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Heroínas inspiradoras

Por Alessandra Cerri

Acredito muito nas quatro leis da espiritualidade ensinadas na Índia e uma delas ficou muito evidente para mim: “A pessoa que vem é a pessoa certa”. As pessoas que interagem conosco têm uma razão de estar em nossas vidas e temos que estar com elas, pois de uma forma ou de outra nos ajudam a crescer e evoluir.

Pois bem, neste mês duas situações me deixaram isso muito claro. Estava na sala de um hospital aguardando para fazer uns exames de rotina e na longa espera uma mulher (Taís) e uma menina (Júlia), muito iluminadas, param ao meu lado e começamos conversar. Logo percebo que as enfermeiras e funcionários param e cumprimentam a menina sempre com muito carinho e proximidade. Na hora pensei: “ela deve vir sempre aqui, pois conhece todo mundo”.

Eis que, então, a mãe começa a relatar a história dessa menina que nasceu com paralisia cerebral, já passou por diversos procedimentos e, recentemente, por uma cirurgia corretiva no pé e mês que vem fará a tão esperada cirurgia cerebral que diminuirá os danos causados por esse problema que implicam em constantes ataques epiléticos.

Fiquei comovida com essa mãe me contando a luta incessante que a família está enfrentando para oferecer o melhor para a guerreira Júlia. Fiquei encantada pela maneira como mãe e filha contavam suas histórias, de forma leve, sempre sorrindo e agradecendo por todas as vitórias já conquistadas nessa batalha. Fui tocada profundamente pela fé inabalável de que daqui a algum tempo elas estarão comemorando o sucesso dessa cirurgia cerebral com uma festa de 15 anos.

Desde aquele dia rezo pela Júlia e a mentalizo linda em sua festa tão sonhada. No mesmo dia (sim, pasme, no mesmo dia) fui almoçar com outra guerreira: Ana Angélica, uma amiga muito querida que lutou heroicamente contra um câncer, vencendo batalhas que emocionam a todos que estão a seu redor e motivam os que precisam encontrar forças.

Pois bem, nesses dois encontros fui sensibilizada pela força dessas mulheres: Júlia, Taís e Ana Angélica. Mulheres que estão passando por momentos decisivos em suas vidas, momentos pesados, sofridos e mesmo assim têm um sorriso nos lábios, um olhar amigo e um semblante de esperança que nos dão a certeza que vencerão.

À noite, fazendo meus agradecimentos, lembrei-me delas e agradeci demais por esses encontros, pois me confirmaram algo que vejo na teoria e acredito muito: o ser humano é integrado, suas crenças positivas somadas à sua espiritualidade, ao valor dado às pessoas ao redor, são ferramentas que nos fortalecem e que nos auxiliam a passar por momentos difíceis de forma mais leve e confiante. Percebi também que ser positiva e amável faz parte de um perfil que devemos aprender a alimentar diante de qualquer situação.

Essas três mulheres tiveram sempre uma palavra gentil às pessoas que as cercavam, não interessava se era uma enfermeira que vinha fazer um curativo dolorido, um garçom que trazia um pedido errado ou alguém que vinha simplesmente conversar. São pessoas que lutam suas batalhas pessoais, mas ainda assim distribuem gentilezas, sorrisos, dando demonstração de fé e oferecendo lições de vida para aqueles que queiram ver.

Por isso, resolvi dividir essas histórias com você, para reforçar sua fé (seja ela qual for), lembrar-te do valor das pessoas que estão ao seu redor (cada um a sua maneira pode contribuir para sua evolução e aprendizado), e lembrar-te da importância do seu sorriso e otimismo (eles diminuem o medo, auxiliam a melhorar sua energia e geram reações benéficas em seu organismo).

E, para finalizar, deixo você com outra lei da espiritualidade que diz “ Aconteceu a única coisa que poderia ter acontecido”, ou seja, passamos pelo que temos que passar simplesmente porque estamos aqui para aprender, evoluir e crescer. E isso nos ajuda a entender que toda situação tem o seu porque, nos ajudam a olhar para frente sem ficar remoendo e voltando constantemente ao passado.

Ou seja, vivamos a vida que temos, lutemos nossas batalhas acreditando em nós mesmos (não deposite seu êxito ou fracasso em ninguém), nas pessoas que estão ao nosso redor e, claro, numa força muito suprema que guia a tudo e a todos.

Namastê e até a próxima!

Alessandra Cerri é sócia-diretora do centro de longevidade e atualização de Piracicaba (CLAP)

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