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Russos e venezuelanos competem com brasileiros quando o assunto é investir nos EUA

Os brasileiros continuam mirando nos Estados Unidos, principalmente na Flórida, para investir em imóveis residenciais e em negócios como franquias de grandes empresas ou compra de casas para locação por curtos períodos, até porque os juros de financiamento são mais baixos e os trâmites lá são bem mais simples. O cliente, para comprovar renda, só precisa apresentar uma carta do contador que faz suas declarações de imposto e outra do gerente de um banco qualquer no Brasil, além de referências comerciais para mostrar que é um bom pagador.

Léo e Daniel Ickowicz, brasileiros sócios da Elite International Realty, moram em Miami há quase trinta anos e são verdadeiros anfitriões de seus conterrâneos e também do público de outros lugares do mundo que aposta em Miami como um local para investimentos de vários tipos. Eles contam sobre as principais diferenças de quem os procura.

Apesar de as relações estarem instáveis na era Trump entre México e EUA, o mexicano enxerga em Miami um excelente custo-benefício, mas, historicamente, sempre comprou mais na Califórnia. O comprador mexicano, em geral, é bastante sofisticado e está comprando sua segunda ou terceira casa. Já tem algo na Califórnia ou em outra cidade litorânea do México (Cancun / Acapulco, por exemplo) e busca algo na praia de Sunny Isles ou em Aventura, próximo ao Aventura Mall, um dos shoppings mais queridos pelos brasileiros – e por outros estrangeiros, também.

Com a mudança de governo na Argentina, o otimismo voltou ao país e os argentinos estão indo à Flórida em grandes números, com foco no lazer, mas aproveitam para negociar imóveis. A Argentina também fez uma anistia, chamada de “Blanqueo de capitales”, e isso tem impulsionado aquisições no exterior. Agora, com o dinheiro declarado, se sentem à vontade para comprar bens no exterior de forma transparente.

Os venezuelanos há muitos anos são os maiores compradores de imóveis em Miami e região. A instabilidade econômica e a fragilidade política são fatores extremamente motivadores. Com isso, a maioria dos investidores está comprando imóveis em Miami e já não vive na Venezuela. Eles estão no Panamá, na Espanha ou mesmo já morando na Flórida, temporariamente ou definitivamente.

A Rússia está com problemas desde 2015, devido à desvalorização de sua moeda em relação ao dólar e à redução de valores de commodities, especificamente o petróleo. “A partir do fim de 2016, notamos que os russos estavam voltando. Já não buscam os imóveis de lazer na praia (faixa de US$ 2 milhões) e sim imóveis mais modestos na região de Aventura (US$ 500.000), com a finalidade de morar na Flórida. É outro perfil de comprador, comparado ao que veio nos últimos anos, porém é um comprador que está ajudando a mover o mercado local”, afirma Léo Ickowicz.

A Turquia está passando por uma turbulência política sem precedentes. A segurança pública é considerada um problema fundamental e o principal desafio para o país e sua população. Aos poucos, estão começando a descobrir a Flórida como um destino para diversificar seu capital. Existem voos diretos de Miami a Istanbul e isso sempre facilita e motiva bastante.

“Por vários anos, o público que mais comprou em Miami foi o brasileiro, que está agora em terceiro lugar no pódio. O comprador mexicano tem papel de destaque e o argentino, que tinha desaparecido, está voltando. O venezuelano ainda é um mercado importante. Países como a Rússia voltam a investir. A Turquia tem uma classe média com bom poder aquisitivo, que, devido aos conflitos com o Oriente Médio, está de olho nos EUA”, conclui Léo.

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