Maringá aumenta fiscalização contra dengue com sistema inovador
Ferramenta online facilita comunicação com contribuintes. Mesmo assim, multas somente com limpeza de terrenos renderam mais de R$6 milhões aos cofres públicos em 2015
Um sistema implantado pela Prefeitura de Maringá vem contribuindo para aumentar a fiscalização de irregularidades no município ao mesmo tempo em que combate o mosquito da dengue. O Acesso Cidadão, disponível na internet e no celular, permite que os proprietários dos quase 35 mil terrenos vazios da cidade sejam notificados em tempo real. Atualmente, quase 23 mil pessoas estão cadastradas para receber os comunicados e responder às autuações feitas pela equipe de fiscalização da Prefeitura.
Nesse sistema, o módulo de Ordem de Serviços Mobile (OS-m) gerencia todo o trabalho da fiscalização de Maringá. Foi desenvolvido especialmente para dispositivos móveis, coletando informações em tempo real e utilizando também o GPS para identificar os imóveis, eliminando completamente o uso de papel, agilizando e desburocratizando os serviços de fiscalização. Além disso, com o Acesso Cidadão, que se tornou um canal de comunicação direto do contribuinte com a prefeitura, o cidadão recebe alertas e notificações sobre suas propriedades, podendo ainda trocar mensagens com a fiscalização, entre outras facilidades disponibilizadas na ferramenta.
Com o auxílio do sistema, metade das mais de 15 mil notificações realizadas no ano passado foram atendidas e mais de 2.800 terrenos deixaram de ser criadouros do mosquito aedes aegypti, transmissor de doenças como dengue, febre amarela, chikungunya e zika vírus. Ainda assim, a Prefeitura arrecadou mais de R$ 6 milhões com infrações envolvendo conservação e limpeza de seus terrenos, R$ 7 milhões com outras irregularidades, totalizando um montante de mais de R$ 13 milhões.
O diretor de fiscalização da Prefeitura de Maringá, Marco Antônio Lopes de Azevedo, explica que o trabalho é feito com tablets, o que vem garantindo agilidade e transparência na forma com que a Prefeitura executa as notificações. Os valores das multas variam e podem chegar a R$5 mil reais, quantia aplicada a um proprietário no mês passado, por exemplo, por causa de um sofá abandonado no terreno.
Já o descarte impróprio de lixo custa R$1 mil reais ao bolso do contribuinte. “Quando o fiscal identifica esse tipo de irregularidade, faz o registro fotográfico da situação com o tablet e alimenta automaticamente o sistema. Isso torna a relação com o nosso cidadão praticamente instantânea e mais transparente”, afirma o diretor.
Ele destaca que o prazo para correção do problema também reduziu com o auxilio da tecnologia. São sete dias para que o morador atenda à notificação sem multa e a um clique para que o setor de Fiscalização da Prefeitura seja informado. “Antes demorava cerca de 50 dias até que o contribuinte ou a prefeitura fizesse a limpeza”, observa. Tais informações trafegam em um sistema implantado pela empresa maringaense Paliari Engenharia de Software.
O diretor da empresa, Marcos Antonio Paliari, ressalta que além de facilitar a comunicação entre contribuinte e Prefeitura, o Acesso Cidadão agrega diversas outros módulos como gerenciamento e arrecadação de impostos com a Nota Fiscal Eletrônica, o módulo de Inteligência Fiscal Eletrônica, entre outros. “O sistema tem um cruzamento de informações sobre volumes, receitas e declarações que possibilita ter uma visão geral, fornecendo subsídios para facilitar a tomada de decisões e também para aumentar a arrecadação sem onerar o contribuinte”, acrescenta.
O gerenciamento do ISS Eletrônico, de acordo com ele, resultou no aumento significativo na arrecadação de ISSQN, que saltou de pouco mais de R$ 23 milhões em 2005 para mais de R$ 120 milhões em 2015.
A economia de papel é outro ponto positivo ressaltado pela Paliari. Segundo a empresa, com o carnê de IPTU eletrônico disponibilizado no Acesso Cidadão, Maringá deixou de enviar mais 15 mil correspondências e os contribuintes receberam o carnê instantaneamente na palma da mão.
Cidades Digitais - As iniciativas tecnológicas de Maringá, entre outros modelos de cidades digitais e inteligentes, serão apresentadas durante o I Fórum de Cidades Digitais do Noroeste Paranaense, que será realizado no dia 14 de abril pela Rede Cidade Digital (RCD) em parceria com a Prefeitura de Maringá. O evento é destinado a prefeitos, secretários municipais, gestores, vereadores e interessados no desenvolvimento econômico e social dos municípios por meio de investimentos nas Tecnologias da Informação e Comunicação. As inscrições estão abertas e são gratuitas para servidores públicos. A iniciativa tem o apoio da Associação dos Municípios do Setentrião Paranaense (Amusep), Associação de Câmaras e Vereadores do Paraná (Acampar) e Associação das Empresas de Tecnologia da Informação, Software e Internet no Paraná (Assespro-PR). Informações: http://forum.redecidadedigital.com.br/maringa/
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