DIVINA MARAVILHOSA terá quarta edição dia 12 de maio, na Serraria Souza Pinto - Marcelo Veronez convida Elza Soares, Linn da Quebrada, MC Carol, Toda Deseo, Lá da Favelinha e Alô Abacaxi
NO LINE-UP: MARCELO VERONEZ CONVIDA ELZA SOARES, LINN DA QUEBRADA,
MC CAROL, TODA DESEO, LÁ DA FAVELINHA – DISPUTA NERVOSA E ALÔ ABACAXI
Foto/Divulgação |
"Em 2015, quando a Divina nasceu, a presença de transgêneros ou não binários ainda era um buchicho para o grande público, mesmo que em nichos, nomes já fossem reconhecidos. O empoderamento feminino estava em ascensão. A militância de gênero e a necessidade de representatividade já estavam gritando. E o surgimento dessa programação, que já foi uma demanda tão reprimida, se tornou uma necessidade que grita com tanta força que a Divina cresceu, ganhou cara de festival, a grande mídia não ignora mais e a sociedade, inevitavelmente, fará o mesmo", conta Gigi Favacho, idealizadora e produtora da festa.
A curadoria do evento busca acompanhar criações artísticas que falem de demandas sociais urgentes, associando o entretenimento aos propósitos desta geração. Além das atrações musicais, performances e exposições trazem provocações pertinentes ao tema: Carô Renó e Sérgio Andersapresentam uma performance lírica; Karen Corrêa e Ana Luiza Gonçalves levam seus Corpos Poéticos; e duas exposições fotográficas complementam a programação, o porn art em República Zero, de Randolpho Lamonier e as personagens da Guaicurus em Aparecidas, de Bianca Aun.
A Divina Maravilhosa é um espaço aberto para todos que se sintam livres, para todos que respeitam as diversas formas de ser e estar no mundo. O ser humano é transitório e mutável, “estou assim hoje e quero exercer a liberdade de ser assim e poder mudar isso quando sentir necessidade”, comenta Gigi. Nascer mulher ou homem não pode encerrar numa caixinha que ordena como se portar, como se vestir, como pensar, como se divertir.
Sobre o line-up:
A representatividade foi o grande balizador da curadoria artística. "Para que se seja reconhecido e tenha sua dignidade assegurada e respeitada é preciso que você exista. E a gente não existe se não é visto. É preciso que a sociedade veja transgêneros também na posição de artistas-criadores, são só como observados, objeto de pesquisa e tema. É preciso que mulheres sejam reconhecidas em suas atuações criativas, conquistando mais espaços de visibilidade", explica Gigi Favacho.
MC Carol é reconhecida como um símbolo feminista e da luta contra o racismo velado que ainda existe no Brasil. Linn da Quebrada pode ser considerada bicha, trans, preta e periférica, nem ator, nem atriz: atroz. Bailarinx, performer e terrorista de gênero, encontrou na música - em específico, o funk - uma poderosa arma na luta pela quebra de paradigmas sexuais, de gênero e corpo.
O bloco Alô Abacaxi estourou no carnaval de Belô já em seu primeiro cortejo neste ano, com o irreverente resgate do repertório tropicalista de Caetano, Gil e Tom Zé misturado a repiques e tamborins.
Marcelo Veronez, já reconhecido como representante do grito bicha-queer-lama-glam da cena alternativa da cidade, faz o pré-lançamento de seu primeiro disco na Divina. Narciso Deu Um Grito é fruto do encontro de Veronez com parceiros de criação de longa estrada como Thiago Delegado, Di Souza, Milena Torres, Roda de Timbau, Corte Devassa, Deh Mussulini, LG Lopes, Brisa Marques e Lira Ribas. O artista apresenta novas canções e músicas de seu repertório, despontando com sua performance teatral e sensual, dividindo o palco com a icônica Elza Soares, A Mulher do Fim do Mundo.
“Elza é uma das cantoras mais importantes do mundo, inigualável, é força e potência. Nesse momento em que a gente vive, sua presença de mulher negra e sua história realizam um arco de resistência muito importante. Elza passou por tudo que esse país pode oferecer de terrível: fome, racismo, violência, machismo, apedrejamento, esquecimento. Ela deu a volta por cima com sua absurda vontade de superação e com um talento musical raro, é muito difícil encontrar uma Elza Soares por aí. E ela não desiste, ela segue em frente”, diz Veronez.
E completa: “O discurso dela ficou mais combativo a partir do século XXI. Elza não dorme no ponto, ela está sempre ligada às questões da juventude, das mulheres, ela se atualiza. Elza é norte. Pensar que vou estar ao mesmo tempo, no mesmo palco que ela, cantando com ela, é algo que me deixa com o coração aos saltos e os olhos marejados. Que seja bem-vinda e que a gente saiba celebrar e festejar essa bandeira de vida!”.
Ingressos Solidários
Em edições anteriores a festa promoveu uma grande campanha de arrecadação de utensílios femininos destinados a mulheres trans em situação de rua. Desta vez, o ingresso solidário da Divina será convertido em doação para a manutenção do projeto Lá Da Favelinha, iniciativa do MC Kdu dos Anjos que atende a comunidade do Aglomerado da Serra desde 2015, com oficinas, dança, grupos de estudo da Cultura Hip Hop, aulas de línguas, empreendedorismo e outros. Além da campanha de doação, a Divina Maravilhosa coordenará, em parceria com o Lá da Favelinha, um projeto ao longo de 2017 de acolhimento e debates sobre gênero e sexualidade com a comunidade.
SERVIÇOS:
Divina Maravilhosa, com Marcelo Veronez convida Elza Soares, Linn da Quebrada, MC Carol, Toda Deseo, Lá da Favelinha – Disputa Nervosa e bloco Alô Abacaxi.
Data: 12 de maio
Horário: das 21h00 às 07h00
Local: Serraria Souza Pinto (Av. Assis Chateaubriand, 809 – Centro).
Ingressos: sympla.com.br
1º LOTE - Meia - R$30/ Solidário - R$35*/ Inteira - R$60
2º LOTE - Meia - R$40/ Solidário - R$45*/ Inteira - R$80
3º LOTE - Meia - R$50/ Solidário - R$55*/ Inteira - R$100
*INGRESSO SOLIDÁRIO: na doação de R$ 5 para o projeto Lá da Favelinha, paga-se meia-entrada.
Informações: www.divinamaravilhosa.com.br
Nenhum comentário