Metodologia de projetos prepara alunos de Etecs e Fatecs para o mercado
Convivência com situações-problema e foco para a realização de um trabalho capacita jovens para solucionarem com mais facilidade questões do dia a dia
Trabalhos dos estudantes são exibidos anualmente na Feteps/Foto: Gastão Guedes |
Durante os cursos, todos os alunos são estimulados a desenvolver trabalhos. Um grande projeto de conclusão de curso é requisito para a obtenção do diploma. Mais do que isso, todas as disciplinas são encaradas como um projeto, no qual o aluno e o professor desenvolverão suas capacidades e habilidades, aumentando conhecimentos e ampliando características que fogem do que está nos livros, com finalidades bem definidas, prazos e estratégias.
“Se você tem algum projeto de vida, alguma ambição, seja em termos profissionais ou pessoais, isso é um projeto porque tem prazos, metas, exige uma série de relacionamentos”, explica o coordenador da Unidade do Ensino Médio e Técnico (Cetec), Almério Melquíades de Araújo. Quando chega ao mercado, esse profissional formado pelo CPS tem familiaridade com as situações que permeiam o mundo do trabalho e estabelece uma relação diferente com os resultados que uma ação pode promover. “Há uma diferença entre quem olha sua vida sob uma perspectiva de uma caminhada e aquele que realiza as tarefas diárias, que vai ao longo do tempo apenas cumprir rotinas. O primeiro enxerga no seu trabalho uma contribuição para um serviço, para o desenvolvimento de um produto, seja individualmente ou dentro de uma equipe”, conclui Araújo.
O professor de química Cesar Tatari, da Etec de Suzano, bicampeão da Feira Tecnológica do Centro Paula Souza (Feteps) e vencedor do Prêmio Eseg 2016, também acredita na metodologia adotada pelo CPS como propulsora para uma carreira bem-sucedida. “Vejo que a devolutiva dos alunos é formidável. Eles começam a se dedicar mais para ver seu projeto aparecer e o conjunto da escola abraça a causa. Esses estudantes vão para o mercado de trabalho com outra visão, mais empreendedora, mais conscientes de que erros podem acontecer e preparados para resolvê-los.”
Treinando a autoestima
Segundo Tatari, os resultados obtidos nas feiras tecnológicas, nas quais os estudantes apresentam seus projetos, servem de incentivo para outros alunos e também para que os estudantes busquem com mais segurança um emprego em sua área de interesse. “Vários jovens conseguiram bolsas e estágios pelo portfólio desenvolvido durante sua passagem na Etec.”
Essa autoconfiança trazida pela experiência também se aplica a quem quer ter um negócio. Para esses alunos, além do apoio dentro das unidades, há o suporte da Agência Inova Paula Souza, que estimula e busca talentos dentro das Etecs e Fatecs por meio dos agentes locais de inovação. “Se você quer ser um empreendedor, essa capacidade de transformar um sonho em um projeto é mais importante ainda, pois você deve ter uma noção de tempo, objetivo, financiamento”, diz Araújo.
Contribuição
Dos pequenos projetos aos que unem toda a comunidade escolar, ajudar quem precisa está sempre em pauta nas unidades do Centro Paula Souza. O senso de solidariedade contribui para o desenvolvimento humano de todos aqueles que estão ligados a essa forma de ver o mundo. “Uma parte dos trabalhos escolares é voltada para o desenvolvimento social e lúdico. Você não está somente trabalhando com os alunos para que sejam cientistas renomados, mas para formar cidadãos”, opina Tatari.
No último ano, mais de 200 projetos foram inscritos na Feteps. Entre as temáticas escolhidas pelos estudantes destacaram-se soluções ambientais, projetos de inclusão e na área da saúde. Nas unidades, campanhas de solidariedade ocorreram durante todo o período letivo. Algumas delas já são tradicionais, como o trote solidário, as campanhas de Natal e a ajuda para que as pessoas elaborem seu imposto de renda.
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