Quatro em cada dez jovens brasileiros não se preparam para a aposentadoria, mostram SPC Brasil e CNDL
Entre quem se prepara, as modalidades mais comuns são a aplicação em poupança e o INSS pago de forma autônoma. Não poder viver tranquilamente por falta de renda fixa mensal é a maior preocupação dos jovens
Em contrapartida, desconsiderando os entrevistados que têm o INSS pago pela empresa, 61,3% dos jovens ouvidos na pesquisa garantem preparar-se para a aposentadoria, sobretudo os que pertencem à faixa etária de 25 a 30 anos (70,5%), homens (69,6%) e das classes A e B (78,6%).
As modalidades mais comuns de preparação são a aplicação em poupança (33,3% dos entrevistados) e o INSS pago de forma autônoma (19,3%) e os principais motivos mencionados para se preparar são: o fato de ser uma pessoa precavida (26,1%), o exemplo próximo de pessoas que não se prepararam e tiveram problemas financeiros (20,2%) e a orientação recebida de amigos e familiares sobre a importância de se preparar (19,0%).
Já os que não se preparam para a aposentadoria alegam que nunca sobra dinheiro (36,2%), acreditam ser cedo para pensar nisso (21,7%), e que não sabem como fazer (21,3%). Para o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, a postura que os mais novos assumem em relação à essa fase da vida pode ser um empecilho. “Muitos jovens ainda demonstram pouco conhecimento em relação à melhor maneira de se preparar aposentadoria, porém, não há desculpa para a falta ou dificuldade de acesso à informação. Existem diversos sites e blogs especializados, com boas dicas e guias ensinando a poupar e investir para a aposentadoria”, afirma. “Os jovens, por trafegarem com desenvoltura na internet, estão mais do que capacitados para obter essas informações; basta ter o interesse por este tipo de conhecimento”.
Ainda assim, parte dos entrevistados entende os desdobramentos possíveis para quem deixa de lado a preparação para a aposentadoria: a consequência mais citada pelos entrevistados é o fato de não poder viver tranquilamente na terceira idade por não ter uma renda fixa mensal (31,2%). Outros 26,4% dizem que provavelmente terão um padrão de vida inferior quando comparado ao padrão atual e 16,8% acreditam que não poderão parar de trabalhar.
“Os jovens precisam ser envolvidos nessa discussão desde cedo e devem entender que suas ações em relação ao dinheiro podem trazer benefícios duradouros ou gerar problemas complexos, como o endividamento e a restrição ao crédito”, aconselha Vignoli. “Além disso, as discussões atuais em torno da reforma da previdência sugerem que, nos próximos anos, será cada vez mais difícil contar com os recursos deste sistema para aposentar-se. Assim, o despreparo poderá obrigar os jovens de hoje a continuar trabalhando tardiamente, a fim de manterem seu padrão de vida”, conclui.
Metodologia
Foram entrevistados 601 consumidores com idade entre 18 e 30 anos, de ambos os gêneros e de todas as classes sociais nas 27 capitais brasileiras. A margem de erro no geral é de 4,0 pontos percentuais para um intervalo de confiança a 95%.
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