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Mostra Motumbá traz Elza Soares, Ilú Obá De Min, Rubens Barbot, além de oficinas e debates gratuitos

Novo ciclo de eventos reúne música, teatro, apresentações de dança, saraus, cursos, atividades infantis e encontros que celebram a produção de matrizes africanas e periféricas 


Realizada pelo terceiro mês consecutivo, a mostra Motumbá - Memórias e Existências Negras expõe a abrangência de seu segmento desde o início, com dezenas de atrações reunidas no Sesc Belenzinho. O cronograma para fevereiro está renovado e, uma vez mais, oferece uma ampla gama de opções artísticas,culturais e filosóficas de raízes africanas ou periféricas, todas legitimadas por trajetórias de vida e posicionamentos políticos.

A programação musical tem presença confirmada de Elza Soares, com seu novo show A Mulher do Fim do Mundo (16 a 19/2), e do representante da velha guarda do samba paulista, Talismã, com o Encontro das Velhas Guardas - Talismã: Negro Maravilhoso! (3/2). Ainda estão programados o frescor, o groove e a intensidade de Afrojazz com a participação de Larissa Luz (11/2) e duas noites de bossa baiana com o percussionista Marco Lobo, ao lado de Márcia Castro (4/2) e de Virgínia Rodrigues (5/2).

Os palcos do Sesc Belenzinho também recebemos espetáculos teatrais Grajaú Conta Dandaras, Grajaú conta Zumbis (14 a 23/2), da Cia Humbalada de Teatro, e Exu - A Boca do Universo (17 a 19/2), que desmistifica o orixá da comunicação e da liberdade. No segmento de performances, Merci Beaucoup, Blanco! (11 e 14/2), da artista Michelle Mattiuzzi, e A Ferida Colonial Ainda Dói (18 e 21/2), da performer Jota Mombaça. Na agenda de cinema, o filme Esse Amor que nos Consome (11/2) mostra o dia a dia do elenco da Companhia Rubens Barbot, o grupo mais antigo de dança afro-brasileira.

Saraus fora do comum e bate-papos recheiam as opções literárias em Motumbá. Entre as atrações, conversas com Makota Vandina (9/2) sobre ancestralidade e a tradição oral africana. Tem, ainda, o Sarau dos Refugiados (8/2), TRANSarau (22/2) com as participações do cantor revelação Liniker e da artista trans Danna Lisboa,e a batalha de poesias Slam da Guilhermina (15/2).

A expressão corporal africana mais uma vez vai encontrar o regional brasileiro e o moderno na programação de dança. Além disso, para envolver e emocionar ainda mais, todos os artistas das apresentações oferecerão vivências gratuitas para o público interagir e aprender. É o caso do espetáculo SIGNOS - No Espaço Entre o Céu e a Terra (10 a 12/2), que será precedido pelo workshop Dança Negra Contemporânea - Teoria e Prática (7 e 8/2) com os integrantes da Companhia Rubens Barbot. Na programação, o Cortejo e Apresentação com o Bloco Afro Ilú Oba De Min (25/2), os integrantes de Maracatu Nação Cambinda - Cortejo e Apresentação com o Teatro Popular Solano Trindade (26/2) e de Com a Força do Orixá - Cortejo e Apresentação com o Bloco de Afoxé Ile Omo Dada (28/2) também oferecem oficinas.

Entre as vivências gratuitas estão a oficina de moda da estilista Contos de Ifá: Jogos e Matriz Africana com 3 Ecologias - Ricardo Ruiz e Mãe Beth de Oxum (11 e 12/2), uma vivência-laboratório com foco na construção de web games baseados na mitologia afro-brasileira.

Da mesma forma que ocorreu nos meses anteriores, as mesas de debates continuarão aquecidas por meio de diversos encontros. Entre eles: Macumba, Identidades e Culturas de Matrizes Africanas no Cotidiano da Sociedade Brasileira, com Makota Valdina (BA), Tata MutaImê (BA) e Beth de Oxum (PE), em7/2, que tema proposta de reunir importantes lideranças do Candomblé para discutir a identidade brasileira e a religiosidade de matriz africana, e também Pele Negra, Máscaras Brancas e Discurso Sobre o Colonialismo (14/2), na qual clássicos da literatura negra e o tema racismo serão abordados com profundidade.

Dentro da programação voltada para as crianças, o foco está nas narrativas fantásticas africanas e nas criações cênicas. Na Oficina Pais e Filhos: Corpo Espaço do Brincar (4 a 28/2), as atrizes do Capulanas Cia de Arte Negra irão estimular os participantes a desenvolverem a criatividade por meio de experiências práticas com jogos e exercícios de criação ao som do samba do coco. Jána Oficina Pais e Filhos: Performances Fabulosas (5 a 28/2), com a artista plástica Carolina Velasquez, a mitologia vem à tona para despertar na memória a herança cultural de cada um. Também estão previstas atividades iniciadas em dezembro com o Encontro de Partilhas: Histórias, Livros e Jogos (27 a 28/2), conduzido pelas narradoras do Coletivos Cafuzas com contações de histórias e jogos relativos às culturas indígenas, africanas e afro-brasileiras.

A mostra Motumbá - Memórias e Existências Negras integra diversas linguagens artísticas e ações culturais com o objetivo de apresentar um panorama das poéticas, estéticas e temáticas produzidas e interpretadas por grupos e artistas negras, negros e periféricos. Começou em novembro e segue até março no Sesc Belenzinho, com programação variada de oficinas, debates, apresentações de teatro, performance, dança, shows musicais e saraus literários, entre outras atividades.

