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Supremo Tribunal Federal decide ser inconstitucional lei que determinava prisão de devedor de impostos

A prisão de devedor tributário foi considerada medida abusiva e contrária à jurisprudência da Suprema Corte 



A prisão do cidadão que tem débitos tributários é uma ferramenta desproporcional de aumento de arrecadação e contraria tratados internacionais, segundo decisão do Supremo Tribunal Federal. A Lei 8.866/1993, que prevê a medida, foi declarada inconstitucional por ser abusiva e contrária à jurisprudência da Suprema Corte. A norma estava suspensa por liminar desde 1994.

- O Fisco já tem a disposição ferramentas para a execução fiscal, como a penhorar bens do devedor ou inscrevê-lo no cadastro de inadimplentes, sendo desnecessária e desproporcional a prisão do devedor de débitos tributários - explica o advogado André Rocha, sócio do escritório Rocha, Ferracini, Schaurich Advogados Associados.

Também foi vedado, em virtude da jurisprudência do STF, meios coercitivos indiretos de cobrança de dívida, como exigir o depósito para a contestação administrativa do débito, por exemplo, o que restringiria o direito de defesa do devedor. Outra argumentação dos ministros foi o Pacto de San José da Costa Rica, assinado pelo Brasil, que veda a prisão por dívida. O STF utilizou essa tese para afastar a possibilidade de prisão por dívida no caso do depositário infiel em ações cíveis, em julgamento ocorrido em 2008.

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