estão além da minha esfera assistencial. O importante é que mais médicos tenham acesso à técnica e mais pacientes possam realizá-la, expandindo assim seu impacto positivo na prática clínica. Desta forma ganha a comunidade e a ciência”, conclui.
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