Abaixo, mais detalhes sobre o programação de fevereiro da mostra Motumbá:

MÚSICA

Encontro Das Velhas Guardas - Talismã: Negro Maravilhoso!
O cantor, compositor, artista plástico e carnavalesco Talismã desfruta de uma rara unanimidade no samba: até hoje é lembrado como um sujeito de uma doçura só comparável ao seu enorme talento. "Sem favor nenhum, um dos maiores artistas populares do Brasil", definiu Plínio Marcos. É o criador de Biografia do Samba, eternizado como o hino do samba paulista, com o qual o cordão Camisa Verde e Branco venceu o Carnaval de 1969. Quem ouve Sonho Colorido de um Pintor, sucesso na voz de Tom Zé, talvez nem imagine que Talismã é o autor desse samba, vencedor do Carnaval de 1971. E, entre outros clássicos (como o samba-enredo Negros Maravilhosos), a canção Meu Sexto Sentido, interpretada por Beth Carvalho, ganhou o país no final da década de 1970. Um ícone do samba paulista, cuja trajetória merece ser redescoberta pelas novas gerações. E ninguém melhor do que aqueles que viveram essa história bem de perto para prestar essa homenagem: Ideval Anselmo, que deu seus primeiros passos no Camisa Verde e Branco e veio a se tornar o maior vencedor de sambas-enredo do Estado de São Paulo; Zé Maria, figura ilustre da Unidos do Peruche e de outras escolas; e Marco Antônio, fundador da Velha Guarda Nenê de Vila Matilde, debruçaram-se sobre o legado do mestre. No show, os três, representando as Velhas Guardas de São Paulo, acompanhados por músicos renomados da cena paulistana, cantam os sambas de Talismã e, com muita irreverência, relembram as vivências ao lado do artista.
Com Ideval Anselmo, Zé Maria e Marco Antônio, Pratinha Saraiva (flauta/bandolim), Wesley Vasconcelos (sete cordas), Ildo Silva (cavaquinho), Raphael Moreira (percussão), Francisco Carapina (percussão) e Wagner Oliveira (percussão). Direção artística de Lucas Faria.
Duração: 1h30
Quando: 3/2, sexta, às 21h
Local: Teatro
Ingressos: R$ 25 / R$ 12,50 / R$ 7,50
Não recomendado para menores de 12 anos

Eu Vim da Bahia | Marco Lobo com participação de Marcia Castro E VIRGÍNIA RODRIGUES
O projeto do percussionista Marco Lobo apresenta o cancioneiro baiano em suas mais diversas pluralidades e arranjos, em formato acústico e intimista. Lobo é um músico singular: compositor, pesquisador de sons e criador de instrumentos que acrescentam à sua música timbres artesanais e vibrantes. Percussionista consagrado no Brasil e no mundo, seu toque seduz e sua música contagia. Como anfitrião da noite, ele recebe as convidadas Márcia Castro, no dia 4, e Virgínia Rodrigues, no dia 5, em duas noites de show que levarão o público a navegar pelas águas da Baía de Todos os Santos, exaltando toda a ancestralidade da cultura afro-brasileira e a fusão rítmica da Bahia. Lobo é acompanhado do seu parceiro musical, o pianista Rafael Vernet, além do baixista Adalberto Miranda (acompanhando Márcia Castro). No show do dia 5, participação especial do violonista e arranjador Alex Mesquita ao lado de Virgínia Rodrigues.

Marco Lobo e Márcia Castro
Duração: 1h30.
Quando: 4/2, sábado, às 21h
Local: Comedoria
Ingressos: R$ 30 / R$ 15 / R$ 9
Não recomendado para menores de 12 anos


Marco Lobo e Virginia Rodrigues
Duração: 1h30
Quando: 5/2, domingo, às 18h
Local: Comedoria
Ingressos: R$ 30 / R$ 15 / R$ 9
Não recomendado para menores de 12 anos

Afrojazz | participação: Larissa Luz
Nascido em 2012, o Afrojazz celebra o legado musical cultural do continente. Influenciado diretamente por artistas como Moacir Santos, Mulatu Astatke, Monggo Santamaria, Guy Warren e Felá Kuti, o grupo funde contemporâneo com clássico e mistura groove, afrobeat e batuque. Seu show é marcado pela homenagem à cultura africana com as músicas do seu novo álbum, African Brothers, e da parceria com Larissa Luz, que levará para o palco as músicas do disco Território Conquistado.
Duração: 1h30
Quando: 11/2, sábado, às 21h30
Local: Comedoria
Ingressos: R$ 20 / R$ 10 / R$ 6
Não recomendado para menores de 18 anos.

Elza Soares | Show: A mulher do fim do mundO
Primeiro trabalho de Elza Soares com somente canções inéditas, A Mulher do Fim do Mundo é fruto do encontro da intérprete com a estética musical contemporânea de São Paulo. Neste show, a cantora é acompanhada pelos músicos Kiko Dinucci, Marcelo Cabral, Rodrigo Campos, Romulo Fróes, Felipe Roseno e Guilherme Kastrup. Eleita em 2000 como a Melhor Cantora do Milênio pela BBC de Londres e do alto dos seus 60 anos de carreira, Elza Soares vive, atualmente, a apoteose de uma vida dedicada à música e leva aos palcos uma "ópera" emocional que retrata as mazelas sociais, instigando o espectador à reflexão sobre a condição do indivíduo em uma sociedade violenta com crítica social e política.
Duração: 1h30
Quando: 16, 17, 18 e 19/2, quinta, sexta e sábado, às 21h; domingo, às 18h
Local: Teatro
Ingressos: R$ 60 / R$ 30 / R$ 18
Não recomendado para menores de 12 anos

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DANÇA
(apresentações, intervenções, workshop e vivências)

Signos - No Espaço Entre o Céu e a Terra
Em 2014, para marcar seus 25 anos, a Companhia Rubens Barbot criou o espetáculo SIGNOS, baseado nas obras de seu repertório ao longo de sua existência. Ao contrário do que possa parecer, o trabalho, feito como uma colcha de retalhos, trata-se de uma grande pesquisa e observação profunda dos signos que nessas obras foram construindo o vocabulário próprio da companhia. Luiz Monteiro realizou um espetáculo coreográfico com a paciência de um artesão. Muitas das sequências foram refeitas uma, duas e até cinco vezes na procura de uma destilação do verdadeiro sentido dos signos que habitam na obra de Rubens Barbot. O resultado é um espetáculo lúdico e profundo. A companhia trabalhou no seu próprio espaço, convertido num laboratório de movimentos, a procura de sonoridades, figurinos, iluminação e dando-se ao luxo de fazer vários ensaios abertos para procurar opiniões e experimentar os possíveis resultados. E ainda, tendo uma atuação firme na Rede Terreiro Contemporâneo de Dança, convidou o bailarino e coreógrafo baiano Elísio Pitta, que, depois de retornar aos palcos em 2013 com uma versão de Othello, muito gentilmente se entregou de corpo e alma à realização deste projeto.
Ficha Técnica
Idealização: Luiz Monteiro, Rubens Barbot e Gatto Larsen
Coreografia: Luiz Monteiro
Trilha Sonora: Penguim Café e Nina Simone (Save me – tema extra)
Figurino e adereços: Rubens Barbot
Light designer: César de Ramirez
Design Gráfico: Maria Júlia Ferreira
Fotografias: Wilton Montenegro
Vídeo: Allan Ribeiro
Elenco (por ordem alfabética): Éder Martins, Elísio Pitta, Luiz Monteiro, Rubens Barbot, Rubens Rocha, Wilson Assis
Ambientação e direção: Gatto Larsen
Cenotécnico e operador de luz: Álvaro de Souza.
Produção: Rita Santos
Realização: Terreiro Contemporâneo de Arte e Cultura
Duração: 65 minutos
Quando: 10, 11 e 12/2, sexta e sábado, às 20h; domingo, às 17h
Local: Sala de Espetáculos II
Ingressos: R$ 20 / R$ 10 / R$ 6
Livre


