A Educação brasileira em 2016
Por César Silva (*)
Fundamental para o desenvolvimento de qualquer nação, a Educação não foi poupada das turbulências políticas e econômicas vividas pelo País em 2016. Mais do que a falta de expectativas quanto à economia e a ininterrupta sequência de notícias que vinculam gestores públicos a ações de improbidade administrativa, os números do setor apontam para futuro nada alentador.
Se devidamente preparados, os 33 milhões de brasileiros com idade entre 15 e 24 anos seriam a base para a ampliação da capacidade produtiva do País e geração de renda. Porém, os indicadores mostram que 90% desses jovens não têm o conhecimento esperado em Matemática e 73% apresentam dificuldades significativas em Língua Portuguesa. Ficam evidentes as deficiências em comunicação e análise lógica, insumos fundamentais para o segmento produtivo, fatores que colaboram para nossa dependência de países produtores e desenvolvedores de tecnologias.
O Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2015, divulgado em 2016, mostra a preocupante situação do Ensino Médio, com índice de 3,7 ante a meta de 4,3. Desta forma, apesar dos números expressivos de jovens que concluem esta etapa dos estudos, com o recorde de 8,6 milhões de inscritos para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2016, nota-se o quão questionáveis são preparo e qualificação desse público.
Surpreende também a quantidade de jovens que estudam Educação profissional no Brasil, não superior a 2,5 milhões, menos de 8% da população na faixa etária de 15 a 24 anos. Em países que têm o setor produtivo muito desenvolvido, como Alemanha, Áustria e França, o percentual de matriculados em cursos técnicos concomitantes, integrados e subsequentes supera 50% da população nessa faixa etária.
Já o Ensino Superior, embora não tenha sido alvo de medidas emergenciais do governo, caso da reforma do Ensino Médio, também vive situação crítica, com o número de novos alunos caindo por dois anos consecutivos. Mesmo com a manutenção da oferta do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), ainda que com alíquota de 6% versus a anterior, de 3,45%, a procura por este programa ficou aquém do número de vagas oferecidas.
Se a Educação é objetivo nacional, com metas estabelecidas pelo PNE (Plano Nacional de Educação), homologado como lei no remoto ano de 2014, são necessárias medidas efetivas para que, a partir de 2017, ela contribua para a retomada do País.
(*) Cesar Silva é presidente da Fundação FAT.
Fundamental para o desenvolvimento de qualquer nação, a Educação não foi poupada das turbulências políticas e econômicas vividas pelo País em 2016. Mais do que a falta de expectativas quanto à economia e a ininterrupta sequência de notícias que vinculam gestores públicos a ações de improbidade administrativa, os números do setor apontam para futuro nada alentador.
Se devidamente preparados, os 33 milhões de brasileiros com idade entre 15 e 24 anos seriam a base para a ampliação da capacidade produtiva do País e geração de renda. Porém, os indicadores mostram que 90% desses jovens não têm o conhecimento esperado em Matemática e 73% apresentam dificuldades significativas em Língua Portuguesa. Ficam evidentes as deficiências em comunicação e análise lógica, insumos fundamentais para o segmento produtivo, fatores que colaboram para nossa dependência de países produtores e desenvolvedores de tecnologias.
O Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) de 2015, divulgado em 2016, mostra a preocupante situação do Ensino Médio, com índice de 3,7 ante a meta de 4,3. Desta forma, apesar dos números expressivos de jovens que concluem esta etapa dos estudos, com o recorde de 8,6 milhões de inscritos para o Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) em 2016, nota-se o quão questionáveis são preparo e qualificação desse público.
Surpreende também a quantidade de jovens que estudam Educação profissional no Brasil, não superior a 2,5 milhões, menos de 8% da população na faixa etária de 15 a 24 anos. Em países que têm o setor produtivo muito desenvolvido, como Alemanha, Áustria e França, o percentual de matriculados em cursos técnicos concomitantes, integrados e subsequentes supera 50% da população nessa faixa etária.
Já o Ensino Superior, embora não tenha sido alvo de medidas emergenciais do governo, caso da reforma do Ensino Médio, também vive situação crítica, com o número de novos alunos caindo por dois anos consecutivos. Mesmo com a manutenção da oferta do Fies (Fundo de Financiamento Estudantil), ainda que com alíquota de 6% versus a anterior, de 3,45%, a procura por este programa ficou aquém do número de vagas oferecidas.
Se a Educação é objetivo nacional, com metas estabelecidas pelo PNE (Plano Nacional de Educação), homologado como lei no remoto ano de 2014, são necessárias medidas efetivas para que, a partir de 2017, ela contribua para a retomada do País.
(*) Cesar Silva é presidente da Fundação FAT.
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