Reportagem sobre o aumento do consumo de café na China grava entrevistas no Café Morro Grande
A matéria jornalística foi produzida pela Rede Bandeirantes em parceria com a CCTV, emissora estatal da China
A reportagem abordou as diversas etapas do café desde a sua chegada ao Brasil há quase 300 anos, vindo da África. História, plantação, estocagem, comercialização e até a degustação antes de chegar à mesa dos consumidores foram destaques para mostrar como fazer a bebida que já é tradicional entre os brasileiros e começa a ser preferência na China.
De acordo com Eduardo Carvalhaes, conselheiro do Museu do Café, “o grão tem a história do povo brasileiro e do país como Nação, pois ajudou a construir a economia brasileira”, disse em entrevista ao jornalista Márcio Campos, que num paralelo sobre o consumo explicou que 80% das famílias brasileiras fazem café em casa. No total, cada pessoa saboreia cerca de 482 xícaras por ano.
Na China, segundo o jornalista Gabriel Yin Yue, os números ainda não são tão expressivos, mas começam a crescer. Atualmente, o país oriental consume apenas 2% do café produzido no mundo. “Mas está na moda”, brincou.
A reportagem também ouviu agricultores e especialistas. O agricultor Joel Fahl contou que o café está na família desde o seu tataravó, quando chegou da Alemanha em 1852. “Ele veio na condição de colono e foi passando de pai para filho, sempre ligado nesta cultura”.
Em números, a produção do nosso cafezinho foi uma das maiores da história em 2016, com mais de 50 milhões de sacas de 60 quilos, fortalecendo a posição entre os grandes produtores mundiais e importante responsável pelo crescimento da economia nacional, com potencial para o comércio internacional. “Vemos a China com grande poder comercial para importação do café, inclusive por causa dos atuais incrementos tecnológicos”, disse Cristiano Braga, gerente de exportações da Apex Brasil.
No Café Morro Grande, conforme detalhado na reportagem, os grãos são adquiridos, em sua maioria, de fazendas do sul de Minas Gerais e da região Mogiana, no interior de São Paulo. “Ao chegar na empresa, o café é separado por lotes de acordo com as características do grão”, explicou Sidney Fernandes, gerente comercial.
Para mostrar como é definido o blend de cada café, o jornalista Márcio Campos conversou com Wilson Gomes, degustador do Café Morro Grande. Após a retirada das amostras, o café é misturado no laboratório para ser avaliado. Após o processo, ele experimenta cada xícara antes de autorizar o embalado do pó ou do grão para o consumo. Uma dica de Gomes é que deve ser degustado sem açúcar. “Para perceber o aroma e a substância”, disse.
Para completar a reportagem, Campos e Yue mostraram que cada vez mais o café está em todos os ambientes: desde os bares, cafeterias e restaurantes de São Paulo e da China. Em Beijing, o gosto pela bebida também varia de paladar. Hoje já são três milhões de consumidores em todo o país, que tomam entre duas a quatro xícaras por ano, em média. A maioria prefere instantâneo, mas os que são feitos com grãos moídos na hora nas cafeterias vêm se popularizando. Becos e áreas comerciais são aconchegantes lugares para encontrar um café autêntico, coado de forma manual.
Todas essas mudanças no hábito de consumir café estão transformando a China em um país com enorme potencial comprador de marcas brasileiras. O economista Roberto Giannetti considera “o café um item a mais para somar na pauta das exportações brasileiras. Já vendemos para a China, mas ainda é reduzido”, comentou.
Para encerrar a reportagem, os jornalistas foram até o Museu do Café, sediado em Santos (SP) e mostraram outras características dos dois países, como as peças de moer os grãos da bebida mais amada do Brasil depois da água.
SOBRE A CCTV - A Televisão Central da China ou China Central Television, geralmente abreviada por CCTV, é a maior rede de televisão da República Popular da China. Foi ao ar no dia 2 de setembro de 1958. É uma empresa pública sob a alçada Ministério de Rádio, Televisão e Filme da China. A sede fica na cidade de Pequim.
SOBRE O CAFÉ MORRO GRANDE - A história do Café Morro Grande começou a ser escrita em 1930 e, até hoje, mantém-se atualizada, sempre acrescida de novos capítulos, que detalham conquistas como a modernização fabril, as certificações de qualidade e as ações de responsabilidade social.
Desde o campo, onde um especialista escolhe os melhores grãos, passando pelo transporte e armazenagem, até chegar à mesa dos consumidores, é mantida constante análise. Toda a preocupação é resultado do compromisso e da responsabilidade entre os envolvidos no processo de produção. Uma cuidadosa seleção de grãos é o primeiro passo, que segue por torradores e moinhos de alta tecnologia, rigoroso controle de qualidade e perfeita padronização.
Cada tipo de café é planejado e controlado desde a composição do seu blend, passando pelo ponto de torra, granulometria e tipo de embalagem. Para manter a homogeneidade, incluindo peso e sabor, existe um procedimento de controle sistematizado. Os grãos são padronizados para que o consumidor reconheça, sempre, o mesmo paladar.
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