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Vestibular Fatecs: o que o candidato deve saber antes de definir o curso que vai fazer

Para educadores do CPS, aptidões, realização pessoal e possibilidades do mercado são alguns dos fatores que devem nortear a escolha da graduação

Laboratório do curso de Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Fatec Ipiranga, na Capital/Foto: Gastão Guedes
Um período de efervescência na vida de milhares de jovens no Brasil com frequência se dá quando se aproxima o momento dos vestibulares. É uma época de várias mudanças, que trazem a perspectiva de uma vida nova, junto a novos colegas e, muitas vezes, em outra cidade, longe do olhar vigilante dos pais. Um rito de passagem que também vem acompanhado de ansiedade e angústia diante de uma decisão com potencial para afetar definitivamente o rumo da vida destes estudantes: a escolha do curso superior.

Para o jovem, há muitos pontos a levar em conta: vocações, habilidades e interesses pessoais, condição social e financeira, possibilidades do mercado de trabalho na cidade ou região onde mora e até o rumo que outros colegas estão seguindo. A escolha pode afetar também os pais. Enquanto uns impõem escolhas em busca de suas realizações pessoais por meio dos filhos, outros acabam sofrendo junto com eles no momento de indecisão. Fazer uma escolha ruim pode levar o jovem a abandonar o curso ou não exercer a profissão, o que gera frustração e sensação de tempo perdido.

“Escolher um curso superior é algo sério, pois o que está em jogo é a carreira e o futuro do aluno”, diz a coordenadora de projetos da Unidade de Ensino Médio e Técnico (Cetec), do Centro Paula Souza (CPS), Rosemeire Ferraz. “O jovem deve se questionar: ‘Com que eu quero trabalhar? Como eu me imagino como profissional? Quais foram meus sonhos desde criança?’ Além disso, é importante fazer pesquisas sobre o campo de trabalho e retorno financeiro.”

A qualidade das instituições de ensino e dos cursos também são fatores a serem levados em conta. “É recomendável conversar com ex-alunos, pesquisar e visitar universidades e faculdades”, aconselha o diretor do Departamento Acadêmico Pedagógico da Unidade de Ensino Superior de Graduação (Cesu) do CPS, André Braun. “A idoneidade e tradição de determinada instituição de ensino no curso pretendido, a taxa de empregabilidade dos egressos, a nota de avaliação no Exame Nacional de Desempenho de Estudantes (Enade), por exemplo, são indicadores que podem embasar melhor a escolha do aluno.”

Ensino Superior Tecnológico

Todos os semestres, milhares de estudantes prestam o Vestibular das Faculdades de Tecnologia (Fatecs) do Estado de São Paulo – no primeiro semestre de 2017 foram aproximadamente 65 mil inscritos (média de 4,16 candidatos por vaga). As 66 Fatecs, distribuídas em 60 municípios paulistas, oferecem 73 cursos de graduação tecnológica em áreas tão distintas quanto indústria, saúde, construção civil, agronegócio e turismo. Duas novas unidades integram o processo seletivo para o segundo semestre: Araraquara e Araras.

Assim como os de bacharelado e de licenciatura, os cursos das Fatecs são de nível superior com o diferencial de serem direcionados para demandas mais específicas de determinado setor produtivo. “As matrizes curriculares e propostas pedagógicas têm um alinhamento maior com o mundo do trabalho e os setores de produção de bens, serviços e tecnologias”, explica Braun.

Enquanto as graduações tradicionais oferecem conhecimentos mais gerais, como em um curso de Engenharia Mecânica, por exemplo, o superior tecnológico das Fatecs procura atender diversas especificidades do setor, por meio de cursos como Mecânica Automobilística, Mecânica de Precisão, Mecânica na Modalidade Processos de Produção, Mecânica na Modalidade Projetos e Mecânica: Processos de Soldagem.

O índice de empregabilidade dos tecnólogos formados pelas Fatecs até um ano após a conclusão do curso é de 92%, um indicador da sintonia entre o conteúdo acadêmico e as necessidades do mercado.

Técnicos que viram tecnólogos

De acordo com Rosemeire, as Escolas Técnicas Estaduais (Etecs) desenvolvem ações com o objetivo de orientar alunos dos Ensinos Médio e Técnico na tomada de decisão. “São visitas técnicas em universidades, feiras com empreendedores e estudantes e palestras feitas nas unidades escolares por professores e convidados.”

Geralmente, alunos do Ensino Técnico costumam ter mais facilidade no direcionamento de uma possível continuidade da vida acadêmica, uma vez que, assim como nos cursos de graduação, o conteúdo é direcionado ao mundo do trabalho. “Por também se tratar de educação profissional, os oriundos desses cursos podem ter uma proximidade maior com os componentes curriculares profissionalizantes”, afirma Braun.

Isso não quer dizer que técnicos devam obrigatoriamente se tornar tecnólogos ou que estudantes do Ensino Médio regular não tenham futuro em uma Fatec. Mas a quantidade de técnicos entre os aprovados no Vestibular das Fatecs é relevante: 18%, segundo dados da mais recente edição do Relatório Socioeconômico do Vestibular das Fatecs – elaborado pela Fundação de Apoio à Tecnologia (FAT), instituição responsável pelos processos seletivos das unidades do CPS.

Uma ferramenta útil para auxiliar estudantes na escolha de um curso superior de tecnologia é o Guia das Profissões Tecnológicas, disponível online. A publicação traz a relação de cursos divididos por eixo tecnológico, cidades e faculdades.

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