RH humanizado: o impacto de colocar as pessoas como centro dos negócios
Por Eduardo Prazeres
Uma cultura empresarial acolhedora e empática, que enxerga os colaboradores muito além do desempenho profissional, mas como pessoas completas, com
necessidades e desejos individualizados. Até poucos anos atrás esse era um
cenário raro na grande maioria das corporações, mas que se consolidou como uma
tendência pós-pandemia: o chamado RH humanizado.
Transformando a forma como as organizações lidam com os colaboradores, a
nova abordagem rompe com a visão tradicional de que as empresas devem se
preocupar apenas com a produção e o lucro, e passa a valorizar a humanização
das relações de trabalho, colocando as pessoas como centro das transformações
nos negócios.
Ao adotar o RH humanizado, as companhias passam a considerar não só o
desempenho profissional, mas também o bem-estar, a qualidade de vida e o
desenvolvimento pessoal de seus colaboradores.
Assim, enquanto as pessoas ganham um ambiente de trabalho saudável e
flexível, que se conecta aos seus valores individuais, as empresas, por sua
vez, conquistam maior engajamento, menor turnover, e um time extremamente
integrado aos seus objetivos e missão.
A jornada do RH humanizado
Nesse caminho de transformação para o RH humanizado, o papel da liderança é fundamental, já que a palavra convence, mas é o exemplo que arrasta.
Do jurídico ao comercial, todos devem estar envolvidos com as diretrizes do
negócio para que a mudança aconteça na prática.
Manter as portas abertas, valorizar a comunicação, diminuir a
hierarquização, além de dar e receber constantes feedbacks são partes
indispensáveis nesse processo. Trata-se de olhar para as pessoas
individualmente e colocá-las como atores principais do sucesso, criando
mecanismos para que elas possam contribuir com ideias, sugestões, elogios e
críticas.
Isso porque, como em todo processo de inovação, a jornada para um RH
humanizado também esbarra em alguns desafios, como baixa aceitação e receio do
novo. No entanto, as empresas que realmente querem tirar esse projeto do papel
precisam incorporar dois comportamentos principais: atitude e perspicácia. Isso
significa compreender totalmente quais são seus objetivos como organização,
qual a sua cultura, valores, riscos e o que um RH humanizado pode prover.
Afinal, a cultura e os valores corporativos precisam se manter em constante atualização,
adaptando-se às mudanças das novas gerações, ao mercado e ao tempo. Ou seja, é
preciso criar credibilidade e incorporar o RH como um parceiro estratégico real
do negócio e não apenas uma área legalmente obrigatória – e esse é um trabalho
de convencimento, provocação, ação e resultado.
O resultado
Equilibrando a qualidade de vida com benefícios financeiros flexíveis
que vão ao encontro da visão organizacional, as empresas são capazes de elevar
seus resultados em um ciclo virtuoso que inclui mais engajamento, maior
produtividade e desempenho, maior atração e retenção de talentos e redução do
turnover – que pode chegar a mais de 70%.
E o principal, diante desse cenário extremamente positivo, é o aumento
da capacidade criativa, já que sem estresse ou sobrecarga, e com a vida pessoal
e profissional equilibradas, as pessoas garantem a saúde mental e têm os
pensamentos livres para serem mais criativas, alcançando seu potencial máximo
de performance.
Assim, daqui para frente, será possível enxergar uma melhoria e inovação
nos processos, sempre alinhados às estratégias de negócio, que proporcionarão
cada vez mais excelência às ações organizacionais graças ao RH humanizado. Para
tanto, o segredo é entregar o melhor todos os dias, com foco na mudança de
comportamento para que as atitudes impactem cada vez mais os negócios e,
principalmente, as pessoas.
Eduardo Prazeres é executivo de Recursos Humanos da SoftwareOne, provedora global e líder em soluções de ponta-a-ponta para softwares e tecnologia de nuvem.
Nenhum comentário