Anac aprova uso de drones no Brasil. Empresários comentam nova regra
Expectativa do mercado é que regulamentação normatize procedimentos e garanta seguranças operacional e jurídica, impactando no crescimento do setor
“A demora na regulamentação estava prejudicando o setor, que busca mais produtividade, rapidez e segurança nos projetos”, destaca Luís Neto Guimarães, CEO da Drone Store, empresa pioneira na comercialização e manutenção de drones no Brasil e uma das maiores do mercado nacional. “O potencial de uso dos aparelhos ainda não foi completamente explorado. O mercado está descobrindo aos poucos novas aplicações comerciais. Contar com uma legislação que regulamente as atividades, sem dúvidas, é um passo importante rumo à consolidação do setor”, destaca.
A regulamentação sobre uso dos aparelhos era aguardada para a primeira quinzena de abril. O voto do diretor da Anac Ricardo Fenelon chegou a ser lido na reunião do último dia 4, mas um pedido de vista adiou a decisão. Enquanto as normas não eram estabelecidas, os equipamentos estavam num limbo: não eram proibidos e nem totalmente liberados. Como a comercialização não era proibida, eram vendidos livremente.
Setor - O mercado brasileiro de drones tem conseguido crescer e até dobrar o faturamento, mesmo sob o impacto da maior recessão econômica da história do país. Mapeamento recente das empresas do setor, feito pela MundoGeo, aponta que, das mais de 700 empresas presentes em todos os estados brasileiros, 60% ficam nas cidades do interior e 40% nas capitais. 80% delas foram criadas há dois anos e média de crescimento de 30% para 2017.
Formado por importadores, fabricantes e prestadores de serviços, sobretudo de pequeno e médio portes, o mercado é pulverizado em diversos players, uma característica recorrente na área de tecnologia. Mesmo em crescimento, as empresas ainda estão focadas principalmente em aplicações nas áreas de engenharia, agropecuária e segurança.
“Quem pretende atuar no setor deve ficar atento às tendências internacionais e exercitar a criatividade quanto aos tipos de serviço que os drones podem realizar, já que atualmente o uso comercial dos equipamentos se limita a substituir outros objetos voadores, como aviões e helicópteros, em monitoramento e filmagem de grandes áreas”, pontua Luís Neto Guimarães.
Projeções - O mercado de drones deve ganhar impulso a partir deste ano, segundo o Gartner. A consultoria projeta aumento na receita global de 34%, atingindo mais de US$ 6 bilhões em 2017, podendo chegar a US$ 11,2 bilhões até 2020. Serão 3 milhões desses dispositivos produzidos e vendidos no ano, um número 39% maior em comparação a 2016. Na próxima década, de acordo com projeções da ABI Research, o setor crescerá 32% por ano em média, atingindo US$ 30 bilhões.
DroneShow Latin America - A nova regulamentação será destaque na terceira edição do DroneShow Latin America, um dos eventos mais tradicionais do setor, que acontece de 9 a 11 de maio, no Centro de Convenções Frei Caneca, em São Paulo. O evento reunirá pesquisadores, especialistas, usuários, estudantes, empresários e tomadores de decisão do mercado latino americano. Além da regulamentação, a programação do DroneShow 2017 também irá abordar temas ligados a empreendedorismo, tecnologias e robótica, além de formação de pilotos, demonstrações de voos com manobras e mini-corridas. Ainda estarão em pauta seminários e cursos nas áreas de agricultura, mapeamento, questões ambientais, segurança e defesa, transportes, mineração, infraestrutura, serviços de emergência, gestão pública e entretenimento.
Drone Store – Fundada em 2013, a Drone Store é a primeira loja especializada na comercialização e manutenção de drones no Brasil. Distribuidora oficial no mercado interno da chinesa DJI, líder mundial na fabricação de drones com 70% do market share global, a empresa é a única assistência técnica autorizada da fabricante no país.
Com mais de 5000 clientes em quatro anos de operação, a empresa atende em loja física e online, com distribuição em todo o país. Dentre os clientes estão organizações dos setores de construção civil, agropecuária, infraestrutura, audiovisual e educação, além de outros. Entre os modelos mais comercializados pela Drone Store, que também presta assistência técnica, estão o Phantom 4 Pro, Mavic Pro e o Inspire 2.
A empresa é liderada por Luís Neto Guimarães, empreendedor que começou a atuar no mercado de drones em 2010. Na época, Guimarães adquiriu um aparelho por R$ 15 mil e logo percebeu o potencial do mercado, chegando a ter um vídeo publicado pelo New York Post. Hoje, o empresário se dedica à comercialização e à manutenção dos aparelhos, além da realização de cursos e treinamentos para utilização de drones em todas as áreas.
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