Antonio Bokel lança livro com sua trajetória durante a SP-Arte 2017
Ver será lançado dia 8 de abril no Lounge SP, no Pavilhão da Bienal, apresentando um dos percursos mais instigantes da arte contemporânea no Brasil
Nos últimos 15 anos, o carioca Antonio Bokel testou quase todas as possibilidades da arte. Interage com o espaço urbano através do lambe-lambe de propaganda, das pichações e do grafite. O discurso das ruas, em palavras e a imagens, ganha vários outros significados com o uso de técnicas mistas. Colagem e fotografia. Os suportes utilizados por ele passam pela instalação, quadros, moda, esculturas. Artista incansável, seu acervo tão diverso contabiliza mais de três mil imagens. 100 delas, a parte mais representativa de sua trajetória em ordem cronológica, foi selecionada para o livro Antonio Bokel: Ver (Réptil Editora, 160 páginas, R$ 80, ISBN 978-85-99625-67-5). A obra, com textos dos curadores Vanda Klabin, Daniela Name, Oswaldo Carvalho, Mario Gioia e do artista plástico Pedro Sánchez será lançada dia 8 de abril no Pavilhão da Bienal, durante a feira internacional de arte moderna e contemporânea SP-Arte 2017.
Uma parceria da Réptil Editora com a Mercedes Viegas Galeria, o título percorre em 160 páginas os principais trabalhos do artista carioca. “Um diplomata talentoso, um articulador, um criador de mundos”. A análise é de Pedro Sánchez, um dos cinco convidados a observar a produção de Bokel. Sánchez analisa a movimentação de Antonio Bokel de um lugar privilegiado. Os dois dividem com Marcelo Macedo o ateliê e o espaço Galeria Quintal , no Rio Comprido, Zona Norte da capital carioca. Esse contato diário, permite que ainda se impressione com “a capacidade que Bookel tem de veicular, de fazer circular a sua produção quase compulsiva, com a independência e a autonomia que sustenta em relação ao circuito e aos cânones da arte contemporânea”.
O desenvolvimento da carreira de Antonio Bokel é acompanhado desde o início, quando ainda frequentava o curso de design gráfico da Univercidade. Antes mesmo de concluir a graduação, em 2004, ele já apresentava novos caminhos de interação com o espaço urbano, ao utilizar a propaganda de rua e pichações em seu trabalho. “O que parece banal torna-se objeto de investigação plástica e traz uma nova experiência para o seu fazer artístico”, aponta Vanda Klabin no texto de abertura: Antonio Bokel – Algumas considerações.
O artista fez a primeira exposição individual na Ken´s Gallery, em Florença (Itália). “Estava na cidade para pesquisar e estudar. Frequentava a galeria por curiosidade. Um dia, por acaso, fui convidado a mostrar minha produção”, recorda Antonio Bokel. Em 2016, ele voltou a expor na Europa, integrando o time de dez artistas escolhidos no mundo inteiro para compor a exposição Point of View, no Palácio da Pena, em Sintra (Portugal). O espaço, que pode ser comparado ao Inhotim, apresenta trabalhos ao ar livre, propõe uma ligação entre arte e natureza. Cura, nome de sua obra, traz três troncos formando um triângulo perfeito, que aponta para o Palácio da Pena. Cada tronco levara esculturas de bronze em forma de mãos que viram galhos de árvores, lembrando fábulas antigas. Esses galhos apontam para o centro do triângulo. Entre os troncos um chão de relva ajuda a reforçar a geometria perfeita do triângulo. Ao centro um pequeno banco para o espectador meditar e sentir os pontos de vistas desse altar.
Bienal de Gaia e outros Projetos em 2017 – Além do lançamento do seu livro, Antonio Bokel participa da SP-Arte expondo pinturas feitas em 2017 no espaço Mercedes Viegas Galeria, do Rio de Janeiro. “Na AM Galeria, de Belo Horizonte, o público pode ver a escultura Karma”, antecipa Bokel. Em julho, ele volta a Portugal para participar da 2ª Bienal Internacional de Arte de Gaia, na Região do Porto. A recém-inaugurada Aura Galeria, na Vila Madalena, em São Paulo, fará uma exposição individual de Antonio Bokel entre agosto e setembro de 2017.
