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Você conhece alguém que já abortou?

Pesquisa do Núcleo Brasileiro de Estágios levanta dados importantes sobre um tema presente nas rodas de conversas entre brasileiros de diferentes regiões, classes sociais e idades 

Há várias décadas as nações discutem questões científicas, éticas, morais e religiosas com relação ao tema "aborto". Legalizado em diversos países e proibido na grande maioria, a polêmica persiste na sociedade. Pensando na frequência com a qual o assunto é abordado, o Nube – Núcleo Brasileiro de Estágios realizou uma pesquisa e perguntou, a 10.186 jovens, de todo o país: você já abortou ou conhece alguém que já tenha feito isso? O resultado apresenta dados para o entendimento dessa importante questão de saúde pública.

O estudo realizado entre 26 de setembro e 7 de outubro, trouxe a alternativa “não, isso é um crime”, com 56,32% (5.737) dos votos, em primeiro lugar. Na sequência, a opção “não, mas apoio quem aborta” surgiu na segunda colocação, com 16,02% (1.632) da preferência. De acordo com Eva Buscoff, gerente de treinamento do Nube, é possível considerar crime ou apresentar-se favorável à legalização. O ponto chave é a lucidez na construção do argumento. “Em uma redação dissertativa ou mesmo em entrevista com gestores, por exemplo, você deve focar no problema central (nesse caso, o aborto), expor sua opinião com absoluto respeito (se você é contra ou a favor e o porquê disso), baseando-se em pesquisas e dados concretos, além de fugir do senso comum, se possível for. No final, o estudante deve oferecer pelo menos uma solução para o problema abordado. Assim, transmitirá segurança em seu texto ou em sua entrevista”.

Já 13,03% (1.327) admitem não ter opinião formada sobre o tema. Porém, Eva alerta para a necessidade de se ter, na ponta da língua, uma visão bem construída sobre assuntos densos. “Por ser uma pauta bastante divergente, e sempre em evidência, trata-se de algo comum em testes para o ingresso em faculdades ou empresas. Nesse sentido, o vestibulando e aquele interessado em construir uma carreira devem estar sempre se atualizando sobre leis, a respeito de como o aborto é visto em nosso país e quais são as medidas tomadas em diferentes contextos”.

Por fim, as alternativas “sim, está muito comum hoje”, com 10,97% (1.117) e “sim, mas me arrependi (ou a pessoa arrependeu-se)”, reunindo 3,66% (373) dos participantes, fecharam as estatísticas. Assim sendo, 14,63% dos respondentes conhecem alguma mulher ligada a determinado episódio de aborto. “Hoje, em um mundo tão globalizado e informatizado, aqueles mitos de antigamente são deixados para trás. A população fala mais sobre temas antes censurados e, com isso, algo tão complexo como os casos de aborto chega ao conhecimento das pessoas”. Portanto, a especialista conclui: “quanto mais o brasileiro debater equilibradamente os aspectos com os quais concorda ou discorda, mais haverá clareza e consciência no raciocínio dos indivíduos e, sem dúvidas, a sociedade ganhará mais sabedoria”.

Indicação de fonte: Eva Buscoff, gerente de treinamento do Nube.

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