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Redes autônomas, escolha e muito mais: Cinco previsões para redes de telecomunicações em 2017

Por Hector Silva, diretor de tecnologia da Ciena para a América Latina 

Ao vemos um novo ano começando, vislumbramos muitas evoluções empolgantes e promissoras em nosso setor e em nossa região. Aqui listamos as cinco previsões da Ciena para 2017:

1. A estreia da rede autônoma: A rede autônoma. Lembre-se desse termo porque com certeza você vai ouvi-lo muitas vezes esse ano. Embora sejam esperadas algumas atualizações e melhoramentos incrementais nas redes, de vez em quando, esse novo nível de automação e inteligência na camada óptica será verdadeiramente notável. Pela primeira vez, começaremos a ver a coleta de big data na rede juntamente com análises em tempo real, possibilitando tomadas de decisão automatizadas e inteligentes.

Enquanto vimos muitos dos operadores de rede fazendo os seus planejamentos de rede baseados em certas premissas e depois tendo que reagir ao real montante de dados recebido, em 2017 nós começaremos a ver a rede tornar-se mais autônoma e consciente dos seus recursos, de modo a prever e reconfigurar sua capacidade, otimizando os recursos e proporcionando melhor experiência e maior rentabilidade.

Isso é particularmente importante em mercados como o mexicano, que, de acordo com um relatório produzido pelo Instituto Federal de Telecomunicações daquele país, apresentou um aumento de 12% na adoção de banda larga no segundo trimestre de 2016 em relação ao mesmo período do ano anterior. Na verdade, o México ocupa o segundo lugar entre os países com maior crescimento na adoção da banda larga fixa e 56% da população local possui banda larga móvel. A abordagem de tais níveis de crescimento de maneira escalável e economicamente viável requer o tipo de otimização de recursos proporcionada pelas redes autônomas.

2. OTT continuará pressionando a rede: Devido ao aumento do uso do streaming de vídeo e do consumo público de mídia sob demanda, 2017 deverá ser mais um ano crucial para o crescimento dos serviços over-the-top (OTT). Contudo, qualquer aumento na adoção e no consumo desse tipo de serviço deverá colocar mais pressão financeira e de infraestrutura nos operadores de rede. Com o 5G já aparecendo no horizonte, 2017 provavelmente verá um maior esforço desse grupo e de outros prestadores de serviços para se associarem e se tornarem provedores de soluções OTT próprias a fim de reforçarem as receitas, pressionarem os preços para baixo e fidelizarem os clientes. Especialmente entre provedores triple-play e quad-play atuais e emergentes, o acréscimo de serviços OTT por operadores deverá expandir o mercado e direcionar parte do gasto global a eles relacionados, estimado em US$ 62 bilhões até 2020, de volta para as redes subjacentes.

3. As redes submarinas continuarão ressurgindo: Depois de anos pouco faladas ou subestimadas, as redes de cabos submarinos e especialmente aquelas multi-terabits apresentaram recentemente um súbito ressurgimento, impulsionado pela demanda em escala Web e por planos globais de players como Facebook, Microsoft e Google e consequentemente um novo reconhecimento dessa infraestrutura essencial.

Com a América Latina em posição de ter mais implantações de cabos submarinos do que qualquer outro lugar do mundo, a região vai continuar sendo um espaço propício para a inovação, especialmente com as novas e aperfeiçoadas arquiteturas de redes transoceânicas e software de próxima geração capazes de oferecer velocidades de até 200G por grandes distâncias. Some-se a esse mix os benefícios do mundo real na forma de reduções de CAPEX, energia e pegada ecológica, as redes submarinas continuarão fazendo marolas em 2017 – tanto com novas construções como com a atualização dos sistemas existentes para prolongar a vida daqueles já em uso.

4. “Escolha” se torna a palavra do momento na América Latina: À medida que a inovação aumenta e a construção de redes com maior escolha de fornecedores, muitos operadores em regiões como a América Latina dependerão de provedores que possuam não apenas excelente tecnologia, capacidade de orquestração e valor, mas também conhecimento profundo e os recursos humanos necessários para ajudá-los a executar seus projetos.

Mesmo não acontecendo em outras partes do mundo, já é realidade em nossos mercados no que se refere à transformação da operação e à garantia de tempo de colocação no mercado. As velhas formas de comprar e operar vão se tornar cada vez mais desatualizadas e inadequadas com o passar dos anos. Ao embarcarem nessa jornada para virtualizar suas redes, os operadores da América Latina procurarão parceiros que não só os ajudem a tirar proveito de um ecossistema aberto, como igualmente desenvolvam e executem uma estratégia de colocação no mercado.

5. A infraestrutura legada ganha uma segunda chance de vida: Está bem, talvez não seja uma vida inteiramente nova, mas o software certamente está empurrando para a frente as datas de validade e encontrando mais valor nesses ativos não tão novos e estruturas de fibra deficientes que prevalecem na região de uma maneira antes considerada impossível.

Tecnologias como orquestração multi-domínio permitem que os operadores integrem o novo mundo do SDN e do NFV às suas implantações degradadas. Dessa forma, a inovação dos novos serviços e a automatização de redes podem aproveitar a base instalada, tanto para os dispositivos de rede quanto para sistemas OSS/BSS legados, para que os operadores de rede possam obter mais valor de seus investimentos atuais. E, veja bem, estamos todos agora um ano mais velhos, então o que há para não se gostar em uma história sobre longevidade e maior agilidade na “terceira idade”?

Feliz Ano Novo e muito sucesso em 2017.

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