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Retorno da febre amarela e a atuação da sociedade civil organizada

Joyce Capelli, Diretora Executiva e Presidente da Inmed Brasil



“Por que voltou se ninguém convidou?”
A frase nada hospitaleira serve muito bem para a febre amarela, doença que já esteve erradicada no Brasil e que agora volta a ameaçar. O sanitarista Oswaldo Cruz enfrentou muitas batalhas para conseguir vacinar a população, entre 1903 e 1906, e acabar com este mal.

Mas, de uns anos para cá, a febre amarela ressurgiu e de forma perigosa. Minas Gerais enfrenta o pior surto da doença já registrado naquele Estado, com dezenas de mortes.

Um grande problema é que nas áreas urbanas a febre amarela é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, conhecido por disseminar também a dengue, a zika e a chikungunya. Como a população de Aedes é grande nas cidades, o potencial epidêmico da doença aumenta.

Por isso é muito importante refletirmos sobre os motivos que levaram ao ressurgimento da febre amarela mais de um século depois da batalha ter sido vencida por Oswaldo Cruz e sua equipe. Alterações climáticas, degradação do meio ambiente, desmatamento desenfreado, falta de saneamento básico e produção excessiva de lixo são problemas gravíssimos que se somam para proliferação dos mosquitos transmissores da doença. Nós, da Inmed Brasil, temos ciência da importância do trabalho das organizações da sociedade civil para reduzir ou controlar esses males e suas consequências.

Desde 1993 trabalhamos para fortalecer comunidades por meio de parcerias e programas que melhoram a qualidade de vida de adultos e crianças. Já beneficiamos três milhões de crianças e mais de 12,5 milhões de pessoas nas comunidades atendidas.

Desenvolvemos programas nas áreas de saúde, nutrição, educação, meio ambiente e esportes, que levam informação e oportunidade para comunidades e municípios brasileiros. Oferecemos ferramentas para construção de um futuro melhor, com mais informação e qualidade de vida.

Mudamos hábitos das comunidades, aumentamos conhecimento sobre comportamentos mais saudáveis, conscientizamos sobre qualidade de vida e prevenção de doenças.
Cuidar do lugar onde vivemos é essencial.
Agir localmente para reverberar globalmente é uma grande verdade pela qual lutam as boas organizações sem fins lucrativos, como a nossa. Também devemos sempre considerar que a qualidade de vida do ser humano está diretamente ligada à qualidade do meio ambiente. Ou seja, onde não há saneamento, destinação correta do lixo e florestas preservadas, não há (ou não haverá em breve espaço de tempo) saúde.

Esse cenário, que permite ressurgimento de doenças antes erradicadas, só mudará quando houver cooperação e sintonia entre governos, iniciativa privada, organizações da sociedade civil e população. Na Inmed Brasil, temos vários exemplos de como conseguimos alinhar interesses do setor público, com boas intenções da iniciativa privada e mobilização de comunidades.

Entre em nossas redes sociais, conheça nossos programas de educação, de desenvolvimento de bons hábitos de saúde e nutrição entre alunos de escolas públicas, de construção de hortas escolares e de preservação de nascentes, entre outros.

Diariamente, enfrentamos direta ou indiretamente os grandes problemas que assolam nosso país. Atuamos in loco para gerar frutos globais. Uma nascente preservada no município de Carolina, no Maranhão, pode ser crucial para o ecossistema nacional.

Políticos, empresários e cidadãos devem ter a exata noção da sua responsabilidade individual para o bem do Brasil. Essa consciência só virá por meio da educação, da informação e de ações que deixem clara a necessidade de mudança de hábitos e atitudes que prejudicam o meio ambiente, a cidadania e o desenvolvimento social.


Joyce Capelli, Diretora Executiva e Presidente da Inmed Brasil, durante ação com alunos da rede pública de ensino de São Paulo

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