Fábula política evoca o conflito entre Israel e Palestina sob o olhar de uma criança
O protagonista de “O muro” passa a entender melhor o mundo onde vive ao cruzar barreira que separa sua cidade do desconhecido
O MURO
(The wall)
WILLIAM SUTCLIFFE
Páginas: 336
Preço: R$ 39,90
Tradução: Rodrigo Abreu
Editora: Record
Em “O muro”, fábula política que chega às livrarias pela Record no fim do março, o autor William Sutcliffe fala sobre os conflitos entre Israel e Palestina sob o olhar de uma criança. Joshua tem 13 anos e mora na fictícia Amarias, uma cidade isolada no topo de uma montanha, onde todas as casas são novíssimas e pouca coisa acontece. Na fronteira da cidade há um muro, guardado por soldados e por onde só é possível passar através de um posto de controle. Joshua não sabe bem o que há atrás do muro, mas sempre foi ensinado a ter medo. O muro está ali para mantê-lo protegido do que está do outro lado.
Mas um dia, a bola de futebol de Joshua cai num terreno abandonado da cidade. Lá, ele encontra um túnel, e a curiosidade acaba sendo maior do que o medo. O caminho dá no outro lado do muro e, ao chegar lá, ele percebe que tudo é diferente e, ao mesmo tempo, igual. Ali, a poucos metros dele, está uma cidade movimentada, com um cotidiano agitado, à qual ele nunca teve acesso. De repente, em meio ao fascínio, Joshua se vê perseguido por um grupo de meninos; ele não entende o que eles falam, mas vê claramente o ódio em seus olhos. Se o pegarem, serão capazes de matá-lo. O menino escapa graças à bondade de uma garotinha, que salva sua vida.
Joshua consegue voltar para casa são e salvo, mas a experiência terá um efeito transformador em sua vida. E também na de outras pessoas à sua volta. Tudo que ele sabe sobre lealdade e justiça vai ser posto à prova; e o garoto vai aprender, não de um jeito fácil, que toda história tem dois lados. Com a ajuda da inocência de seu narrador e das descrições e características, o autor faz referência – sem nunca citá-los explicitamente – aos conflitos entre Israel e Palestina e à situação da Cisjordânia, onde um muro separa os dois povos.
TRECHO:
“Olhando fixamente para esse cenário misterioso de estranheza e normalidade, esqueço minha intenção de espiar e ir embora. Mesmo quando um casal nota minha presença e fica olhando fixamente para mim durante um tempinho, sigo adiante, meus pés ainda são muito lentos para que eu me vire e volte. Então avisto um grupo de quatro garotos atravessando a rua na minha direção, vindo diretamente para cima de mim, bem rápido. São grandes, pelo menos um ou dois anos mais velhos do que eu, e os olhos deles parecem estar brilhando com uma intensidade estranha, cintilando com empolgação enquanto se aproximam de mim.
Grito em meus calcanhares e disparo pelo beco. Ouço os passos deles acelerarem enquanto me perseguem, os gritos furiosos explodindo, ecoando na coluna de ar abafado. Não consigo entender as palavras, mas obviamente não estão me dando uma saudação amistosa.”
Resenha no Guardian – bit.ly/2naCnI3
Resenha no Independent – ind.pn/2naCuTZ
Resenha no Scotsman – bit.ly/2nygpzC
William Sutcliffe é autor de seis livros, entre eles o best-seller internacional “Eu, minha (quase) namorada e o guru dela” e “O que te faça feliz”, ambos publicados pela Record. Seus livros foram traduzidos para mais de vinte idiomas. Mora em Edimburgo.
William Sutcliffe é autor de seis livros, entre eles o best-seller internacional “Eu, minha (quase) namorada e o guru dela” e “O que te faça feliz”, ambos publicados pela Record. Seus livros foram traduzidos para mais de vinte idiomas. Mora em Edimburgo.
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