Franchising se destaca como alternativa à crise
O mercado de franquias cresceu 10% em número de unidades e criou mais de 90 mil postos de trabalho no Brasil em 2015
Segundo o levantamento realizado em 2014, a taxa de mortalidade de franquias foi de 3,7% no período, enquanto em negócios tradicionais ficou em 24,9% em dois anos. De acordo com Pedro Candini, gerente de Negócios da rede de franquias Number One e especialista em franchising com mais de 12 anos de experiência no setor, uma das principais vantagens de investir em uma franquia é empreender um negócio vinculado a uma marca madura, consolidada e com prestígio no mercado. “Quando alguém procura um franqueador, busca investir em um produto formatado e testado, que oferece suporte técnico e de gestão constantes, que estimula e acompanha a evolução do negócio de seus franqueados”, afirma.
É preciso estar atento a todos os sinais da administração do negócio. Na crise, costuma-se ver empresários tomando decisões equivocadas, morosas e colocando em risco a prosperidade de suas operações. “Grande parte dos franqueadores oferecem a seus franqueados orientações e capacitações em gestão. Caso algum deles passe por uma situação de dificuldade, ele pode contar com uma consultoria especializada e experiente nas especificidades do negócio, que dará toda assistência para ele lidar com diferentes adversidades comuns da operação, ainda mais em tempos de crise”. De acordo com o especialista, em um negócio independente, o empresário precisa contratar um consultor que não domina as especificidades da operação por um custo que muitas vezes pesa no orçamento.
Escolhendo uma franquia
“O potencial franqueado precisa saber quanto quer e se possui recursos suficientes para investir em uma franquia, já que atualmente há diferentes marcas no mercado com modalidades e investimentos que atendem diversos perfis de investidores”, afirma Pedro Candini. De acordo com ele, é necessário também fazer uma autoanálise sobre qual perfil o empreendedor e potencial franqueado se encaixa. “Buscar um negócio que condiz com o que o empreendedor deseja é fundamental, seja pela preferência por algum produto, serviço ou pela facilidade de lidar com o negócio”, pontua. A disponibilidade territorial do empreendimento também é preciso ser avaliada, se é próximo de onde o possível franqueado reside ou se ele está disposto a se deslocar, caso o ponto comercial esteja em outra região.
Observados esses pontos, passa-se então à decisão de fechar o negócio com o franqueador. Pontos imprescindíveis precisam ser analisados: idoneidade e saúde financeira da empresa; nível de satisfação dos franqueados; se possui selo de excelência da ABF; capacitação e suporte oferecido aos franqueados, entre outros. “Para atestar essas informações, o empreendedor deve entrar em contato com franqueados da rede e fazer uma apuração da seriedade dessa organização, contatando desde os que acabaram de entrar até os com mais tempo no negócio, bem como os que operam na capital, no interior, quem têm mais de uma franquia e aqueles que saíram da rede”, aponta. Grande parte desses contatos e dados podem ser encontrados no site do próprio franqueador e da ABF.
Outra importante questão a ser avaliada é a Circular de Oferta de Franquia ou COF, documento que reúne todos os dados do franqueador, como registro da marca, balanço patrimonial, últimos franqueados que saíram da rede, relação de franqueados, produtos oferecidos, prazo de contrato, minuta de contrato, direitos e deveres do franqueador, suporte oferecido e Plano de Negócios. “É importante que o potencial franqueado tenha acesso a esses dados e contrate um advogado especializado no sistema de franchising para avaliar em conjunto essa tomada de decisão”, sugere Pedro.
Acima das expectativas
Exemplo de sucesso na aquisição de uma franquia em meio ao turbulento cenário econômico é a Unidade Number One no bairro Camargos, em Belo Horizonte. Em um ano e quatro meses de existência, a escola de idiomas já alcançou o número de alunos previsto para quatro anos de operação, conforme o plano de negócios elaborado em conjunto com o franqueador. “Mesmo com a crise, somente neste semestre crescemos 39% em relação ao semestre anterior. Conquistamos novos pontos de ensino em escolas do bairro e aumentamos o número de alunos. Ganhamos, inclusive, um prêmio de destaque em implantação na rede”, explica Hudson Maciel, proprietário da empresa.
O empresário atribui o sucesso de sua operação ao planejamento, qualificação do trabalho e consultoria recebida pela rede franqueadora. “Inauguramos no início da crise, em dezembro de 2014. Muitos nos chamaram de loucos. Mas nos preparamos para esse momento”, afirma. A escolha do tipo de franquia e do ponto onde ela seria instalada foi essencial para o êxito do negócio. “Avaliei o setor de franchising e suas diversas possibilidades. Entendi que o inglês é um mercado que não tem fim, todos precisam fazer, independente do momento em que a economia do país esteja passando”, pontua.
Por meio de uma pesquisa disponibilizada pela rede de franquias Number One, Hudson constatou que o bairro Camargos era um ponto promissor. “Depois de ter a radiografia socioeconômica e demográfica da região, vi que o bairro era residencial, com uma população jovem, classe média, com renda suficiente para investir em um curso de inglês e o melhor - quase 50% dos moradores na faixa escolar”, comenta.
A partir de então, o empreendedor contou com a consultoria da rede franqueadora para a implantação do negócio e passou a investir em ações de marketing e parcerias com escolas, condomínios, associações de moradores e outras instituições do bairro. “Trabalhamos muito no fortalecimento da nossa escola na região, que na época ainda não tinha nenhum curso com uma bandeira forte como a da rede de franquias Number One. Hoje, estamos vivenciando um momento de crescimento e ascensão”, completa.
Perfil empreendedor
Com 52 anos, Hudson já era um administrador de carreira e planejava trabalhar por conta própria. “Pensei em uma franquia por já ser um negócio iniciado e testado. Já foi meio caminho andado. Ganhei tempo e tenho um acompanhamento constante do meu negócio”, enfatiza. De acordo com Pedro Candini, apesar de todas as vantagens de se investir em franquia, o potencial franqueado precisa ter um espírito empreendedor para ter sucesso em seu negócio. “Ele tem que cumprir alguns requisitos do franqueador, como disponibilidade financeira, entre outros aspectos. Porém, muito mais que isso, o potencial franqueado necessita ser proativo, criativo, articulado, buscar desafios, além de nutrir um bom relacionamento com a comunidade e que tenha conhecimento básico de gestão. E o Hudson é um modelo a ser seguido entre aqueles que buscam investir no setor de franchising”, ressalta.
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