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Recuperação do varejo só se dará com melhora do emprego e renda, avalia SPC Brasil

Com grande contingente de brasileiros em busca de recolocação profissional, tendência é de que oferta de empregos seja com salários mais baixos do que no período pré-crise

O presidente do SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito), Roque Pellizzaro Junior, avalia que a recuperação do varejo depende de sinais mais consistentes de melhora da empregabilidade e aumento da renda. Dados divulgados hoje pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) mostram que o número de desempregados cresceu 2,1 pontos percentuais em um ano, passando de 11,2% para 13,3% no trimestre entre março e maio. Isso representa um contingente de 13,8 milhões de brasileiros desocupados, o pior número para o trimestre avaliado desde 2012.

Para Pellizzaro Junior, a manutenção da massa de desempregados em um patamar elevado reforça a tese de que a recuperação da economia e do varejo será lenta e gradual, podendo sofrer solavancos em um cenário de instabilidade política. “A retomada do crescimento, quando vier, ainda demandará tempo para traduzir-se em aumento do emprego e da renda, que são os fatores que mais impactam no consumo. O fator emprego é o último componente da economia a apresentar melhora em um processo de recuperação. Isso quer dizer que, mesmo que a economia comece a se desenhar uma recuperação mais sólida, haverá ainda uma defasagem até que o emprego comece a reagir”, explica Pellizzaro Junior.

Com um grande contingente de trabalhadores em busca de recolocação profissional, a tendência é de que na retomada das contratações, os salários oferecidos sejam mais baixos do que o patamar que prevalecia antes da crise. “Outro fator que sai prejudicado é a produtividade do brasileiro. Afastados do mercado de trabalhado por um longo período, há uma natural perda de qualificação de mão de obra”, afirma Pellizzaro Junior.

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