A cultura de inovação pode salvar a venda do Twitter?
Por Marina Rejman
Mais uma semana se passou. Mais das ações despencaram, e o Twitter continua sem um comprador. A empresa que já chegou a valer US$ 50 bilhões, hoje não vale nem a metade disso. Mesmo com milhões de usuários ativos e produzindo conteúdo em tempo real, mesmo sendo amada pelo público e gerando dados que seriam o sonho dos analistas de mídias sociais e de publicidade, hoje a empresa não encontra um interessado em arrematá-la.
Uma análise nos leva ao entendimento de que a empresa abandonou grande parte do que a fez grandiosa no passado, sua cultura de inovação. Enquanto suas concorrentes naturais desenvolviam melhores meios de manter os usuários interessados, o Twitter se manteve muito semelhante ao que sempre foi.
Aquelas que seriam as óbvias interessadas em comprá-lo, como Google e Facebook não deram lances. O desinteresse está gerando cada vez mais quedas no valor das ações da empresa. A Salesforce, que realmente se interessou em comprar a empresa, desistiu nos últimos dias. Por quê?
A empresa nasceu inovadora, mas perdeu isso no caminho. Enquanto concorrentes nasciam, o Facebook implementava lives em vídeo, comprava o Whatsapp, só para citar alguns exemplos, o que o Twitter fez para tornar sua ferramenta mais completa? Que novas ideias ele trouxe para valorizar sua ferramenta?
A quantidade de dados que a empresa gera é um óbvio valor potencial para o direcionamento de ações de venda. Provavelmente, poucas empresas entendem o consumidor como o Twitter, porém muitos desses dados já estão abertos e acessíveis a qualquer um que queira analisá-los.
Claro que não é tudo, mas ainda assim o investimento no restante das informações não parece atrativo para os compradores no momento. Outro fator é que o conteúdo está desorganizado e existe muito conteúdo falso sendo produzido pelos famosos haters da internet. Isso demandaria mais um investimento do comprador para filtrar e catalogar esses dados.
Apesar de própria estrutura da rede a tornar difícil de manusear no sentido de colocar propagandas e atrair novos usuários, isso faz com que quem a use goste mais dela. Nesse aspecto é uma faca de dois gumes que precisa ser muito bem pensada.
A empresa precisa agregar ganhar valor novamente, esse é o fato. Ela precisa tornar seus dados e plataforma interessantes, e voltar a ser cobiçada como no passado. Para ajudar nisso, a cultura de inovação tem a resposta em uma ação simples: voltar à sua postura de origem para progredir.
A empresa precisa se portar como a startup inovadora que sabemos que ela ainda é. Criar novos processos, usar novas tecnologias e investir em ideias que complementem, expandam e tornem a ferramenta mais atrativa novamente. Além disso, eles precisam concertar o modo como liberam dados e como os analisam. A ideia é justamente voltar a pensar como pensavam quando começaram a empresa.
Potencial existe e com certeza ainda veremos muito o Twitter por aí. Se a venda ainda for o objetivo, com certeza os valores serão mais significativos por tudo que a ferramenta é e pode ser. Entretanto, se ignorarem essa postura inovadora é bem capaz de termos mais um Orkut à vista.
Marina Rejman é CEO da Sala de Cultura, espaço dedicado à educação executiva.
Sobre a Sala de Cultura:
www.saladecultura.com.br
Mais uma semana se passou. Mais das ações despencaram, e o Twitter continua sem um comprador. A empresa que já chegou a valer US$ 50 bilhões, hoje não vale nem a metade disso. Mesmo com milhões de usuários ativos e produzindo conteúdo em tempo real, mesmo sendo amada pelo público e gerando dados que seriam o sonho dos analistas de mídias sociais e de publicidade, hoje a empresa não encontra um interessado em arrematá-la.
Uma análise nos leva ao entendimento de que a empresa abandonou grande parte do que a fez grandiosa no passado, sua cultura de inovação. Enquanto suas concorrentes naturais desenvolviam melhores meios de manter os usuários interessados, o Twitter se manteve muito semelhante ao que sempre foi.
Aquelas que seriam as óbvias interessadas em comprá-lo, como Google e Facebook não deram lances. O desinteresse está gerando cada vez mais quedas no valor das ações da empresa. A Salesforce, que realmente se interessou em comprar a empresa, desistiu nos últimos dias. Por quê?
A empresa nasceu inovadora, mas perdeu isso no caminho. Enquanto concorrentes nasciam, o Facebook implementava lives em vídeo, comprava o Whatsapp, só para citar alguns exemplos, o que o Twitter fez para tornar sua ferramenta mais completa? Que novas ideias ele trouxe para valorizar sua ferramenta?
A quantidade de dados que a empresa gera é um óbvio valor potencial para o direcionamento de ações de venda. Provavelmente, poucas empresas entendem o consumidor como o Twitter, porém muitos desses dados já estão abertos e acessíveis a qualquer um que queira analisá-los.
Claro que não é tudo, mas ainda assim o investimento no restante das informações não parece atrativo para os compradores no momento. Outro fator é que o conteúdo está desorganizado e existe muito conteúdo falso sendo produzido pelos famosos haters da internet. Isso demandaria mais um investimento do comprador para filtrar e catalogar esses dados.
Apesar de própria estrutura da rede a tornar difícil de manusear no sentido de colocar propagandas e atrair novos usuários, isso faz com que quem a use goste mais dela. Nesse aspecto é uma faca de dois gumes que precisa ser muito bem pensada.
A empresa precisa agregar ganhar valor novamente, esse é o fato. Ela precisa tornar seus dados e plataforma interessantes, e voltar a ser cobiçada como no passado. Para ajudar nisso, a cultura de inovação tem a resposta em uma ação simples: voltar à sua postura de origem para progredir.
A empresa precisa se portar como a startup inovadora que sabemos que ela ainda é. Criar novos processos, usar novas tecnologias e investir em ideias que complementem, expandam e tornem a ferramenta mais atrativa novamente. Além disso, eles precisam concertar o modo como liberam dados e como os analisam. A ideia é justamente voltar a pensar como pensavam quando começaram a empresa.
Potencial existe e com certeza ainda veremos muito o Twitter por aí. Se a venda ainda for o objetivo, com certeza os valores serão mais significativos por tudo que a ferramenta é e pode ser. Entretanto, se ignorarem essa postura inovadora é bem capaz de termos mais um Orkut à vista.
Marina Rejman é CEO da Sala de Cultura, espaço dedicado à educação executiva.
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