Resultado de vendas de PCs em 2016 foi o pior dos últimos treze anos
Estudo da IDC aponta que no ano passado foram vendidos apenas 4,5 milhões de computadores no país, o menor volume desde 2004
“A venda de computadores em 2016 ficou dentro das nossas expectativas. Além da crise econômica que impactou o mercado, no ano passado houve mais interesse por smartphones, tablets e até por aparelhos televisores inteligentes, que oferecem a possibilidade de assistir a filmes e consumir entretenimento, em geral. Ou seja, o computador, que até 2012 era praticamente o único dispositivo a oferecer acesso a internet, ano a ano vem perdendo espaço para outros dispositivos”, diz Pedro Hagge, analista de pesquisa da IDC Brasil.
Além da queda nas vendas, a receita com a venda de PCs também diminuiu em 2016: o mercado todo faturou R$ 10,9 milhões ano passado, contra R$ 15,3 milhões em 2015. “O tíquete médio dos computadores em 2016 foi de R$ 2.413, enquanto em 2015 foi de R$ 2.326 e, em 2014 foi de R$ 1.694. “A alta nos preços deve-se a fatores como a alta do dólar e a chegada ao mercado de equipamentos mais robustos. Antes os fabricantes ‘brigavam’ para oferecer o menor preço, e hoje lutam por rentabilidade. O resultado é um mercado mais saudável e com equipamentos de melhor qualidade”.
4º trimestre de 2016
Ainda segundo o estudo da IDC Brasil, entre os meses de outubro e dezembro de 2016 foram vendidos 1,2 milhão de computadores no país, ou seja, queda de 11% em relação ao mesmo período de 2015. Do total de equipamentos, 450 mil foram desktops (queda de 15% na comparação com 2015) e 770 mil foram notebooks (queda de 9% na comparação com 2015). Em relação ao terceiro trimestre de 2016, houve um crescimento de 17%, sendo que desktops tiveram um incremento de 21% e notebooks de 14%. Segundo o analista da IDC, o último trimestre foi o mais forte do ano, representando 27% do mercado total de 2016. “Muitos varejistas abasteceram seus estoques para a Black Friday e para o Natal”.
Previsão para 2017
A tendência, segundo a IDC Brasil, é que o mercado se estabilize em 2017, mantendo os 4,5 milhões de computadores vendidos no ano passado. “Mesmo que a economia melhore, não devemos ter um incremento nas vendas este ano. O mercado de computadores é maduro e a vida útil das máquinas tem passado dos seis anos, já que a qualidade é melhor e o uso tem sido dividido com outros dispositivos. Para se destacar no mercado, os fabricantes precisam inovar e oferecer produtos com preços acessíveis”, finaliza Hagge.
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