Últimas

Dia Mundial da Água - Economia de água é modelo de gestão na indústria de construção civil

Exemplos, como os do Grupo Roca e Grupo Cosentino, apontam que a preocupação em relação aos impactos causados pela atividade industrial se reverte em práticas que alteraram os padrões de produção, em benefício do meio ambiente e da otimização do processo produtivo

Se para algumas empresas a economia de água está vinculada à crise hídrica, para outras é um exemplo de gestão eficiente e comprometida com o meio ambiente e a sociedade. Mesmo antes dos problemas relacionados à escassez de água, que preocupa a região Sudeste do país, e que historicamente é uma realidade nas regiões Norte e Nordeste, indústrias do segmento de construção civil já investiam em sistemas de reuso de água e de outros recursos naturais.

Desde 2007, o Grupo Roca, empresa espanhola do segmento de louças e metais sanitários, com nove fábricas no Brasil, aplica processos que priorizam o reaproveitamento de 100% dos recursos naturais no sistema produtivo.

Pioneira no Brasil e nas operações do Grupo no mundo, a fábrica de louças sanitárias da Roca, em Jundiaí(SP), implantou há oito anos o projeto ECOROCA, um modelo de gestão replicado mundialmente nas demais 77 fábricas localizadas no mundo. O projeto contempla o reaproveitamento de 100% dos recursos durante o processo produtivo, além de otimização e melhorias que reduzem significativamente os impactos ambientais, considerando os quesitos: Água, Energia, Resíduos Sólidos e Ambiental.

A prática desses conceitos representa para a Roca Brasil uma economia de 22% no consumo energético, 87% no reaproveitamento dos resíduos, redução de 56% no consumo de água e 100% no reaproveitamento da matéria-prima das louças.

Levantamentos constantes apontam o impacto desta iniciativa. Desde sua implantação, o processo de reutilização da água alcançou redução de 56% no consumo de água/mês, o que representa uma economia mensal de 20 milhões de litros de água. Este volume, por exemplo, seria suficiente para o suprir o consumo mensal de três mil residências, com até quatro pessoas.

No que diz respeito a consumo de energia, hoje, a economia chega a 22%. Por meio de um sistema de recuperação de calor dos gases quentes dos processos de queima dos fornos, foi possível substituir o gás natural para o processo de secagem, além de obter água quente para os chuveiros dos vestiários e cozinhas industriais.

Para diminuir a extração de recursos naturais e recuperar os resíduos gerados nas áreas de fundição, esmaltação e preparação da massa, foram instalados coletores que atuam durante o processo de limpeza do piso ou lavagem dos instrumentos. Esse material passa por uma homogenização e volta para a massa, como matéria-prima.

E na área ambiental, a Roca instituiu um departamento responsável por ações específicas voltadas para todas as áreas da empresa como: orientação para produção sustentável, avaliação de fornecedores e promoção de treinamentos internos e externos (comunidade). Também está voltado a adequar a produção e os processos às normas solicitadas pelas empresas certificadoras.

GRUPO COSENTINO

Já o Grupo Cosentino, também de origem espanhola, empresa líder no segmento de superfícies de quartzo e ultracompactas, implantou em sua fábrica no Brasil, sistema de reaproveitamento de toda a água utilizada no beneficiamento de granitos.

A fábrica capixaba da Cosentino é a única planta industrial localizada fora da Espanha. Localizada em Serra, Espírito Santo, a fábrica utiliza, em média, 450 metros cúbicos de água. Cerca de 90% dessa água é reaproveitada por meio do sistema de decantação. Depois de usada para polir as placas, a água vai para este sistema por meio de canaletas e bombeada para um filtro. Depois, os resíduos de granito e água são prensados e enviados para aterros autorizados.

Além disso, a indústria possui captação da água da chuva, com capacidade de 80mil litros, o que corresponde a 70 dias de abastecimento.

Nenhum comentário