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Mudanças no texto da Reforma da Previdência não devem alterar voto dos parlamentares

As mudanças já sinalizadas pelo governo no texto que propõe a reforma da Previdência não devem impactar a posição dos deputados federais. É o que revela o Radar da Previdência, a partir de uma pesquisa realizada pela Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco), que ouviu até o momento cerca de 400 deputados. Entre os parlamentares abordados, 57% são contrários à Proposta de Emenda Constitucional 287/2016.

Nesta terça-feira (18), o deputado e relator da PEC, Arthur Oliveira Maia (PPS-BA), deverá apresentar o novo relatório sobre a proposta. Na semana passada, uma versão preliminar foi levada aos líderes para sugestões. Para o presidente da Fenafisco, Charles Alcantara, o cenário atual em torno da reforma da Previdência confirma os riscos que o texto original traria para a sociedade e ressalta que nenhuma das mudanças que serão anunciadas amenizam os impactos de uma reforma. “Já temos conhecimento do que vem por aí e sabemos que alguns remendos serão anunciados na tentativa de convencer os parlamentares que são contrários ou ainda não tem posição. Sabemos que não há um debate sério em torno dessa reforma e que o texto que se pretende aprovar somente beneficiará o governo e o mercado financeiro, ao passar para a sociedade uma conta que não é dela”, afirma.

O Radar da Previdência também apontou que entre os deputados ouvidos sobre qual seria seu voto caso a PEC 287 fosse colocada em pauta hoje. Desses, apenas 5% se manifestaram favoráveis e 10% declararam-se indecisos. Do total, 27% dos parlamentares abordados pelos pesquisadores preferiram não se pronunciar e apenas 19% autorizaram a divulgação de sua imagem e voto pelo Radar.

Segundo o presidente da entidade, o extrato do Radar causa certo espanto, não pelo resultado de quem seria contra ou a favor das mudanças propostas na PEC 287/2016, mas pelo receio dos parlamentares em autorizar a divulgação de como irão votar. "Essa postura é no mínimo estranha e precisa levar o eleitor, que é o povo brasileiro, a se questionar. Como o candidato que eles elegeram vai votar na reforma da Previdência? Isso precisa ser público, transparente. É isso que a sociedade precisa fazer: questionar e cobrar o seu deputado. Porque não querem revelar o seu voto? Seria o medo das próximas eleições no ano que vem? ”, indaga Alcantara.

A reunião da comissão especial para discutir o parecer do relator está prevista para as 11 horas, no plenário 2. O novo relatório da PEC da reforma será discutido e votado na comissão. Os deputados podem, no entanto, pedir para votar em separado algumas das 130 emendas apresentadas e que não tenham sido acolhidas pelo relator.

O voto é deles. O poder é do povo.

A entidade que representa mais de 30 sindicatos afiliados em todo o País e cerca de 35 mil servidores fiscais tributários estaduais e distritais lançou uma importante campanha para alertar a sociedade sobre os riscos da PEC que propõe a Reforma da Previdência. Intitulada “O voto é deles. O poder é do povo”, a campanha tem esclarecido à população sobre o que está por trás do “déficit” e como cada cidadão pode exercer o seu papel junto aos candidatos que elegeram.

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