Estudantes vivenciam na prática a realidade do esporte paralímpico
Colégio Villa Lobos, de Amparo (SP), estimula "Paralimpíada" entre alunos e conquista premiação
Mesmo com pouca visibilidade, o esporte paralímpico brasileiro já é considerado um dos melhores do mundo e tem como objetivo alcançar o 5º lugar no quadro de medalhas dos Jogos Paralimpíadas Rio 2016, que começam em setembro.
Na área educacional, geralmente, estudantes com necessidades especiais precisam se adaptar para frequentar os esportes praticados nas aulas tradicionais de Educação Física. Era o que acontecia com Vitória Aparecida Dauri de Morais, aluna do 6º ano do Ensino Fundamental do Colégio Villa Lobos, unidade parceira do Sistema de Ensino Poliedro, em Amparo (SP). No entanto, os gestores da escola decidiram mudar esse cenário e adaptar o colégio ao mundo de Vitória, que tem deficiência visual, com a criação do projeto do Esporte Inclusivo. Com essa iniciativa, a escola conquistou o Prêmio de Excelência Poliedro. O prêmio é concedido anualmente pelo Sistema de Ensino Poliedro às melhores práticas de suas unidades parceiras em todo o País. No Caso do Villa Lobos, a escolha partiu das demais unidades parceiras.
Alunos do Ensino Fundamental I, II e Ensino Médio vivenciaram por alguns momentos como é a realidade da prática dos esportes para Vitória e tantos outros jovens com necessidades especiais. "Percebemos que essa seria uma grande oportunidade de oferecer esportes paralímpicos para que os alunos aprendessem um pouco mais sobre estas modalidades e também entendessem que os esportistas com deficiência preparam-se para o esporte, treinam e recebem apoio de patrocinadores como qualquer atleta", afirma Luis Fernando Borim, mantenedor do Colégio Villa Lobos.
A proposta do colégio consiste em oferecer algumas aulas apresentando modalidades inclusivas - como golbol, futebol para cegos e volei adaptado - e ensinar aos alunos quais são as regras e como é a prática desses esportes. Com a proximidade das Olimpíadas serão realizados dois campeonatos usando estas modalidades para que os alunos possam desenvolvê-las ainda mais. "Nós iremos realizar um campeonato de golbol e outro de voleibol sentado. A ideia é que as finais destes campeonatos coincidam com as paralimpíadas para despertar ainda mais interesse nos alunos para estas modalidades", relata Borim.
Kelly Cristina Martins, aluna do 1º ano do Ensino Médio, pouco participou de atividades esportivas nas escolas por onde passou, por conta de sua deficiência visual, mas agora conta com o estímulo do Colégio Villa Lobos. "A Kelly entrou neste ano e quando apresentamos o projeto ela se mostrou muito empolgada em participar e ajudar, pois não realizava as aulas de educação física na outra escola e nem aqui por conta de achar que não havia como participar", conta o mantenedor.
Experiência que vale ouro
Os alunos do Colégio Villa Lobos não imaginavam como seria difícil a prática das modalidades esportivas voltadas para portadores de deficiência física e visual. Com os olhos vendados, as crianças jogaram golbol e futebol, além de outras práticas esportivas paralímpicas. A maioria delas sentiu muita dificuldade também no volei adaptado.
Apesar de muitas alunas que participaram do projeto fazerem parte da equipe que representa Amparo nos Jogos Regionais de voleibol, a maior parte delas não conseguiu fazer o saque chegar ao outro lado da quadra. "Gostei muito deste projeto e de praticar esportes junto a outras crianças da escola", afirma Vitória, a inspiradora do projeto.
Por meio desta experiência, o aluno aprende a valorizar e respeitar mais as pessoas não só pela sua deficiência, mas também, pelos seus talentos e habilidades. Os estudantes também aprendem a desenvolver outros sentidos. "Achei a iniciativa bem legal. As escolas deveriam mostrar para as crianças que não há diferenças entre estudantes portadores de deficiência física dos que não possuem", descreve Maria Clara Dib, aluna do 4º ano do Ensino Fundamental do Colégio.
Com a iniciativa da escola de Amparo, fica claro para os estudantes que a disciplina e o treino são fundamentais no sucesso em qualquer área. Que não basta talento se não tiver treino e foco. O aluno aprende a trabalhar ainda mais em grupo no caso das modalidades coletivas, vendo que aquele que está próximo pode ser seu grande apoio.
Sobre o Prêmio de Excelência Poliedro
O Sistema de Ensino Poliedro realiza anualmente o Prêmio de Excelência Poliedro entre suas unidades parceiras. A premiação é uma oportunidade para a troca de conhecimento sobre boas práticas educacionais entre as instituições. "Para nós, a conquista deste prêmio foi importante para compartilharmos nosso projeto com outras escolas. Saber que elas poderão desenvolver projetos como o nosso, tornando-os ainda mais interessantes, é a grande vitória", afirma Borim.
Para conhecer mais sobre o projeto Esporte Inclusivo, realizado pelo colégio Villa Lobos, assista ao link https://www.youtube.com/watch?v=U6DEdxZ7QFE&feature=youtu.be.
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