Se você construir, eles virão
Recentemente, assisti ao vídeo de uma empresa de desenvolvimento humano que trabalhou uma dinâmica interessante, com objetivo de despertar o espírito de colaboração das pessoas. A ideia era reunir líderes empresariais e separá-los em grupos. O objetivo? Que cada grupo montasse uma bicicleta no menor tempo possível. O que não foi contado, é que no ‘kit de montagem’ estavam faltando ferramentas para completar a tarefa.
Ao mesmo tempo em que cada grupo suava a camisa para resolver “o seu problema”, técnicos especializados em montagem caminhavam livremente pela sala, com uma camiseta identificando: ‘Técnico de Bicicletas’, afinal, nem todo mundo passou a infância montando e desmontando bicicletas. O curioso é que as ferramentas necessárias estavam todas na sala, só que cada uma na mão de um grupo diferente.
O resultado era, de certa forma, esperado. Ao final, nenhum dos grupos conseguiu cumprir a tarefa, mesmo com um técnico e todas as ferramentas à disposição. No ambiente, diga-se de passagem, nenhum dos grupos chegou a consultar o técnico!
Ao término do tempo combinado, o coordenador trouxe à sala um grupo de crianças que iria ganhar cada uma das bicicletas. O desafio foi encarar as crianças com o presente ‘pela metade’. A despeito do tom emocional da dinâmica, o que me chamou a atenção não foi a dinâmica em si, mas o preço que a competição pode cobrar.
Embora já comece a ser estranho, boa parte das empresas com as quais lido ainda busca como prioridade em suas estratégias de relacionamento com clientes, vender mais e mais rápido. Poucas se perguntam: “Por quê?”. É natural que, quando se está com fome, talvez a única palavra que venha a mente seja “comida”! Da mesma forma, uma empresa que passa dificuldades financeiras só pensará naturalmente em... vender. Vale ressaltar que esta referência, de vender mais e mais rápido costuma ser mais acentuado nas empresas que já são prósperas financeiramente.
Por fim, o vídeo me trouxe a reflexão de que talvez a competição não seja algo tão bom assim. Costumo indicar para nossos clientes que a empresa deveria primeiro olhar para si, fazer uma autoanálise, para compreender qual seu verdadeiro propósito, o motivo pelo qual a empresa ‘acorda de manhã’.
Com esta clareza, é inevitável que a empresa, muito rapidamente, olhe para o cliente. Afinal, não há empresa sem clientes. Se ela olha para si, compreende que o que ela faz, precisa ser entregue para alguém, isto é, a empresa sempre trabalha para o cliente. Mesmo para empresas que buscam atrair investidores com frases bonitas como: “Nosso objetivo é gerar valor para os acionistas”, isso só irá ocorrer se ela primeiro gerar valor para os clientes.
Essa história toda me fez lembrar do antigo filme estrelado por Kevin Costner,Campo dos Sonhos, em que a célebre frase: “If you built it, they will come” (“Se você construir, eles virão”), permeia a película. O desafio na dinâmica, porém, é que “eles vieram mesmo sem o ‘campo’ estar pronto”.
Na minha visão, o cliente sempre está lá fora esperando para ser servido, porém ele tende a escolher a empresa que está realmente disposta a servir. Se você assistiu ao filme, talvez se lembre que os desafios para construir o campo não foram poucos e não foram simples, mas quando se acredita que algo é possível, as coisas realmente acontecem.
Acredito que, quando cada uma das pessoas, dentro e fora da empresa, têm a clareza do Porque a empresa existe como instituição, as conexões, os motivos e, eventualmente, algumas batalhas passam a fazer sentido. Se a briga é só com a ‘empresa do lado’, ganha-se pouco, e o cliente não leva nada.
Ao final do vídeo, as crianças entram na sala e cada uma das bicicletas é naturalmente finalizada. Isso me traz a referência de que, quando o cliente é incluído como parte da empresa, ele tende a colaborar para que as coisas aconteçam.