Intervenção

Ilú Oba De Min - Cortejo e apresentação com o Bloco Afro Ilú Oba De Min
É uma grande intervenção cultural que promove a cultura popular e a participação ativa da mulher na sociedade por meio da arte. Traz, também, para a região urbana a dança e os cantos dos terreiros do candomblé e de diversas manifestações da cultura negra, como o maracatu, batuque, coco e jongo, entre outras. Composto exclusivamente por mulheres, desde 2005 o grupo sai às ruas de São Paulo celebrando a cultura afro-brasileira e destacando a participação das mulheres no mundo. Rainha Nzinga, Leci Brandão, Raquel Trindade e Nega Duda já foram algumas das homenageadas nos anos anteriores.
Bloco Afro Ilú Oba De Min
É uma intervenção cultural baseada na preservação de patrimônio imaterial, trazendo para a região urbana a beleza das culturas tradicionais. O trabalho é coordenado pela arte-educadora e musicista Beth Beli, que desenvolve pesquisa sobre matrizes africanas e afro-brasileiras há mais de 20 anos. O trabalho objetiva a inserção de mulheres, crianças e adolescentes nas culturas tradicionais negras e o estudo das influências africanas na cultura brasileira. A finalidade destes estudos, assim como das oficinas de percussão e dança, é apropriar-se da história e recontá-la a partir da memória ancestral existente no candomblé, no jongo, no maracatu e nos batuques, entre outras expressões genuínas da cultura popular, e explorar a diversidade cultural e rítmica da música brasileira advindas do legado deixado por ancestrais africanos. O bloco tornou-se referência étnico-cultural e educativa e foi agraciado pelo Prêmio Culturas Populares Mestre Humberto Maracanã 2008 - SID/MINC ao lado de grandes iniciativas culturais brasileiras e pelo Prêmio Governador do Estado para Cultura 2013.
Quando: 25/2, sábado, das 18h às 19h
Local: Praça
Ingresso: grátis
Livre

Maracatu Nação Cambinda - Cortejo e apresentação com o Teatro Popular Solano Trindade
O maracatu é uma dança de origem banto e mostra a coroação dos reis e rainhas negras desde 1674. Surgiu e se desenvolveu ligado às irmandades negras do Rosário com forte componente religioso. Como as irmandades foram perdendo força, os maracatus passaram a fazer suas apresentações durante o Carnaval, principalmente em Recife (PE). O cortejo saía da senzala até o paço das igrejas, com os capoeiristas abrindo o caminho. Composto por Estandartes, Embamba, Feiticeiro, Primeiro Ministro, Damas da Coroa, Damas das Flores, Princesas Africanas, Europeias, Baianas e a Dama do Passo. Como instrumentos, surdos, zabumbas, agogôs, cuícas e caixas.
Teatro Popular Solano Trindade
A história do grupo começa em 1936, quando Solano fundou o Centro Cultural Afro-Brasileiro e a Frente Negra Pernambucana, uma extensão da Frente Negra Brasileira. E, em 1945, com Abdias Nascimento, criou o Comitê Democrático Afro-Brasileiro. O interesse de Solano pela cultura popular ia além da teoria: não se cansou de fundar grupos teatrais, buscando valorizar o afrodescendente e contribuindo para a autoestima do povo negro. Preocupava-se com o que chamava de folclore, com as danças populares, reforçando sempre a importância de pesquisar a cultura nas fontes de origem. O grupo, chamado de Teatro Popular Brasileiro, deu origem ao Teatro Popular Solano Trindade, que completou 40 anos em 2015. Fundado na cidade de Embu das Artes, ainda na década de 70, período que o movimento negro no Brasil ganhou mais repercussão, a iniciativa destaca-se como o principal grupo de teatro negro do país.
Quando:26/2, domingo, das 18h às 19h
Local: Praça
Ingresso: grátis
Livre

Tambor de Crioula Com o Grupo Na Trilha do Tambor (SP), Mestra Roxa e Mestre Gonçalinho (MA)
O tambor de crioula é uma brincadeira característica do Maranhão, registrado pelo IPHAN como patrimônio imaterial em 2007. Com intensa e clara matriz afro-brasileira, é diretamente associado ao cotidiano e ao imaginário cultural das comunidades que o realizam, retratado nos seus cantos, cadências, sotaques e “leras”. Estão presentes elementos rítmicos, canções e danças. Tocado por homens e dançado por mulheres, celebra com alegria e devoção ao santo padroeiro, São Benedito, a fertilidade da mulher e o vigor do homem, numa relação de perfeita harmonia entre as forças feminina e masculina.
Na Trilha do Tambor
É um projeto que envolve um coletivo de estudos sobre o tambor de crioula maranhense em São Paulo. Desde sua organização, em 2012, o coletivo se dedica a buscar e traçar a trilha por onde circula essa tradição em seus diferentes modos de ser e fazer, sempre tendo como foco a comunicação entre grupos de São Paulo e do Maranhão.
Mestra Roxa
Natural de Santa Rosa dos Barões, Itapecuru (MA), onde iniciou o aprendizado em toques do divino com sua mãe e depois com Severina, caixeira régia de Santa Rosa. Em São Luís, participa das festas de Divino, nas casas de Ainda e Santa no Coroadinho e Nilza no Goiabal.
Mestre Gonçalinho
Natural do povoado de Limão, no município de São Vicente de Ferrer (MA), aos 5 anos de idade aprendeu o universo do tambor de crioula com seu pai e seu avô, antigos tocadores. Aos 14 anos, participava de rodas de tambor com os mais velhos. Em São Luís, tem o saudoso Mestre Anivol como seu orientador, tocando inicialmente no tambor de Elpidio Costa. Hoje, Gonçalo coordena as apresentações do grupo Mocidade Independente do Mestre Anivol. É também responsável pelas oficinas semanais do Laborate, importante centro de cultura tradicional e artístico localizado no centro histórico de São Luís (MA).
Quando: 27/2, segunda, das 18h às 19h
Local: Praça
Ingresso: grátis
Livre

Com a Força do Orixá - Cortejo e apresentação com o Bloco de Afoxé Ile Omo Dada
Os afoxés, manifestações que vieram da África com os escravos yorubás, eram grandes cortejos reais que se deslocavam entre os reinos quando um rei precisava de outro para determinada situação. Nas viagens, os reis levavam toda a sua corte, sempre precedida por um feiticeiro que carregava nas mãos um pó mágico chamado afoxé, o qual era espalhado pelo caminho para fazer com que a missão fosse bem-sucedida. Os afoxés sempre foram integrados ao Carnaval em função do mito. O objetivo é limpar o local para que os que venham depois possam passar e ser bem-sucedidos em sua missão.

