Nativos x Imigrantes digitais: Os desafios da relação entre educação e o uso da tecnologia em sala de aula
A superação de barreiras para a educação digital exige adaptação dos educadores a uma nova realidade tecnológica mais próxima do cotidiano dos alunos
“A maioria dos nossos alunos não tem acesso ao computador, mas tem ao celular. Hoje, aprender de forma digital é estabelecer conexão com o mundo e o compromisso da escola é assegurar que os alunos tenham a oportunidade de aprender com o uso dessas ferramentas”, observa.
Enquanto os alunos da geração Y, nascidos a partir de 1995, e em especial os da geração alfa, nascidos a partir de 2010, já estão inseridos na rede, muitos professores ainda enfrentam dificuldades no uso dos recursos da tecnologia. É o que Ferrari classifica como a oposição entre nativos e imigrantes digitais. Para superar essas diferenças o município de Palhoça incluiu no plano de carreira dos professores o aspecto tecnológico da educação, oferecendo formação e capacitação aos educadores. “Nós percebemos que com essa iniciativa os professores passaram a investigar de que maneira poderiam usar a tecnologia nas suas aulas. Como resultado, observamos a melhora de índices acadêmicos e o recebimento de apoio da comunidade escolar”, comenta Ferrari.
Segundo a presidente do Instituto Tecnologia e Dignidade Humana, Cineiva Tono, as TICs passaram a ser implantadas nas escolas públicas e privadas brasileiras nos anos 90 e, desde então, o avanço na área de ciência e tecnologia adentra cada vez mais o espaço acadêmico. “20 anos se passaram desde o início desse processo e nós precisamos avaliar questões de desenvolvimento humano no uso das tecnologias, sejam elas questões de qualidade de vida, segurança ou aspectos cognitivos”, disse ela durante o 3º Congresso Paranaense de Cidades Digitais. Para Cineiva, que é doutora em Tecnologia e mestre em Educação, três conceitos devem nortear as políticas de inclusão digital voltadas para as crianças e adolescentes: orientação, educação e avaliação da interação homem x máquina.
Enquanto os alunos da geração Y, nascidos a partir de 1995, e em especial os da geração alfa, nascidos a partir de 2010, já estão inseridos na rede, muitos professores ainda enfrentam dificuldades no uso dos recursos da tecnologia. É o que Ferrari classifica como a oposição entre nativos e imigrantes digitais. Para superar essas diferenças o município de Palhoça incluiu no plano de carreira dos professores o aspecto tecnológico da educação, oferecendo formação e capacitação aos educadores. “Nós percebemos que com essa iniciativa os professores passaram a investigar de que maneira poderiam usar a tecnologia nas suas aulas. Como resultado, observamos a melhora de índices acadêmicos e o recebimento de apoio da comunidade escolar”, comenta Ferrari.
Segundo a presidente do Instituto Tecnologia e Dignidade Humana, Cineiva Tono, as TICs passaram a ser implantadas nas escolas públicas e privadas brasileiras nos anos 90 e, desde então, o avanço na área de ciência e tecnologia adentra cada vez mais o espaço acadêmico. “20 anos se passaram desde o início desse processo e nós precisamos avaliar questões de desenvolvimento humano no uso das tecnologias, sejam elas questões de qualidade de vida, segurança ou aspectos cognitivos”, disse ela durante o 3º Congresso Paranaense de Cidades Digitais. Para Cineiva, que é doutora em Tecnologia e mestre em Educação, três conceitos devem nortear as políticas de inclusão digital voltadas para as crianças e adolescentes: orientação, educação e avaliação da interação homem x máquina.
Aplicativos em sala de aula
São diversas as possibilidades de inserção das ferramentas tecnológicas em sala de aula, sejam por meio de tablets, lousas digitais, computadores, entre outras.
Em Araranguá, a professora da Rede Estadual de Ensino de Santa Catarina, Josi Zanette do Canto, usou a criatividade e o celular para enfrentar duas grandes dificuldades identificadas em sala de aula: a falta de interesse dos alunos aos modelos tradicionais de ensino e a falta de material didático para toda a turma. O resultado foi o aplicativo “Conhecendo a Europa”, desenvolvido em colaboração com os estudantes dentro da disciplina de geografia.
“Esse foi um projeto pessoal. Infelizmente não tive acesso a nenhuma política educacional no meu município. Mesmo nesse cenário consegui criar com os alunos, através do uso de softwares livres, um app para estudar a geografia da Europa. A turma foi divida em grupos, que foram trabalhando os conteúdos em rede, sempre sob a minha orientação, e como produto final nós criamos o aplicativo com o conteúdo produzido por eles. Eu acredito que este processo desenvolveu nos alunos a compreensão do uso crítico da internet.”, analisa.
A educadora ressalta que enfrentou certa resistência por parte de gestores, educadores e pais, que não compreendiam como as ferramentas tecnológicas poderiam ser aliadas do ensino. No entanto, através de reuniões, um processo de conscientização passou a se desenvolver na comunidade escolar e barreiras foram ultrapassadas. “Ao fim desse projeto, eu e meus alunos construímos uma cumplicidade muito grande. As pessoas costumam dizer que a internet afasta as pessoas, mas no nosso caso foi diferente”, concluiu.
São diversas as possibilidades de inserção das ferramentas tecnológicas em sala de aula, sejam por meio de tablets, lousas digitais, computadores, entre outras.
Em Araranguá, a professora da Rede Estadual de Ensino de Santa Catarina, Josi Zanette do Canto, usou a criatividade e o celular para enfrentar duas grandes dificuldades identificadas em sala de aula: a falta de interesse dos alunos aos modelos tradicionais de ensino e a falta de material didático para toda a turma. O resultado foi o aplicativo “Conhecendo a Europa”, desenvolvido em colaboração com os estudantes dentro da disciplina de geografia.
“Esse foi um projeto pessoal. Infelizmente não tive acesso a nenhuma política educacional no meu município. Mesmo nesse cenário consegui criar com os alunos, através do uso de softwares livres, um app para estudar a geografia da Europa. A turma foi divida em grupos, que foram trabalhando os conteúdos em rede, sempre sob a minha orientação, e como produto final nós criamos o aplicativo com o conteúdo produzido por eles. Eu acredito que este processo desenvolveu nos alunos a compreensão do uso crítico da internet.”, analisa.
A educadora ressalta que enfrentou certa resistência por parte de gestores, educadores e pais, que não compreendiam como as ferramentas tecnológicas poderiam ser aliadas do ensino. No entanto, através de reuniões, um processo de conscientização passou a se desenvolver na comunidade escolar e barreiras foram ultrapassadas. “Ao fim desse projeto, eu e meus alunos construímos uma cumplicidade muito grande. As pessoas costumam dizer que a internet afasta as pessoas, mas no nosso caso foi diferente”, concluiu.
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