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Cirurgia bariátrica revisional: indicada em caso de reincidência da obesidade

Pacientes que fazem a cirurgia bariátrica e não mudam hábitos antigos podem voltar engordar

Imagem: Pixabay

Quando tratamentos convencionais não funcionam e a vida do paciente está em risco, é que a cirurgia bariátrica se torna recomendada para um indivíduo com quadro de obesidade. Visando alterações no sistema digestivo e no processo natural da digestão a fim de facilitar a perda de peso, a cirurgia bariátrica pode ser a esperança de uma segunda chance. Mas ela nem sempre é definitiva. Cerca de 5 a 8% dos procedimentos podem falhar, ocasionando uma operação de revisão.

O paciente pós-bariátrica

Antes de mais nada, o paciente deve entender que a cirurgia bariátrica não é uma cura para a obesidade. Segundo os especialistas, ela apenas dá uma segunda chance, a possibilidade para um recomeço, na qual hábitos saudáveis devem se tornar parte do dia a dia. Mas a ameaça da obesidade é crônica e estará sempre presente.

Quando o indivíduo passa a achar que está livre da obesidade e pode levar a vida da maneira que quiser, é onde as chances do procedimento de cirurgia bariátrica ser revertido começam a crescer.

O cirurgião bariátrico Dr. Paulo Reis explica: “Existe uma parcela dos pacientes que fazem cirurgia bariátrica e voltam a ganhar peso ao longo dos anos. Isso traz ao paciente uma ansiedade muito grande, porque na cabeça dele, ele fez um procedimento que deveria ter um sucesso de forma milagrosa, mas não adiantou nada”.

Causas do procedimento falhar

A cirurgia bariátrica está sujeita a falhas como qualquer procedimento. Mas essas falhas podem ser tanto por parte dos hábitos de vida do paciente, quanto da cirurgia em si. Pode ocorrer um deslocamento interno do intestino, que necessita de correção por videolaparoscopia. Esses deslocamentos podem ocorrer após qualquer cirurgia abdominal, inclusive as cirurgias da obesidade.

Problemas técnicos de anatomia também podem acontecer e exigir uma alteração, como a retirada de anel em cirurgia tipo Fobi-Capella, Fístula Gastro-Gástrica que é a comunicação entre o estômago pequeno e o estômago excluso, que interfere na perda de peso. Também pode ocorrer do estômago ficar muito grande ou dilatado, haver um desvio intestinal insuficiente, entre outros.

Geralmente, a causa mais comum é a mentalidade do paciente que passou pela cirurgia, mas não passou pela reeducação alimentar e alteração no estilo de vida. Quando isso ocorre, inevitavelmente a obesidade voltará a ameaçar.

“Geralmente, são pacientes que não mudam seus hábitos e tentam burlar a cirurgia. São pacientes que não praticam atividade física, se alimentam das coisas erradas, principalmente ricas em carboidratos. Eles não fizeram um reset da sua vida, querem continuar fazendo as mesmas coisas de antes”, conta o Dr. Paulo Reis.

Recomendações

O ideal é que o paciente tenha conhecimento do seu próprio corpo e saiba quando está começando a passar do ponto e recuperar peso. A consulta a um nutricionista pode ser a resposta para evitar que o quadro avance e o estado de obesidade apareça novamente. Entrar numa dieta pode ser a solução mais simples para prevenir a cirurgia revisional.

Além do mais, o indivíduo às vezes não tem conhecimento das limitações da bariátrica e pode cair no erro de pensar que esse procedimento pode ser feito quando ele precisar, independente do número de vezes.

O Dr. Paulo Reis alerta: “Não convém ficar fazendo a cirurgia bariátrica revisional, pois é preciso abrir o paciente, mexendo em órgãos como intestino, estômago, então ele tem que entender que a bariátrica não é um procedimento estético. Tem seus limites”.

Seguir as recomendações do cirurgião, ter acompanhamento médico e mudar o estilo de vida são essenciais. “Acompanhamento médico e alimentação regrada é o segredo. O paciente que não muda os hábitos e não passa por uma reeducação alimentar, não está seguro em relação a cirurgia bariátrica. A chance dele engordar novamente é muito grande”, conclui o cirurgião bariátrico Dr. Paulo Reis.

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