Afoxé Ile Omo Dada
O bloco foi fundado em 1980 pela iyalorisa Wanda D'Osun e pelo ogã Gilberto de Esu, dois grandes nomes que representam as religiões de matriz africana no Brasil. O nome é uma antiga afirmação "Nós Somos da Coroa de Dada", identificação de descendentes das nações nagôs e xambás, muito presentes em Recife. O Afoxé Ile Omo Dada é o único de São Paulo que traz em seu bojo a tradição mais antiga, com a corte real, a comissão de frente e a charanga aos moldes das grandes orquestras africanas. Por todo o trabalho desenvolvido ao longo desses 36 anos de existência, o grupo pode se tornar patrimônio imaterial do Estado de São Paulo por meio de projeto de lei que está em tramitação na Assembleia Legislativa do Estado.
Quando: 28/2, terça, das 18h às 19h
Local: Praça
Ingresso: grátis
Livre

Workshop

Dança Negra Contemporânea - Teoria e Prática
Ministrado pelo coreógrafo Luiz Monteiro e supervisionado por Rubens Barbot
A partir das danças afros primitiva e contemporânea, pretende apresentar, de modo panorâmico, teórico e prático, a pesquisa que vem sendo desenvolvida sobre dança negra contemporânea baseada, principalmente, na filosofia geradora do trabalho artístico da Cia Rubens Barbot - Teatro de Dança e, de modo singular, o universo de criação do mestre da dança negra nacional Rubens Barbot, pós-graduando em Dança e Consciência Corporal, coreógrafo e bailarino da Cia Rubens Barbot e diretor da Cia L2C2 de Teatro e Dança.
Público- alvo: estudantes de dança e público em geral
Vagas: 20
Inscrições: até 3 de fevereiro, por meio de envio de email para rubensbarbot@belenzinho.sescsp.org.br. Os candidatos selecionados serão avisados por e-mail até 5 de fevereiro.
Quando: 7 e 8/2, terça e quarta, das 15h às 17h30
Local: Sala de Espetáculos II
Ingresso: grátis
Não recomendado para menores de 12 anos.

Vivência

Mãos, Corpos e Mentes Conscientes - Troca de saberes e vivência com o bloco Afro Ilú Oba De Min
Nesta atividade, os participantes terão contato com ritmos tradicionais do Sudeste e Nordeste do Brasil relacionando o corpo brasileiro às suas danças, músicas, brincadeiras e ritos em uma experiência lúdica, espontânea e descontraída. Além disso, conhecerão um pouco mais sobre o trabalho desenvolvido pelo grupo que busca o empoderamento da mulher por meio da arte e de enfrentamento do racismo, sexismo, discriminação, preconceito e homofobia, além de preservar e divulgar a cultura negra no Brasil.
Bloco Afro Ilú Oba De Min
É uma intervenção cultural baseada na preservação de patrimônio imaterial, trazendo para a região urbana a beleza das culturas tradicionais. O trabalho é coordenado pela arte-educadora e musicista Beth Beli, que desenvolve pesquisa sobre matrizes africanas e afro-brasileiras há mais de 20 anos. O trabalho objetiva a inserção de mulheres, crianças e adolescentes nas culturas tradicionais negras e o estudo das influências africanas na cultura brasileira. A finalidade destes estudos, assim como das oficinas de percussão e dança, é apropriar-se da história e recontá-la a partir da memória ancestral existente no candomblé, no jongo, no maracatu e nos batuques, entre outras expressões genuínas da cultura popular, e explorar a diversidade cultural e rítmica da música brasileira advindas do legado deixado por ancestrais africanos.

Quando: 25/2, sábado, das 14h30 às 16h
Local: Sala de Espetáculos II
Ingresso: grátis (retirada de senha com 30 minutos de antecedência no local)
Livre

A todos Reis e Rainhas do Maracatu - Troca de saberes e Vivência com o Teatro Popular Solano Trindade
Nesta atividade, os participantes poderão conhecer as gerações da família Solano Trindade, importante poeta brasileiro, folclorista, pintor, ator, teatrólogo, cineasta e militante negro. Todos são convidados a fazer uma imersão no trabalho desenvolvido pelo Teatro Popular, com destaque para a trajetória do maracatu desde a África até sua chegada ao Brasil, bem como os passos dos principais personagens deste cortejo.
Teatro Popular Solano Trindade
A história do grupo começa em 1936, quando Solano fundou o Centro Cultural Afro-Brasileiro e a Frente Negra Pernambucana, uma extensão da Frente Negra Brasileira. E, em 1945, com Abdias Nascimento, criou o Comitê Democrático Afro-Brasileiro. O interesse de Solano pela cultura popular ia além da teoria: não se cansou de fundar grupos teatrais, buscando valorizar o afrodescendente e contribuindo para a autoestima do povo negro. Preocupava-se com o que chamava de folclore, com as danças populares, reforçando sempre a importância de pesquisar a cultura nas fontes de origem. O grupo, chamado de Teatro Popular Brasileiro, deu origem ao Teatro Popular Solano Trindade, que completou 40 anos em 2015. Fundado na cidade de Embu das Artes, ainda na década de 70, período que o movimento negro no Brasil ganhou mais repercussão, a iniciativa destaca-se como o principal grupo de teatro negro do país.
Quando: 26/2, domingo, das 14h30 às 16h
Local: Sala de Espetáculos II
Ingresso: grátis (retirada de senha com 30 minutos de antecedência no local)
Livre