Lançamento
O que: livro Antonio Bokel – Ver (Réptil Editora). 160 páginas. R$ 80.
Quando: 08 de abril de 2017, às 18h.
Onde: Lounge Sp-arte no Pavilhão Ciccilo Matarazzo (Pavilhão da Bienal). Parque do Ibirapuera – Portão 3.
Bio
Antonio Bokel nasceu no Rio de Janeiro, em 14 de abril de 1978. O contato com a arte começou bem antes do Curso de Design na Univercidade, onde se formou em 2004. “Um dos passatempos prefridos da infância era pintar com guache. Eu e uma tia, Vera Lucia, pintora autodidata, ficávamos horas pintando”, recorda Antonio. Os dois produziram uma vasta obra naïf. “Ela sugeria temas do lugar onde nasceu, na zona rural do Rio. Eu trazia as referências de um garoto urbano”.
Nesse acervo, guardado até hoje no apartamento da família, em Copacabana, há gravuras de pássaros, de plantas. “E outras escolhas de um menino urbano, que aceitava as sugestões, mas também pintava hambúgueres e frascos de ketchup”, lembra Bokel. Os muitos cartões postais enviados pela mãe, uma viajante profissional, também serviam de base para a produção para os quadros. Um dos eus projetos dele é transformar em exposição as obras dessa fase e o legado de Vera Lucia.
Na faculdade de Design Gráfico, Bokel teve aulas de fotografia, curso de modelo vivo com Bandeira de Mello, de pintura com João Magalhães, no Parque Laje, Rio de Janeiro. Em 2003, fez sua primeira exposição individual na Ken´s Gallery, na Via Lambertesca, em Florença (Itália). “Onde passei quase um ano, fazendo pesquisas e testando várias linguagens”. Ao retornar ao Rio, fundou a marca de moda Soul Seventy com a estilista Amanda Mujica. As peças eram vendidas na praia, no Posto 9, e logo foram parar na semana de moda carioca, o Fashion Rio.
Em 2008 participou da exposição de Verão na galeria Silvia Cintra + Box 4, neste mesmo ano e no e anos seguinte participou da SP arte, representado pela mesma, atingindo grande sucesso de vendas em 2009. Em 2010, realizou as exposições Cruzes e Credos, na Jaime Portas
Vilaseca Galeria, Rio de Janeiro, e AAAAA No Thing But Truth, na Sid Lee Collective Gallery, em Amsterdam, Holanda. Em 2011, participou da 1ª exposição ARTUR - Artistas Unidos em Residência, em Lagos, Portugal. Neste mesmo ano, também realizou duas exposições individuais: Corpus Cordex, no Centro Cultural Solar de Botafogo, Rio de Janeiro, e Grafitti
Error, na FB Gallery, Nova York. Em 2012, participa da exposição Gramática Urbana,no Centro de Arte Hélio Oiticica, Rio de Janeiro. No mesmo ano fez sua individual, Transfiguração do Rastro, no mesmo museu. 2013 participou da exposição e residência artística Movimentos
Paralelos na República Dominicana. Em 2014 mais uma exposição individual Na Periferia do Mundo com curadoria de Vanda Klabin , onde ocupou 5 salas do Centro Cultural Justiça Federal, no Rio de Janeiro. Foram no total 35 obras entre pinturas , fotografias , esculturas e vídeo. Seu
trabalho já foi publicado nas revistas brasileiras Zupi, Vizoo e Santa, e na espanhola Rojo. Seus trabalhos estão nas maiores coleções Brasileiras , como a de Gilberto Chateubriand e BGA
Investimentos. Bokel tem alguns trabalhos no acervo do MAM, museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, e do MAR museu de arte do Rio. Em 2015 foi um dos indicados ao prêmio PIPA. Em 2016 participa da exposição coletiva Point of View / site specific, nos jardins do Palácio da Pena,
em Sintra, Portugal. Atualmente é representado pela galeria Mercedes Viegas , no Rio de Janeiro, galeria Matias Brotas em Vitória e AM galeria em Belo Horizonte.
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