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Boas meninas vão para o céu

Alice Schuch pede cuidado para as ventagens pessoais momentâneas 

Palestrante, escritora e pesquisadora do universo feminino, Alice Schuch
Divulgação
Muitas vezes o ímpeto de dizer “não fui eu” é um resquício de preguiça pueril mantida de modo constante também na fase adulta, isto é, aquela velha tática pela qual a menina, dizendo sim, adaptando-se, obtinha na família, com a mamãe, com o papai, gratificações imediatas. Então, naquele estilo de vida apreendido tinha o atalho a certas vantagens. Em algumas situações, explica a palestrante, pesquisadora e escritora Alice Schuch, desde a tenra idade nos adaptamos para desfrutar vantagens pessoais momentâneas, iniciando assim o processo que fragiliza a capacidade de defender posições, enfrentar problemas, de resiliência.

“Negar muitas vezes nos causa mal-estar, nervosismo. A violência da recusa parece residir em crermos que emiti-la fere o destinatário, assim como muitas de nós nos sentimos magoadas quando recebemos um não como resposta. Negações estão ligadas à imagem da maldade e convertem-se em uma negação a nós mesmas, pois somente ´meninas boas´ vão para o céu”, mostra Alice.

O dizer “não fui eu” constitui-se assim em um ausentar-se, em um dissimular, em uma forma de neutralizar o protagonismo pessoal. “Assim, minimizar as nossas ambições fazendo-nos pequenas, débeis, insignificantes, como se desse modo estivéssemos protegidas”, completa.

Essa atitude transforma-se em defesa constante de uma inércia e leva a busca por atalhos que evitam o posicionamento. No entanto, fazer-se invisível torna-se a ruína, a maior das desproteções: “deixamos espaços abertos para que outros pensem, falem e façam”, alerta Alice Schuch.

A vida é cheia de lutas e de disputas. Por isso, conduz a palestrante, a cada estímulo, a cada situação, a cada oportunidade é preciso estar preparado para reagir na busca do aumento pessoal, da personalidade, do espaço territorial, do projeto existencial.

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