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Risco cibernético: ele ganhou força no Brasil e pode atacar a sua empresa

*Por Alvaro Igrejas

O mundo virtual é seguro para você e sua empresa? Saiba que os ataques cibernéticos, dignos de grandes tramas de ação do cinema, estão no mundo real e hoje representam uma ameaça a corporações e governos de grandes nações. Já imaginou um hacker atacar os computadores de sua empresa para pedir resgate? Ter a sua base de dados destruída ou violada? Estes exemplos podem gerar prejuízos e danos gravíssimos a pessoas e empresas, materiais e à imagem.

O Brasil é o país que mais recebe ataques cibernéticos na América Latina e está entre as primeiras posições do ranking mundial. Com a chegada da internet e de tecnologias, muitos processos mudaram nas empresas, nas operações, logística, armazenamento e compartilhamento de informações. Isso gerou eficiência na era globalizada, mas como consequência também trouxe maior vulnerabilidade em relação a estes dados.

Os ataques cibernéticos são considerados quase tão graves pela indústria do seguro quanto as catástrofes naturais. Ambos acarretam perdas bilionárias. Segundo os especialistas em análise de riscos das empresas, o risco cibernético já é considerado uma das cinco maiores exposições, apontando que as empresas estão realmente suscetíveis a sofrerem prejuízos.

Crimes praticados por hackers cresceram 197% no Brasil entre 2013 e 2014 representando o maior alvo da América Latina, e com posição avançada na lista mundial (os que mais realizam ataques cibernéticos hoje são EUA, China e Rússia) segundo o Centro de Estudos, Respostas e Tratamento de Segurança (Cert.br). Globalmente, a cada minuto são criados 45 novos vírus, 200 novos sites maliciosos, 5.000 novas versões de malware, 180 identidades são roubadas e 2 milhões de dólares são perdidos.

Na Alemanha, por exemplo, quase um milhão de usuários ficaram sem TV, telefone e Internet por causa de um ataque cibernético. Outra onda de ataques maciços contra um provedor de internet interrompeu os serviços de páginas na web de grandes empresas e meios de comunicação internacionais. Os ataques do tipo ransomware, em que os hackers criptografam ou bloqueiam o sistema de computador de uma organização e, em seguida, exigem resgate para descriptografá-lo ou liberá-lo, têm aumentado e preocupado grandes organizações.

O risco causado pela exposição de dados e informações das empresas hoje em dia é determinante para fomentar o seguro de cyber riscos. As apólices não são apenas de responsabilidade civil, e sim de cobertura tanto de danos a terceiros quanto para o tomador do seguro. No caso de situações de suspeitas de invasões, por exemplo, podem ser utilizados os serviços de empresas especializadas em realizar varreduras em sistema operacionais, justamente com o objetivo de evitar sinistros no futuro.

Para a proteção, alguns itens de cobertura são indispensáveis para as empresas, e é aí que o papel do consultor, corretor de seguros ganha relevância. Entender o seu tipo de negócio é essencial na tomada de decisão, com base em análises de especialistas (que variam da área jurídica a de tecnologia), assim como saber as melhores opções e consequências baseadas em casos já vivenciados pelo mercado internacional, entre outros.

As empresas brasileiras já estão se movimentando e se preocupando com o risco. O alerta é motivado pelo número de ataques em relação a baixa penetração de seguros cibernéticos entre as companhias. O crescimento da conscientização sobre a exposição no meio digital e as mudanças regulatórias vai acelerar o desenvolvimento do seguro contra riscos cibernéticos.

Pense rápido: os seus dados e os dados de sua empresa estão realmente seguros?

*Alvaro Igrejas é Head de Linhas Financeiras, Garantia e Crédito da Willis Towers Watson Brasil

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