Mesquita Brasil realiza cerimônia de formatura da primeira turma de refugiados em São Paulo
Grupo composto por refugiados de origem árabe concluiu a graduação em língua portuguesa
Uma parceria formada entre a Sociedade Beneficente Muçulmana (SBM), a Mesquita Brasil – primeira mesquita da América Latina, a Missão Paz – instituição filantrópica de apoio e acolhimento de imigrantes e refugiados – e o consulado americano, viabilizou cursos de português para refugiados de língua árabe em São Paulo.
Financiado pelo Consulado Geral dos Estados Unidos em São Paulo, que garante a remuneração de professores, o fornecimento de material didático e a distribuição de vale-transporte aos alunos durante o período de um ano, o Programa de Língua Portuguesa para Refugiados Falantes de Árabe contará com a formação da primeira turma de alunos em 31 de maio na Sede Social da SBM (Rua Barão de Jaguara, 632 – Cambuci).
Com aulas ministradas na sede social da SBM e também nas dependências da Missão Paz, o curso tem como base o material didático “Estude com a Paz”, desenvolvido por voluntários do setor de cursos da Missão Paz com metodologia concebida para o ensino de língua portuguesa a imigrantes e refugiados.
Além disso, durante as aulas também foi utilizada a apostila “Pode Entrar”, desenvolvida pela ACNUR (Agência da ONU para Refugiados), em parceria com a Cáritas e o Curso Popular Mafalda.
Ensino da língua portuguesa
Dos mais de 80 formandos, a maioria tem origem síria e é refugiada. Nasser Fares, presidente da SBM, explica: “Desenvolvemos um intenso trabalho de acolhida composto por apoio psicológico, encaminhamento profissional e também o ensino da língua portuguesa, essencial para a adaptação em nosso país. Com isso ajudar as pessoas a se comunicarem melhor e entenderem um pouco da nossa cultura, além de se ambientarem mais rapidamente à rotina”, diz.
Ministradas para grupos de nível básico e intermediário desde novembro de 2015, as aulas acontecem duas vezes por semana nas dependências da Missão Paz e na Mesquita Brasil, lecionadas por professores com conhecimento de árabe – uma professora é refugiada síria, outra é estudante de letras na Universidade de São Paulo (USP) e o outro professor é descendente de árabes.
Do total de alunos cerca de 50 concluíram o nível básico. Alguns já se encaminharam para o mercado de trabalho. Atualmente os quase 80 alunos estão distribuídos em três turmas: nível intermediário e uma turma de nível básico. A expectativa é que novas turmas sejam abertas em breve.
Segundo Fares, todos aqueles que falam a língua árabe e precisam aprender o português podem procuram os professores e manifestar o interesse. “Nossa expectativa é atender o maior número de pessoas com o programa”, finaliza.
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