5 passos para se tornar um investidor anjo e lucrar em 2021
* Por Theo Braga
O termo investidor-anjo vem ganhando
destaque e com os realities shows sobre esse tipo de atividade, recebeu ainda
mais notoriedade. E, obviamente que, para nós atuantes na área, isso é
excelente por dois motivos. Primeiro, jogam luz sobre muitos novos negócios
promissores e fazem com que empresários por trás das startups busquem se
qualificar antes de procurar por aporte. Segundo, desperta nos empreendedores e
pessoas interessadas nesse tipo de negócio a necessidade de se preparem com
afinco antes de começarem a investir.
Para que se tenha uma ideia, segundo pesquisa
realizada pela Anjos do Brasil, organização sem fins lucrativos que fomenta o
crescimento do investimento-anjo para o apoio ao empreendedorismo de
inovação brasileiro, o valor aportado por investidores-anjo no Brasil mais do
que dobrou na última década, saltou de R$ 450 milhões para cifras acima de R$ 1
bilhão em 2019. Já o ticket médio investido subiu de R$ 85 mil, em 2011, para
R$ 129 mil, em 2019, um crescimento de 44%.
Há um tempo, o grande dilema no mundo
corporativo era a questão "Como Davi irá enfrentar Golias?", ou seja,
como pequenas empresas, em estágio inicial, vão competir com as empresas
consolidadas no mercado, mas agora são as startups que desafiam as grandes
estruturas, pois elas crescem rapidamente sem necessariamente aumentar o custo
da operação, hoje o cenário mudou e o que vemos é o "Como Golias enfrenta
Davi?", afinal, com a disseminação da atividade e com centenas de cases de
sucesso espalhados pelo país, muitos empresários e executivos desejam se tornar
investidores-anjo com o objetivo de multiplicar o seu capital. E o que se
espera ao apostar em uma nova empresa é que ela deslanche, apresente um maior valuation, seja reconhecida
pelo mercado e, assim, a participação do investidor-anjo também cresça para que
obtenha o retorno almejado.
Pensando nisso, reuni cinco dicas
básicas para quem entrar nessa jornada e investir:
1 – Como escolher em qual negócio
investir?
Você receberá muitas ofertas de startups pedindo
investimento, por isso, é importante ter tempo para fazer um filtro com as
melhores oportunidades. Depois disso, é importante estudar o pitch de cada empresa, ou
seja, a apresentação resumida de cada negócio para entender com clareza e
transparência cada informação passada. Analise ainda o mercado potencial, a
aceitação pelo público-alvo, e se o modelo de negócios é viável para
você.
Quando se está iniciando na área, é
normal que todo o ecossistema pareça um campo misterioso a ser explorado. Por
isso, ao pensar no modelo de empresa e no valor a ser aplicado, tenha em mente
que investimentos são relacionamentos de longo prazo. Então, é necessário
estudar bem o novo negócio para que, antes de tomar a decisão, você tenha
monitorado e avaliado suficientemente a startup
para entender o comprometimento do empresário (ou empresários) e os resultados
gerados até então.
2 – Não tenha pressa
Nenhum investidor-anjo quer um retorno
imediato. Pelo contrário, ele está em busca de empresas com grande potencial de
crescimento para multiplicar o seu investimento. Tendo em vista de que estamos
falando de negócios que, em sua maioria, estão em estágio inicial, o investidor
só ganhará dinheiro quando a empresa estiver consolidada. Isso porque o seu
percentual só irá aumentar se o negócio crescer. E quanto melhor ele estiver,
mais bem sucedida será a venda da sua participação. Sendo assim, esse processo
pode demorar em torno de 3 a 7 anos.
3 - O lucro não é seu
É bom lembrar que o investidor-anjo
profissional não tem interesse em receber divisões do lucro. O interesse dele é
que a startup se desenvolva,
portanto, prefere que essa receita seja reinvestida no crescimento da empresa.
É preciso ter em mente que estamos falando de um investimento de risco e que
todo o capital gerado deve ser reinvestido para que a empresa expanda. Assim, o
investidor-anjo profissional não é um sócio e, geralmente, não se comporta como
tal, logo, não tem interesse em receber as participações do lucro, pelo
contrário, aquele que faz isso prejudica a startup
e a si próprio, pois dificultará outras entradas de investidores e, como
consequência, o crescimento da empresa.
4 – Quanto e como investir?
Hoje, o investimento pode girar entre
R$50.000,00 e R$500.000,00 em média, mas não existe uma regra exata. O
importante é que haja um acordo mútuo com regras contratuais bem definidas.
A respeito da porcentagem, o mais comum
é que o investidor receba algo em torno de 5 a 15%, pois um valor maior que
esse pode atrapalhar as rodadas seguintes de investimento que serão
extremamente importantes para o sucesso dos negócios.
Uma dica valiosa: você também pode
investir em rede e distribuir seu capital em vários negócios para dividir o seu
risco. Um exemplo: se você tem três startups
que estão em busca de investidor-anjo, ao invés de apostar em apenas uma, você
pode partilhar seu capital para cada uma delas e os outros investidores
completam o valor restante.
5 – Busque por conhecimento sempre,
mesmo que você esteja no topo
O mundo dos negócios traz novas
atualizações e estratégias todos os dias, a tecnologia também tem avançado e vem
trazendo soluções cada dia mais impactantes, por isso, quem não busca entender
todas as evoluções da sociedade, acaba por não entender as necessidades de cada
cultura, cada nicho de negócios e, com isso, pode deixar de investir e perder
oportunidades únicas.
Participe de eventos do universo das startups, além de trocar
experiências com investidores que já aportaram recursos nesse setor, converse
também com empreendedores que já receberam investimento e procure compreender o
que esperam e como pode contribuir com sua experiência. Um espaço bem bacana
para isso é o Campus São Paulo, que tem uma agenda mensal para conectar os
players empreendedores, investidores, aceleradoras, etc. Destaco também a
Jornada Anjo Investidor, que acontece nos dias 23 e 24 de abril, em evento
online, transmitido ao vivo, diretamente do hotel Radisson Vila Olimpia, em São
Paulo, e depois nos dias 21 e 22 de maiio, presencialmente, no mesmo endereço.
Realizado pela Smart Money Education (SME), escola de dinheiro inteligente e negócios
inovadores, o encontro irá mostrar aos participantes como investir em startups de maneira
profissional e se tornar um investidor-anjo qualificado.
Nesse ecossistema é muito importante
conversar com outros investidores mais experientes e aprender com seus erros e
acertos. Estar entre os melhores é também ser humilde. Você tem muito a doar,
mas tenha a certeza de que tem muito a receber, portanto, mesmo para quem já
tem alguns anos de experiência, a busca pelo conhecimento é uma forma de
aprimorar a sua expertise e oferecer suas experiências e o conhecimento
adquiridos. Entenda que tem muita gente jovem em busca de aprendizado, mas é
uma possibilidade de abrir novos olhares voltados para o futuro. Essa é a
melhor forma de construirmos um Brasil melhor, empreendendo e dando
oportunidade para a inovação.
* Theo Braga é um jovem anjo-investidor,
CEO da Smart Money Education (SME), escola que promove e instiga a ousadia em
para líderes e empreendedores para que eles façam diferente dos demais
investidores e players de mercado
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