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São Paulo inaugura no dia 6, no Parque da Juventude, monumento a Mario Covas

Criada pelo artista italiano Domenico Calabrone, escultura 'Sonho de Liberdade' marca os 15 anos da morte do político

Em 6 de março, quando se completam 15 anos da morte de Mario Covas, São Paulo ganha um novo marco: a escultura "Sonho de Liberdade", que será instalada no Parque da Juventude, zona norte da cidade. Às 11h, além do lançamento da escultura, acontecerá um culto ecumênico que reunirá um padre, um pastor evangélico, um rabino e um representante de religiões afros, em memória ao ex-prefeito, governador, deputado federal e senador de São Paulo.

A escultura foi concebida originalmente pelo artista italiano Domenico Calabrone (1928-2000). A família do escultor a doou à Fundação Mario Covas, que, com recursos captados via incentivo do Programa de Ação Cultural (Proac), encomendou uma réplica ampliada para homenagear a trajetória do patrono da instituição. A versão é feita em bronze e possui 6 metros de altura.

O Parque da Juventude foi o local escolhido por ser um símbolo da transformação de São Paulo. Até 2002, o espaço era ocupado pela Casa de Detenção - conhecida como Carandiru. A decisão de desativar o complexo foi de Mario Covas. Hoje, além do parque, o local também abriga a Escola Técnica de São Paulo e a Biblioteca de São Paulo. Atualmente, o parque recebe média de 200 mil frequentadores por mês.
O monumento “Sonho de Liberdade” foi instalado justamente na área onde, outrora, ficava o extinto Pavilhão 9.

Covas, um defensor da liberdade

Representando a trajetória das pessoas que lutaram por liberdade, o monumento Sonho de Liberdade mostra um homem segurando no alto uma pomba. Sob tutela da Fundação, a obra torna-se também a representação do cidadão Mario Covas, um defensor da liberdade em seu significado mais amplo.

"Creio na liberdade, este vínculo entre o homem e a eternidade, essa condição indispensável para situar o ser à imagem e semelhança e seu criador", disse o então deputado federal Mario Covas às vésperas da decretação pela Ditadura Militar do Ato Institucional nº 5 (AI-5), em 1968.

"Esperamos que essa escultura seja mais uma forma de lembrar a trajetória de vida do patrono desta Fundação. Que as próximas gerações reflitam sobre os princípios e ações que pautaram a vida política de Mario Covas, sempre buscando uma sociedade mais justa, uma democracia de fato, e a liberdade de expressão como pressuposto para alcançar tais fins", relata o presidente da Fundação Mario Covas, Gustavo Covas.

Mario Covas
Deputado federal, senador, prefeito e governador de São Paulo, Mario Covas deixou uma lição da grande política ao conciliar política, ética e mudança. Foi um dos principais líderes do movimento das Diretas Já e, ao pregar a volta da eleição direta para presidente da República, defendia o restabelecimento das eleições para prefeitos das capitais.

SERVIÇO
Evento: Inauguração da obra "Sonho de liberdade" e missa em memória aos 15 anos da morte de Mário Covas
Data: 06 de março de 2016, às 11h
Local: Parque da Juventude - av. Cruzeiro do Sul, 2630 - Carandiru, São Paulo - Ao lado da estação Carandiru do Metrô

(texto de apoio)

Domenico Calabrone, um artista da forma

Autor da peça original do monumento “Sonho de Liberdade”, em homenagem a Mario Covas, Domenico Calabrone (1928/2000) foi escultor, pintor, gravador, cenógrafo e designer de joias. Nascido em Alieta, Itália, cursou o Liceu Clássico, em Roma (com especialização em técnicas de fundição, mosaico e cerâmica) entre os anos de 1948 e 1951, três anos mais tarde desembarcou no Brasil, onde se integraria ao meio artístico.

Calabrone foi aluno da escola de arte do Museu de Arte Moderna de São Paulo, MAM, e já em 1963 teve obras na 1ª Exposição do Jovem Desenho Nacional, em São Paulo. Dedicado ao estudo da técnica, da expressão artística, Calabrone foi consolidando seu trabalho e ganhando visibilidade. Como no 1° Salão Esso de Artistas Jovens, sediado no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM/SP) e no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC/USP), em 1975 e 1978.

Pietro Maria Bardi, o fundador do Museu de Arte de São Paulo, disse certa vez que, dos poucos artistas-artesãos que conhecia, Calabrone lhe parecia o mais tradicional: “Um escultor consistente e vivo ceramista e ourives, fascinado pelo interesse da forma”.

O reconhecimento de uma vida dedicada à arte pode ser visto nas várias premiações. Em 1986, levou o Prêmio Internacional da Escultura Contemporânea em Cassano Jonio, Itália; em 1990, recebeu o Prêmio Aquisição do Salão de Arte Contemporânea de Santo André; em 1991, ganhou Sala Especial no Salão Paulista de Arte Contemporânea; em 1994, recebeu o 41° Premio Internazionale di Pinttura di Pizzo, na Itália.

Domenico Calabrone participou da Bienal Internacional de Arte de São Paulo em 1963, e pela última vez em 1992. Expôs em individuais em Salvador, no Rio de Janeiro, em São Paulo, entre outras. Sua última mostra foi em 1992, no Museu de Arte Contemporânea de Campinas, MACC.

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