Dance nessa Trilha - Vivência de Tambor de Crioula com Mestra Roxa e Mestre Gonçalinho
Nesta atividade, os participantes conhecerão a história do tambor de crioula e como esta manifestação se dá na prática, sendo possível a perpetuação da dança na cultura. A conversa será conduzida pelos mestres, legítimos portadores dessa tradição, que também ensinarão os passos da dança.
Na Trilha do Tambor
É um projeto que envolve um coletivo de estudos sobre o tambor de crioula maranhense em São Paulo. Desde sua organização, em 2012, o coletivo se dedica a buscar e traçar a trilha por onde circula essa tradição em seus diferentes modos de ser e fazer, sempre tendo como foco a comunicação entre grupos de São Paulo e do Maranhão.
Mestra Roxa
Natural de Santa Rosa dos Barões, Itapecuru (MA), onde iniciou o aprendizado em toques do divino com sua mãe e depois com Severina, caixeira régia de Santa Rosa. Em São Luís, participa das festas de Divino, nas casas de Ainda e Santa no Coroadinho e Nilza no Goiabal.
Mestre Gonçalinho
Natural do povoado de Limão, no município de São Vicente de Ferrer (MA), aos 5 anos de idade aprendeu o universo do tambor de crioula com seu pai e seu avô, antigos tocadores. Aos 14 anos, participava de rodas de tambor com os mais velhos. Em São Luís, tem o saudoso Mestre Anivol como seu orientador, tocando inicialmente no tambor de Elpidio Costa. Hoje, Gonçalo coordena as apresentações do grupo Mocidade Independente do Mestre Anivol. É também responsável pelas oficinas semanais do Laborate, importante centro de cultura tradicional e artístico localizado no centro histórico de São Luís (MA).
Quando: 27/2, segunda, das 14h30 às 16h
Local: Sala de Espetáculos II
Ingresso: grátis (retirada de senhas com 30 minutos de antecedência no local)
Livre

Ilê a ê... - Troca de saberes e Vivência com o Bloco de Afoxé Ile Omo Dada
A partir de uma roda de diálogos, os participantes terão noção sobre o ritmo, dança e cantos desta manifestação cultural afro-brasileira. Também conhecerão a história do trabalho desenvolvido pelo Ilê Omo Dada em sua luta na perpetuação da cultura negra.
Afoxé Ile Omo Dada
O bloco foi fundado em 1980 pela iyalorisa Wanda D'Osun e pelo ogã Gilberto de Esu, dois grandes nomes que representam as religiões de matriz africana no Brasil. O nome é uma antiga afirmação "Nós Somos da Coroa de Dada", identificação de descendentes das nações nagôs e xambás, muito presentes em Recife. O Afoxé Ile Omo Dada é o único de São Paulo que traz em seu bojo a tradição mais antiga, com a corte real, a comissão de frente e a charanga aos moldes das grandes orquestras africanas. Por todo o trabalho desenvolvido ao longo desses 36 anos de existência, o grupo pode se tornar patrimônio imaterial do Estado de São Paulo por meio de projeto de lei que está em tramitação na Assembleia Legislativa do Estado.
Quando: 28/2, terça, das 14h30 às 16h
Local: Sala de Espetáculos II
Ingresso: grátis (retirada de senhas com 30 minutos de antecedência no local)
Livre

TEATRO, ARTES VISUAIS E CINEMA
(espetáculos, performances e exibição de filme)

Espetáculo

Grajaú conta Dandaras, Grajaú conta ZumbiS
Com Cia Humbalada de Teatro
Narradores, catadores de histórias e andarilhos das vielas chegam da rua para contar histórias e narrativas do Grajaú. Dandaras e Zumbis da periferia de São Paulo. Grajaú que pulsa vida, calor, bares, varais, poesia. Cenas que vão do despencar das estruturas machistas, mães solos, mulheres pretas que se acolhem, meninos pretinhos que nadam na represa, travestis, pássaros e voos. As Dandaras e Zumbis que foram escondidos da história, empurrados para beira da cidade e fazedores de potência nas margens da sociedade.
Direção: Tatiana Monte; dramaturgia: Tatiana Monte e artistas do Grajaú conta Dandaras, Grajaú conta Zumbis. Preparação corporal: Vanessa Rosa. Produção: Liliane Rodrigues e Mallu Chrisostomo. Sonoplastia: Gabriela Barbara. Criador e técnico de iluminação-criação: Diego F. F. Soares. Assistente de iluminação-criação: Tatiane Ursolino. Direção Musical: Luciano Carvalho. Músico: Leandro Sequelle. Elenco: Carmen Soares, Cristiane Rosa, Fabiana Pimenta, Fernanda Pimenta, Fernanda Nunes, Janaína Soares, Vanessa Rosa, Bruno César Lopes, Carlos Lourenço, Daniel Silva, Felippe Peneluc, Lucas Bernardo, Paulo Araújo, Paulo Henrique Sant'Anna.
Duração: 2h30
Quando: 14/2 a 16/2 e 21/2 a 23/2, terça a quinta, às 20h
Local: Galpão Multiuso
Ingressos: R$ 20 / R$ 10 / R$ 6
Não recomendado para menores de 16 anos

Exu - A Boca Do Universo
Com NATA - Núcleo Afrobrasileiro de Teatro de Alagoinhas
Exu em suas várias facetas se mostra no espetáculo como alguém que valoriza o movimento da vida, do falar ao agir, do pensar ao sentir. O espetáculo narra, sem compromisso cronológico, momentos em que Exu se mostra diferente daquilo que tanto se pregou na cultura ocidental sobre o orixá que rege a comunicação e a liberdade no candomblé. Optando por uma dramaturgia músico-poética, a encenação traz atores que se personificam sobre as diversas concepções do orixá: o humano e o divino se entrelaçam na celebração à condição de estar vivo.
Direção: Fernanda Júlia. Texto: Daniel Arcades. Coautoria texto: Fernanda Júlia. Assistência de direção: Sanara Rocha. Elenco: Antônio Marcelo, Daniel Arcades, Fabíola Júlia, Fernando Santana e Thiago Romero. Instrumentista: Sanara Rocha. Direção musical: Jarbas Bittencourt. Letras das músicas: Daniel Arcades. Operação de Som: Eduardo Santiago. Assist. Produção: Francisco Xavier. Produção: Susan Kalik, NATA e Modupé Produtora.
Duração: 70 minutos
Quando: 17, 18 e 19/2, sexta e sábado, às 21h30; domingo, às 18h30
Local: Sala de Espetáculos I
Ingressos: R$ 20 / R$ 10 / R$ 6
Não recomendado para menores de 18 anos