Leonardo Barci
CEO da youDb, blogueiro da Exame.com, autor do livro “Além do Lucro – Tocando o invisível no Relacionamento Empresa-Cliente” e co-autor do livro “Mind The Gap – Porque o Relacionamento com Clientes vem antes do Marketing”
Ao mesmo tempo em que cada grupo suava a camisa para resolver “o seu problema”, técnicos especializados em montagem caminhavam livremente pela sala, com uma camiseta identificando: ‘Técnico de Bicicletas’, afinal, nem todo mundo passou a infância montando e desmontando bicicletas. O curioso é que as ferramentas necessárias estavam todas na sala, só que cada uma na mão de um grupo diferente.
O resultado era, de certa forma, esperado. Ao final, nenhum dos grupos conseguiu cumprir a tarefa, mesmo com um técnico e todas as ferramentas à disposição. No ambiente, diga-se de passagem, nenhum dos grupos chegou a consultar o técnico!
Ao término do tempo combinado, o coordenador trouxe à sala um grupo de crianças que iria ganhar cada uma das bicicletas. O desafio foi encarar as crianças com o presente ‘pela metade’. A despeito do tom emocional da dinâmica, o que me chamou a atenção não foi a dinâmica em si, mas o preço que a competição pode cobrar.
Embora já comece a ser estranho, boa parte das empresas com as quais lido ainda busca como prioridade em suas estratégias de relacionamento com clientes, vender mais e mais rápido. Poucas se perguntam: “Por quê?”. É natural que, quando se está com fome, talvez a única palavra que venha a mente seja “comida”! Da mesma forma, uma empresa que passa dificuldades financeiras só pensará naturalmente em... vender. Vale ressaltar que esta referência, de vender mais e mais rápido costuma ser mais acentuado nas empresas que já são prósperas financeiramente.
Por fim, o vídeo me trouxe a reflexão de que talvez a competição não seja algo tão bom assim. Costumo indicar para nossos clientes que a empresa deveria primeiro olhar para si, fazer uma autoanálise, para compreender qual seu verdadeiro propósito, o motivo pelo qual a empresa ‘acorda de manhã’.
Com esta clareza, é inevitável que a empresa, muito rapidamente, olhe para o cliente. Afinal, não há empresa sem clientes. Se ela olha para si, compreende que o que ela faz, precisa ser entregue para alguém, isto é, a empresa sempre trabalha para o cliente. Mesmo para empresas que buscam atrair investidores com frases bonitas como: “Nosso objetivo é gerar valor para os acionistas”, isso só irá ocorrer se ela primeiro gerar valor para os clientes.
Essa história toda me fez lembrar do antigo filme estrelado por Kevin Costner,Campo dos Sonhos, em que a célebre frase: “If you built it, they will come” (“Se você construir, eles virão”), permeia a película. O desafio na dinâmica, porém, é que “eles vieram mesmo sem o ‘campo’ estar pronto”.
Na minha visão, o cliente sempre está lá fora esperando para ser servido, porém ele tende a escolher a empresa que está realmente disposta a servir. Se você assistiu ao filme, talvez se lembre que os desafios para construir o campo não foram poucos e não foram simples, mas quando se acredita que algo é possível, as coisas realmente acontecem.
Acredito que, quando cada uma das pessoas, dentro e fora da empresa, têm a clareza do Porque a empresa existe como instituição, as conexões, os motivos e, eventualmente, algumas batalhas passam a fazer sentido. Se a briga é só com a ‘empresa do lado’, ganha-se pouco, e o cliente não leva nada.
Ao final do vídeo, as crianças entram na sala e cada uma das bicicletas é naturalmente finalizada. Isso me traz a referência de que, quando o cliente é incluído como parte da empresa, ele tende a colaborar para que as coisas aconteçam.
Leonardo Barci
CEO da youDb, blogueiro da Exame.com, autor do livro “Além do Lucro – Tocando o invisível no Relacionamento Empresa-Cliente” e co-autor do livro “Mind The Gap – Porque o Relacionamento com Clientes vem antes do Marketing”
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