Embrapa entrega para MS cultivares de capim-elefante para gado leiteiro
Foto/Divulgação |
As novas variedades, BRS Capiaçu e BRS Kurumi, são destaques entre as cultivares de capim-elefante. A cultivar de capim-elefante anão BRS Kurumi, voltada para o pastoreio direto, se caracteriza por apresentar alto potencial de produção de forragem com excelentes características nutricionais, o que possibilita ao produtor de leite intensificar a produção animal com menor uso de concentrado. Já, a BRS Capiaçu possui porte alto, que pode ultrapassar os cinco metros de altura, com alta produção de biomassa e destinada à silagem e picada no cocho. Ambas podem ser utilizadas no período da seca.
“A entrega simbólica dessa nova tecnologia da Embrapa voltada para o gado leiteiro representa um marco na produção leiteira do Estado”, disse o Chefe Geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Guilherme Lafourcade Asmus. Ele enfatizou a importância das parcerias para viabilizar essa ação, enfatizando o papel da Embrapa Gado de Leite (Juiz de Fora/MG), responsável pelas pesquisas de melhoramento genético que deram origem as cultivares. Ele também agradeceu a parceria com a Agraer, Secretaria Especial do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura Familiar (Sead) e Prefeitura Municipal de Dourados, por meio da Secretário de Agricultura e Economia Solidária (Semafes).
“Esses materiais poderão contribuir para solucionar os problemas enfrentados pelos produtores em relação à alimentação do rebanho leiteiro estadual, especialmente durante a estação das secas”, disse o Chefe Adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agropecuária Oeste, Auro Akio Otsubo. Ele explica que as pesquisas desenvolvidas pela Embrapa demonstraram que o capim elefante pode produzir cerca de 50 toneladas de matéria seca por hectare/ano, uma média de 30% a mais do que as demais cultivares disponíveis”.
O diretor técnico da Agraer, Araquem Ibrahim Midom, destacou que o aumento da produção de leite no Estado é uma das principais metas da Agraer e para isso é preciso o uso de tecnologias viáveis e com o custo acessível para o produtor. “A Embrapa trouxe essas novas variedades de pastagens que vão contribuir para aumentar a produção de leite no Estado. Isso é importante, pois hoje contamos com cerca de 3 mil produtores de leite em MS, por meio do Programa Leite Forte e que serão diretamente beneficiados com essa ação. Estamos trabalhando para que dentro de aproximadamente dois anos a capacidade produtiva do rebanho leiteiro estadual esteja duplicada”, disse Araquem.
O produtor rural de Ivinhema, Ivanor Junglos, disse que as novas variedades de capim despertaram o interesse dele, pois parecem ser muito produtivas. “Com essas novas cultivares, espero produzir o dobro. Gostei muito do que ouvi e vi no campo”, disse ele.
Outro produtor rural de Ivinhema, Cássio Rogério Giordano, esteve presente no evento e levou suas mudas também. Ele cria vacas jersey e alimenta os animais com silagem de milho. “O custo com a silagem de milho é bem elevado e acredito que com esses novos capins poderemos reduzir as despesas e aumentar a produção”, disse Cássio.
A produtora de Dourados, Adriana de Oliveira Osório, que sempre trabalhou com gado de leite ficou satisfeita com o que viu no campo. A produção diária de leite da fazenda é de aproximadamente 100 litros por dia. “Fiquei animada com o vi e gostei de conhecer essa nova alternativa para alimentação dos animais”, disse ela que levou suas mudas para plantar e multiplicar.
Participaram das atividades as seguintes lideranças: o Secretário Municipal da Semafes, Landmark Ferreira Rios; delegado federal da Sead/MS, Dorival Betini e o gestor da Embrapa Produtos e Mercados, Escritório de Negócios de Dourados, Huberto Paschoalik. Além das atividades realizadas na vitrine tecnológica da Embrapa Agropecuária Oeste, os participantes conheceram muitos detalhes das novas variedades por meio de palestras e explicações fornecidas pelo pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Claudio Lazzarotto.
Os produtores rurais de MS interessados em obter mudas dessas variedades podem procurar o Setor de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agropecuária Oeste. Maiores informações pelo e-mail: marciana.retore@embrapa.br ou 3416-9701.
Saiba mais - A BRS Capiaçu foi obtida por meio do Programa de melhoramento genético de capim-elefante da Embrapa. A cultivar é o resultado do cruzamento de variedades pertencentes ao Banco Ativo de Germoplasma de Capim-Elefante (BAGCE), mantido pela Embrapa. O Programa foi criado em 1991. A primeira cultivar desenvolvida foi a Pioneiro, lançada em 1996. Em 2012, lançou-se a BRS Kurumi, que, por apresentar porte baixo, muito adaptada ao pastejo rotacionado.
Nenhum comentário