Performance

MerciBeaucoup, Blanco!
Com Michelle Mattiuzzi
A artista se apropria da cor branca e faz uma trajetória que propõe a discussão sobre o embranquecimento social a partir de experiências que marcam a racialidade de seu corpo na cidade de São Paulo. Merci Beaucoup, Blanco! é um fragmento de um gesto mínimo, um ruído constante que incomoda e marca o tempo de repetir. E esse gesto vai ganhando sentido intensamente, até se multiplicar.
Duração:aproximadamente 1h
Quando: 11 e 14/2, sábado e terça, às 19h
Local: Hall do 1º Pavimento
Ingresso: grátis
Não recomendado para menores de 18 anos

A Ferida Colonial Ainda Dói
Com Jota Mombaça
A Ferida Colonial Ainda Dói é uma plataforma aberta de criação em performance arte e politização dos efeitos políticos da atualização indefinida da colonialidade no presente. A primeira performance foi apresentada em novembro de 2015, em Veneza (Itália), por ocasião do evento Brecha Democrática e da residência nomádica Transnational Dialogues. Outras performances foram realizadas em Natal (Rua, maio-2016), Rio de Janeiro (Capacete, julho-2016) e Buenos Aires (III Congreso de Estúdios Poscoloniales, dezembro-2016). As performances ganham novos contornos e são reconfiguradas a partir dos contextos em que são apresentadas e dos materiais disponíveis para a sua realização. O que se mantém em todas as apresentações é a apropriação do sangue como dispositivo de inscrição do corpo no debate geopolítico, trazido à cena por meio de mapas, bandeiras ou publicações que evoquem a configuração colonial do mundo contemporâneo e suas relações com a história da colonialidade. Nessa ação, a artista propõe um discurso crítico das narrativas contemporâneas acerca dos corpos, vidas e sensibilidades situadas nas ex-colônias, uma reflexão sobre as intersecções entre performance e descolonialidade.
Duração:45 minutos
Quando: 18 e 21/2, sábado e terça, às 19h
Local: Hall do 1º Pavimento
Ingresso: grátis
Não recomendado para menores de 18 anos

Cinema/exibição

Esse Amor que Nos Consome
De Allan Ribeiro por Fábio Andrade
Gatto LarseneRubens Barbot são companheiros há mais de 40 anos. Eles acabam de se mudar para um casarão abandonado no centro da cidade, onde ensaiam com sua companhia de dança. O dia a dia da dupla envolve a criação artística e a crença nos orixás. Por meio da dança, eles marcam os territórios do Rio de Janeiro.
Diretor: Allan Ribeiro; Elenco: Gatto Larsen e Rubens Barbot
Duração: 80 minutos
Quando: 11/2, sábado, das 16h às 17h20
Local: Sala de Espetáculos II
Ingresso: grátis (retirada de ingressos 1h antes)
Não recomendado para menores de 12 anos


VIvÊNCIAS, CURSOS E DEBATES
(oficinas, Tecnologia & Arte e Encontros)

Contos de Ifá: Jogos e Matriz Africana
Com 3 Ecologias - Ricardo Ruiz e Mãe Beth de Oxum
Contos de Ifá é uma vivência-laboratório para a promoção da identidade negra a partir da construção de web games com foco na mitologia afro-brasileira por meio da inovação cidadã. Nessa vivência, os participantes têm a oportunidade de fazer uma navegação dirigida pela plataforma contosdeifa.com e, ao mesmo tempo, conhecer histórias da mitologia afro-brasileira retratada ludicamente na web, discorrendo também sobre os processos de construção colaborativa dos jogos com a comunidade do Centro Cultural Coco de Umbigada.
Duração: 1 encontro
Vagas: 20
Mãe Beth de Oxum
Brasileira,ialorixá, fundou em Olinda o Afoxé Filhos de Oxum, um dos primeiros a incluir mulheres na percussão. Durante 15 anos foi presidente do Afoxé Alafin Oyó, atuando na luta contra o preconceito religioso. Como percussionista, tocou nas bandas de Lia de Itamaracá e Selma do Coco. Criou no bairro de Guadalupe o Cineclube Macaíba, direcionado às culturas de matriz africana e a Rádio Amnésia. Transformou sua casa, onde se realizavam rodas de coco de umbigada, no ponto de cultura Casa de Oxum. Recebeu em 2015 a Ordem do Mérito Cultural.
Ricardo Ruiz Freire
Possui graduação em Comunicação Social pela Universidade São Judas Tadeu (1998) e especialização em Design de Hipermídia pela Universidade Anhembi Morumbi (2003). Atualmente, presidente a 3 Ecologias e é gerente de Projetos da Universidade Federal de Pernambuco. Tem experiência na área de Ciência Política, com ênfase em Políticas Públicas.
Quando: 11 e 12/2, sábado e domingo, das 14h30 às 17h30
Local: Espaço de Tecnologias e Artes
Ingresso: grátis
Para maiores de 9 anos

Debates/encontros

Macumba, Identidades e Culturas de Matrizes Africanas no Cotidiano da Sociedade Brasileira | Escambo de Ideias - Mesas de debate e rodas de conhecimento
Com Makota Valdina (BA), Tata MutaImê (BA) e Beth de Oxum (PE)
Mediação: Pedro Neto (SP)
A proposta é discutir a identidade brasileira e a religiosidade de matrizes africanas a partir de um encontro com importantes lideranças do candomblé, com o objetivo de aprofundar conteúdos ligados à herança cultural africana presente no cotidiano da sociedade, a discriminação religiosa e o racismo.
Makota Valdina

Tania Cristina Silva de Oliveira, título de Makota, que faz referência à nação do Candomblé a qual pertence. Integra a ANAMAB - Associação Nacional da Moda Afrobrasileira, importante instituição de pesquisas e divulgação da moda afro-brasileira e suas tradições. Mestra em indumentária africana é educadora e estilista.

Mutá Imê

É sacerdote da Nação Angolão Paquetan e Taata de Nkisi do Terreiro de Mutá Lambô ye Kaiongo em Salvador/ Bahia. Grande bakulo da nação, é responsável pela transmissão, através das gerações, do conhecimento e tradições da identidade Bakongo e da filosofia do Candomblé de Nação Angola. Está a frente da ONG Casa dos Olhos do Tempo que fala da Nação Angolão Paquetan que tem como principal pilar o registro da memória e tradição da Nação Angolão Paquetan, como também projetos sociais desenvolvidos pela comunidade do Terreiro Mutá Lambô ye Kaiongo.

