Boas meninas vão para o céu
Alice Schuch pede cuidado para as ventagens pessoais momentâneas
Palestrante, escritora e pesquisadora do universo feminino, Alice Schuch
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“Negar muitas vezes nos causa mal-estar, nervosismo. A violência da recusa parece residir em crermos que emiti-la fere o destinatário, assim como muitas de nós nos sentimos magoadas quando recebemos um não como resposta. Negações estão ligadas à imagem da maldade e convertem-se em uma negação a nós mesmas, pois somente ´meninas boas´ vão para o céu”, mostra Alice.
O dizer “não fui eu” constitui-se assim em um ausentar-se, em um dissimular, em uma forma de neutralizar o protagonismo pessoal. “Assim, minimizar as nossas ambições fazendo-nos pequenas, débeis, insignificantes, como se desse modo estivéssemos protegidas”, completa.
Essa atitude transforma-se em defesa constante de uma inércia e leva a busca por atalhos que evitam o posicionamento. No entanto, fazer-se invisível torna-se a ruína, a maior das desproteções: “deixamos espaços abertos para que outros pensem, falem e façam”, alerta Alice Schuch.
A vida é cheia de lutas e de disputas. Por isso, conduz a palestrante, a cada estímulo, a cada situação, a cada oportunidade é preciso estar preparado para reagir na busca do aumento pessoal, da personalidade, do espaço territorial, do projeto existencial.
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