Dia do Orgulho Autista é oportunidade para a visibilidade de pessoas com TEA
Esclarecer a sociedade sobre as características das pessoas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) e promover a neurodiversidade, ou seja, o reconhecimento de que o funcionamento cerebral de algumas pessoas é diferente do que é considerado típico na sociedade: esses são alguns dos focos do Dia do Orgulho Autista, data celebrada no dia 18 de junho em todo o mundo e, que desde o ano da sua criação, em 2005, tem a intenção de demonstrar para a população que o autismo não é uma doença, mas uma condição com características específicas que trazem desafios, não só para o indivíduo mas também para seus familiares e a comunidade. Por esse motivo, o CENSA Betim, instituição com 56 anos de trabalhos nessa área e que tem entre seus educandos, mais de 60 pessoas nesta condição, destaca a importância da data.
De acordo com a mestre em psicologia e diretora do CENSA Betim, Natália Costa, é muito importante celebrar e conscientizar a sociedade acerca da luta pelos direitos daqueles que possuem diagnóstico de TEA. “O dia 18 de junho é um marco para mostrar as barreiras e dificuldades enfrentadas pelos autistas e suas famílias na sociedade. Isso, porque muitas pessoas já ouviram falar, mas poucas sabem que o autismo é um transtorno do desenvolvimento que, de acordo com a severidade das características de cada indivíduo, pode ser diagnosticado em 3 níveis diferentes. O autismo possui causas multifatoriais, incluindo predisposição genética e fatores ambientais. Por isso, ele se torna tão importante de ser diagnosticado precocemente, para iniciar a estimulação precoce, oferendo condições adequadas ao pleno desenvolvimento do indivíduo”, comenta a gestora da instituição especializada no atendimento e suporte às pessoas com autismo associado à deficiência intelectual.
Segundo Natália Costa, mesmo com a massificação da data desde o ano de 2005, ainda existe uma questão muito séria, que é a do preconceito e consequentemente da discriminação com relação à pessoa com TEA.. “É necessário informar a sociedade acerca do TEA, que atinge cerca de 2 milhões de brasileiros e 70 milhões de pessoas em todo o mundo, asseverando que o indivíduo não se restringe a um diagnóstico. Sendo assim o diagnóstico não é um destino, mas sim um dos pontos de partida para se estabelecer um plano de intervenção, principalmente quando se apresenta com outras comorbidades como a deficiência intelectual e a epilepsia. Neste contexto, o CENSA Betim ,é referência nacional no assunto, com equipe transdisciplinar especializada nos cuidados e pessoas com autismo grave associado a outros tipos de deficiências, transtornos e síndromes. Atualmente o CENSA atende cerca de 100 educandos, sendo que 60% com diagnóstico de autismo”, comenta.
Compromisso
Em relação ao trabalho que o CENSA Betim vem realizando há tantos anos em prol dessas pessoas, Natália Costa afirma que a instituição mantém sempre em evidência o compromisso de promover a plena participação de todas as pessoas com autismo na sociedade, garantindo o apoio necessário para que elas possam exercer seus direitos e liberdades fundamentais. "O trabalho do CENSA com a pessoa com autismo é norteado pelos cuidados básicos e educação socializadora, atendimento com equipe transdisciplinar e estabelecimento de uma rotina funcional com vistas à aquisição de um repertório comportamental que possibilite maior independência e inclusão social. Trabalhamos também com as famílias, no sentindo de instrumentaliza-las a lidar com episódios e intercorrências comuns, tais como: crises de agitação psicomotora, comportamentos auto lesivos e outras situações que possam gerar dano à pessoa com autismo", salienta.
Cuidados pervasivos
Para a mestre em psicologia e diretora do CENSA Betim, a atenção dispensada para uma pessoa adulta com diagnóstico de autismo e deficiência intelectual de moderada a severa, significa, na maioria dos casos, cuidados pervasivos, ou seja, tem que ter um maior número de profissionais envolvidos durante 24 horas por dia e ao longo de toda a vida do indivíduo. "Os desafios são muitos. Talvez, o maior deles é estabelecer um plano de atendimento efetivo para aquela pessoa que teve um diagnóstico tardio, pouca ou nenhuma intervenção na infância e na adolescência. Outro aspecto que que é muito desafiador, é lidar com pessoas com outros diagnósticos e comorbidades associadas ao autismo, como deficiência intelectual severa, epilepsia de difícil controle e comportamentos disruptivos Por isso, o acompanhamento de uma equipe transdisciplinar constante, tanto para o indivíduo, quanto para a família da pessoa com autismo, no intuito de oferecer condições favoráveis para uma melhor qualidade de vida, é indispensável", concluiu Natália Costa.
CENSA Betim
Fundado em 1964, o CENSA Betim é referência nacional nos cuidados a pessoas com deficiência intelectual, associada ou não a outros transtornos, e da sua família, assegurando-lhes qualidade de vida e uma educação socializadora. A instituição conta com uma equipe transdisciplinar, composta por profissionais da medicina, psicologia, psiquiatria, além de cuidadores e educadores. Se destaca por oferecer uma proposta diferenciada, com atividades esportivas e recreativas, escolaridade especial, equitação e oficinas de música, teatro e artesanato, em um ambiente familiar e integrado à natureza.
CENSA Betim
Rodovia Fernão Dias, Km 494 – S/N Betim – MG
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