Beth de Oxum

Brasileira, Ialorixá, fundou em Olinda o Afoxé Filhos de Oxum, um dos primeiros a incluir mulheres na percussão, e durante 15 anos foi presidente do Afoxé Alafin Oyó, atuando na luta contra o preconceito religioso. Como percussionista, tocou nas bandas de Lia de Itamaracá e Selma do Coco. Criou no bairro de Guadalupe o Cineclube Macaíba, direcionado às culturas de matriz africana, e a Rádio Amnésia. Transformou sua casa, onde se realizavam rodas de coco de umbigada, no ponto de cultura Casa de Oxum.Recebeu em 2015 a Ordem do Mérito Cultural.
Pedro Neto

É Cientista Social pela PUC-SP, pesquisador em Antropologia das Populações Afro-Brasileiras, membro do Núcleo de Relações Raciais, Memória, Identidade e Imaginário do PEPG-PUC-SP, membro do primeiro Colegiado Setorial de Culturas Afro-Brasileiras do Conselho Nacional de Política Cultural do Ministério da Cultura, diretor de Projetos da Campomare Produções; diretor da Etu Comquem Pesquisa e Produção, diretor do Fórum para as Culturas Populares e Tradicionais, diretor da Fundação de Apoio a Cultura e a Tradição Yorubana no Brasil, diretor da Ago Lona Associação Cultural e membro fundador da Rede Kultafro de empreendedores, artistas e produtores de cultura negra.
Quando: 7/2, terça, das 20h às 21h45
Local: 1º Pavimento - Oficina 3
Ingresso: grátis (retirada de senhas no local 30 minutos antes do início da atividade)
Não recomendado para menores de 16 anos

Pele negra, máscaras brancas e discurso sobre o colonialismo | Escambo de Ideias - Mesas de debate e rodas de conhecimento
Com Terená Kanouté, Allan da Rosa, Jota Mombaça e mediação de Deivison Nkosi
Peles Negras, Máscaras Brancas é o nome do livro escrito pelo psiquiatra e filósofo Frantz Fanon, e o Discurso sobre o Colonialismo é o título do livro escrito pelo poeta e dramaturgo Aimé Cesaire, ambos nascidos na Martinica. O encontro tem o propósito de aprofundar uma discussão inspirada nos livros que se tornaram clássicos da literatura negra, abordando o racismo de maneira estruturante a partir de uma patologia sociocultural. Traçando um paralelo com os principais apontamentos das obras literárias, pretende-se refletir quais as máscaras brancas que os negros foram condicionados a usar, como o projeto de embranquecimento reverbera ainda hoje em uma sociedade eurocêntrica pós-colonialista.


Allan da Rosa

É escritor, historiador e angoleiro. Mestre e doutorando na Faculdade de Educação da USP, onde pesquisa o imaginário, a ancestralidade e o cotidiano negro em São Paulo. Integra o movimento de literatura periférica desde o seu princípio. É autor do livro de contos Reza de Mãe, de Pedagoginga, Autonomia e Mocambagem ( ensaio sobre cultura negra e educação popular), Da Cabula (Prêmio Nacional de Dramaturgia Negra Ruth de Souza), A Calimba e a Flauta (poesia erótica, com Priscila Preta), entre outros.

Jota Mombaça

Ensaísta e performer, é uma bicha não binária, nascida e criada no Nordeste do Brasil, que escreve, performa e faz estudos acadêmicos em torno das relações entre monstruosidade e humanidade, estudos kuir, giros descoloniais, interseccionalidade política, justiça anti-colonial, redistribuição da violência, ficção visionária e tensões entre ética, estética, arte e política nas produções de conhecimentos do sul-do-sul globalizado.

Deivison Nkosi

Mestre em Ciências da Saúde e Doutor em Sociologia. É Professor da Universidade Federal de São Paulo - Campus Baixada Santista; integrante do Grupo Kilombagem e Coordenador Pedagógico do Instituto Amma Psiquê e Negritude. Foi research student do Department of Philosophy (University of Connecticut, UConn) e recebeu, em 2016, a Menção Honrosa do Prêmio Capes de Tese na área de Sociologia por sua Tese de doutorado sobre Frantz Fanon e os fanonismos no Brasil. Atualmente estuda temas relacionados à cultura negra, antirracismo e a produção intelectual de autores negros.
Dia 14/02, terça, às 20h
Local: Sala Espetáculos 2
Grátis. Livre




Percursos Povo Bantu Nzo Tumbansi / ILABANTU e o Samba
O NzoTumbansi é uma comunidade tradicional de matriz Congo-Angola (Bantu), filiado ao Nzo-NtôtilaNleke, província de Cabinda; OmbalaMbalundo, Bailundo, província do Huambo, Angola.
Quando: 8/2, sábado, às 10h
Local: Sala de Espetáculos II
Ingresso: grátis

Não recomendado para menores de 16 anos


Política, representatividade e estéticas negras e periféricas |Escambo de Ideias - Mesas de debate e rodas de conhecimento
Quando: 21/2, terça, às 20h
Local: Primeiro Pavimento
Ingresso: grátis

Livre

LITERATURA
(Bate-papos, saraus e contação de histórias)

Bate-papo

Malungos e Griôs: Vivências e Rodas de Conhecimento
Com Makota Valdina
Ancestralidade, memórias e experiências vividas por importantes protagonistas e personagens oriundos de diversas áreas do conhecimento da cultura negra. Com intuito de difundir a tradição da cultura oral, o encontro, em formato de roda, será conduzido por um mestre griô que contará histórias, bem como, promoverá experiências musicais, poéticas, corporais e mitológicas de acordo com a temática de cada encontro.
Makota Valdina
É professora, título de Makota (importante título feminino que se refere à nação da tradição de candomblé a qual pertence), tem ação como militante e educadora nos principais debates sobre os rumos da sociedade negra na Bahia, sobretudo nos espaços reservados do sagrado. Nascida como Valdina Pinto de Oliveira, em 15 de outubro de 1943, no bairro do Engenho Velho da Federação, em Salvador (Bahia), onde é atuante na comunidade. Sempre morou neste bairro que é, ainda hoje, um local onde a maioria da população é negra e a presença de comunidades de terreiros é marcante.
Quando: 9/2, quinta, das 20h às 21h30
Local: Convivência
Ingresso: grátis
Livre

