Produção de árvores para indústria é tema de palestra na Abrafiltros
Dito Mário Lázaro, diretor executivo da Reflore, afirma que o consumo de celulose, uma das substâncias retiradas das árvores e utilizadas nos filtros, é crescente, mas, em contrapartida, a produção de árvores também aumenta para atender outras cadeias produtivas, como setor moveleiro, setor de carvão e outros.
A demanda de celulose, uma das substâncias utilizadas no meio filtrante, é cada vez maior devido ao crescente consumo de produtos derivados desse polímero natural. Mas, em contrapartida, a produção de celulose também tem evoluído. Aumentou de 10,4 milhões de toneladas para 17,4 milhões de toneladas, de 2005 a 2015. O consumo interno era de 5,2 milhões de toneladas e, em 2015, 6,2 milhões de toneladas. As exportações também cresceram de 5,4 para 11,5 milhões de toneladas.
O Brasil é o quarto produtor no ranking mundial, ficando atrás somente de Estados Unidos, China e Canadá. O Dr. Dito Mário Lázaro é diretor executivo da Reflore Associação Sul-mato-grossense de Produtores e Consumidores de Florestas Plantadas, que ministrou a palestra “A Produção de Árvores para atender a Indústria”, em outubro, na sede da Abrafiltros – Associação Brasileira das Empresas de Filtros e seus Sistemas - Automotivos e Industriais.
“A indústria brasileira de árvores, de onde se extrai a celulose, tem amplo potencial de desenvolvimento econômico e também ambiental por produzir uma gama de produtos fundamentais para o estabelecimento de uma economia de baixo carbono, pois são oriundos de recursos florestais renováveis”, explica Lázaro, que fez um paralelo com a indústria de filtros, que utiliza a celulose no meio filtrante. “Vocês trabalham com filtros e eu com o maior filtro do mundo – o que transforma dióxido de carbono em oxigênio, bem como as impurezas para que possamos respirar”, afirmou o diretor executivo da Reflore, acrescentando: “Onde tem ar há filtros e onde existe gente é preciso árvores”.
Os números que envolvem a produção de árvores são expressivos. A receita bruta do setor, que totalizou 7,8 milhões de hectares de árvores plantadas, que respondem pelo estoque de aproximadamente 1,7 bilhão de toneladas de dióxido de carbono equivalente (CO²eq), foi de R$ 69,1 bilhões em 2015, ou seja, 6% PIB Brasileiro. A balança comercial do setor de árvores plantadas só aumenta. Em 2012, movimentou US$ 5,7 bilhões, montante que saltou para US$ 7,7 bilhões em 2015.
A variação do PIB do setor é superior a outros segmentos da economia brasileira, que deteve desempenho negativo de 3,8%, comparando o resultado de 2015 com o de 2014. O setor contabilizou 3%, enquanto a agropecuária chegou a 1,8% e outros segmentos tiveram desempenho negativo, como indústria (-6,2%) e serviços (-2,7%). Em tributos, o setor gerou arrecadação de R$ 11,3 bilhões em 2015.
De 2016 a 2020, os projetos de investimento das empresas, que visam ao aumento dos plantios, ampliação de fábricas e novas unidades, são da ordem de R$ 40 bilhões. “A tendência é que a produção de árvores cresça ainda mais”, concluiu.
Nenhum comentário