Preparo do solo e plantio da cana-de-açúcar em debate
Seminario Biosul 2017/por Christiane Congro Comas |
O presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho falou sobre as “Perspectivas para o Setor Sucroenergético”. Ele falou da importância do Renova Bio – Biocombustíveis 2030, um plano nacional do Ministério de Minas e Energia, voltado para o desenvolvimento do setor de biocombustíveis, que será realizado em parceria com o setor sucroenergético nacional. “O objetivo é dobrar a produção brasileira de etanol, aumentando 20 bilhões de litros por safra, até 2030. Atualmente, o Brasil produz, em média, cerca de 30 bilhões de litros de etanol por safra”, disse Hollanda. Ele destacou ainda que a Biosul é umas das empresas que está participando da elaboração do Renova Bio. “A parceria com a Embrapa é fundamental para viabilizar resultados práticos que possam ser aplicadas pelas usinas”, finalizou ele.
O Chefe Geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Guilherme Lafourcade Asmus, ressaltou que um dos temas prioritários da Unidade é a agroenergia. “Trazer as demandas do setor de forma organizada para a pesquisa, por meio dessa parceria, é uma das iniciativas que tem possibilitado resultados positivos para todo o seguimento sucroenérgetico. “Esse seminário, é o primeiro da série planejada para 2017. Hoje, na Embrapa Agropecuária Oeste temos muitas pesquisas e atividades de transferência de tecnologia voltados para esse setor”, disse ele.
O diretor agrícola da Usina Laguna, de Baytaporã, Werner Semmelroth, disse que os seminários são muito técnicos e sempre possibilitam melhorias nos aspectos relacionados aos tratos culturais, manejo, melhorias do solo, controle de pragas e doenças. “As sugestões dos seminários têm possibilitado muitas melhorias para nosso trabalho, além de favorecer as trocas de informações informais. A Embrapa tem um corpo técnico muito bom, que conhece muito sobre diversos assuntos agrícolas de nossa região. A experiência da Embrapa tem nos ajudado bastante”, destacou Werner.
Com informações compiladas do aspecto climático, a partir de dados de diversos institutos nacionais e internacionais que realizam previsão do tempo, o pesquisador Claudio Lazzarotto apresentou as probabilidades e disponibilidade de chuvas para o outono. “Nos meses de março e abril, início das colheitas e plantio, as chuvas devem ser frequentes, porém com distribuição irregular”, disse ele.
Já o pesquisador Carlos Ricardo Fietz, da Embrapa Agropecuária Oeste, falou sobre fatores de risco climático para a cultura da cana-de-açúcar. Ele destacou que em Mato Grosso do Sul, além da quantidade das chuvas, sua distribuição é muito importante. Ele disse ainda que o plantio da cana-de-açúcar no inverno é de alto risco climático na região sul de Mato Grosso do Sul. O motivo é que os meses de junho, julho e agosto são os mais frios e com menos chuvas no ano. Saiba mais.
Fietz também falou sobre os plantios de cana-de-açúcar de ano e meio, que devem ser realizados preferencialmente entre dezembro e abril. “Com condições de umidade e temperatura do solo mais favoráveis, a brotação, emergência e estabelecimento dos canaviais é favorecida, diminuindo a quantidade de mudas por área e resultando em plantios com menor números de falhas”, explicou ele. Mais informações sobre esse assunto.
O pesquisador da Embrapa Agropecuária Oeste, Cesar José da Silva, salientou a importância dos plantios serem realizados preferencialmente no período recomendado pelo zoneamento de risco climático para a cana-de-açúcar em Mato Grosso do Sul, que estabelece o plantio de outubro a abril. Saiba mais. Clique aqui. Plantios fora deste período devem vir acompanhados de planejamento e utilização de técnicas agronômicas que auxiliam na redução dos efeitos negativos das condições agroclimáticas desfavoráveis, especialmente a baixa disponibilidade de água e temperaturas baixas do solo, que podem causar perdas significativas de produtividade. Para estas situações os plantios de inverno em áreas devem ser priorizados nas áreas onde é possível realizar a utilização de torta de filtro no sulco de plantio e a fertirrigação.
José Luís Coelho, da Antoniosi, falou das tendências e desafios do plantio mecanizado da cana-de-açúcar com plantadoras automatizadas. Henry Violin, da Adama, apresentou o fluensulfone, uma nova ferramenta para manejo de nematoides. José Carlos Rufato, da Syngenta, apresentou as novas tecnologias da empresa para o plantio de cana-de-açúcar. O consultor Luiz Romeu Voss falou de preparo de solo canteirizado. Ao final foi feito um debate, conduzido pelo gerente agrícola da Usina Passatempo (Biosev) Leandro Duarte.
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