Sarau

Sarau dos Refugiados
Encontro aberto que coloca em pauta a diversidade cultural dos povos refugiados que, por meio de manifestações artísticas, expressam suas realidades e anseios. A atividade, que será conduzida pela MC Débora Garcia, contará com a presença de tradutores e convidados de diversas nacionalidades: Daniela Solano Gonzãlez (Colômbia), Marc Pierre (Haiti), Abdul Baset Jarour (Síria), Os Escolhidos - com Hidras Tuala, Mabiala Nkombo, Muanda Tryson Apo (Congo), Milengela (Lingala), Nzambiya Mvuya Mvu (Kikongo), Iyaikenga o Se (Tshiluba) e Je Leve Mês Yeux (França).
Quando: 8/2, quarta, das 20h às 22h
Local: Comedoria
Ingresso: grátis (retirada de senha com 30 minutos de antecedência no local)
Não recomendado para menores de 16 anos

Slam da Guilhermina
Evento literário que tem como proposta reunir poetas e público para experimentar a palavra de forma lúdica.
Quando: 15/2, quarta, das 20h às 22h
Local: Comedoria
Ingresso: grátis (retirada de senha com 30 minutos de antecedência no local)
Livre

TRANSarau
O TRANSarau, espaço de representatividade da população LGBTQI+, negra e periférica, se propõe a ocupar a cidade com manifestações poético-políticas, bateção de cabelo, improvisação e microfone aberto. Nesta edição, conta com a participação especial das artistas Danna Lisboa e Liniker. O evento é organizado por estudantes, professores e coordenadores do Cursinho Popular Transformação, projeto de educação para travestis, homens trans, mulheres transexuais e pessoas não-binárias em São Paulo.
Quando: 22/2, quarta, das 20h às 21h30
Local: Comedoria
Ingresso: grátis
Não recomendado para menores de 16 anos

Contação de histórias

Encontro de Partilhas: Histórias, Livros e Jogos
Com Coletivo Cafuzas
Encontros voltados para o público infantil e seus responsáveis, que se caracterizam pela partilha de narrativas e jogos relativos às culturas indígenas, africanas e afro-brasileiras, com mediação de leitura de livros dentro dessas temáticas. Assim, as rodas irão propor um diálogo entre duas formas de transmissão de saberes, a tradição oral e a cultura escrita. Trata-se de uma ação voltada para a difusão de conhecimentos desses universos culturais em que todos estão convidados a aprenderem experiência.


Coletivo Cafuzas
O Coletivo Cafuzas é formado pelas narradoras-mediadoras Rosana Borges Silva, Roberta Stein e Daniela Landin, que se reuniram para pesquisar as culturas indígenas, africanas e afro-brasileiras com foco nas narrativas orais e escritas.
Quando: 27 e 28/02, segunda e terça, das 14h às 16h
Local: Biblioteca
Grátis. Livre


CRIANÇAS
(oficinas e contação de histórias)

Oficina de dança

Oficina Pais e Filhos: Corpo Espaço do Brincar
Com Capulanas Cia de Arte Negra
Por meio do movimento-gesto e da ludicidade, os participantes são convidados a experimentar alguns jogos e exercícios de criação para chegar à composição do samba de coco.
Capulanas Cia de Arte Negra
O grupo, formado em 2007, busca estabelecer diálogos com a sociedade brasileira acerca de anseios e percepções das mulheres negras e periféricas no mundo contemporâneo, fazendo presente a força e a herança da oralidade e das escrituras silenciadas na Diáspora Africana, que no Brasil estão presentes nas culturas populares negras, rurais e urbanas, relativamente evidenciadas em diferentes regiões. A atividade integra ainda o Projeto Motumbá – Memórias e Existências Negras, mostra com diversas linguagens artísticas e ações culturais que apresentam um panorama das poéticas, estéticas e temáticas produzidas e interpretadas por grupos e artistas negras, negros e/ou periféricos. As atividades desta programação buscam valorizar a representatividade de matrizes africanas legitimadas por trajetórias de vida e posicionamentos sociopolíticos.
Quando: 4 a 26/2, sábados e domingos, das 11h às 13h e das 14h30 às 16h30; 27 a 28/2, segunda e terça, das 11h às 13h e das 14h30 às 16h30
Local: Sala de Expressão Corporal 2
Ingresso: grátis (retirada de senha com 30 minutos de antecedência no local)
Livre


Oficina de artes visuais

Oficina Pais e Filhos: Perfomances Fabulosas
Com Carolina Velasquez
Por meio da narrativa fantástica, desperta na memória a herança cultural de cada um, fazendo surgir pelas máscaras e indumentárias, pelo vestir e depois pelo dançar e celebrar a ancestralidade, a cultura adormecida e a memória. Carolina é bacharel em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Unesp SP. Atualmente, faz pós-graduação em Práticas Artísticas Contemporâneas na FAAP-SP. Tem o hábito e a crença de produzir junto ao público e ter a rua como espaço expositivo. É pintora muralista e gosta de costurar estandartes, bonecos, animais, asas e, às vezes, de ser o recheio de suas costuras. Pesquisa e reproduz símbolos pré-colombianos.
Carolina Velasquez
Bacharel em Artes Visuais pelo Instituto de artes da Unesp SP. Atualmente, faz pós-graduação na FAAP-SP em Práticas Artísticas Contemporâneas. Tem o hábito e a crença de produzir junto do público e ter a rua como espaço expositivo. É Pintora Muralista e gosta de costurar estandartes, bonecos, animais, asas e as vezes de ser o recheio de suas costuras. Pesquisa e reproduz símbolos pré-colombianos.

Quando: 5 a 26/2, sábados e domingos, das 11h às 13h e das 14h30 às 16h30; 9 a 24/2, quintas e sextas, das 14h30 às 16h30; 27 a 28/2, segunda e terça, das 11h às 13h e das 14h30 às 16h30
Local: Oficina 2
Ingresso: grátis (retirada de senha com 30 minutos de antecedência no local)
Recomendado para maiores de 6 anos

M O T U M B Á – Memórias e Existências Negras

Data: até março de 2017
Local: Sesc Belenzinho
Endereço: Rua Padre Adelino, 1000, Belenzinho, São Paulo (SP)
Mais informações: (11) 2076-9700 ou www.sescsp.org.br/belenzinho e http://www.sescsp.org.br/programacao/107905_M+O+T+U+M+B+A++MEMORIAS+E+EXISTENCIAS+NEGRAS#/content=programacao
Agendamento de grupos: pelo email agendamento@belenzinho.sescsp.org.br ou (11) 2076-9704. Atendimento das 10h às 17h.
Estacionamento: Credencial Plena - Primeira hora: R$ 4,50. Adicional por hora: R$ 1,50.
Outros - Primeira hora: R$ 10,00. Adicional por hora: R$ 2,50. Preço promocional para espetáculos – Credencial Plena: R$ 5,50. Outros: 11,00.

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