Economia da recorrência, tendência que já faz parte da vida de consumidores e também de empresas
*Claudio Dias - CEO da Pagolivre
Economia
da recorrência. Você já ouviu falar? Tendência nos últimos anos, já faz parte
do cotidiano de muitos brasileiros e tem mudado a forma como os
estabelecimentos comercializam mercadorias e serviços, inclusive impactando
diretamente na relação com os clientes.
Com
certeza você assina algum serviço de streaming
como Netflix, por exemplo, ou ainda uma assinatura digital de revistas, clubes
de vinhos, produtos para pets, academias etc. Tudo isso é economia da
recorrência. São marcas, produtos e serviços que prezam a experiência do
consumidor e vendem tudo no modelo de assinatura, mesmo que seja por tempo
determinado, como um pacote de 6 meses, por exemplo.
Você
sabia que até carros por assinatura já aderiram ao modelo de recorrência? É o
que mostra um estudo da Similarweb, consultoria de inteligência de mercado que
apontou em 2021, entre os meses de janeiro e maio, visitas em sites de busca a
partir do termo “carro por assinatura”, no total de 91.500. Em relação ao ano
de 2020 o crescimento foi em torno de 457,9%.
As
empresas encontraram uma forma prática e ágil de reter o consumidor por um
período mais longo, apostando nas suas preferências. Se você usa sempre a mesma
ração para o seu pet, por exemplo, não precisa ir toda semana comprar, basta
assinar o serviço e receber em casa, muito mais simples e confiável,
principalmente agora, que o distanciamento é tão importante para o combate da
Covid-19.
Mas como
funciona esse modelo de assinatura, quais as vantagens e como as empresas se
adaptam a esse novo modelo de negócios?
Empresas
que comercializam produtos e serviços por meio de planos parcelados,
assinaturas ou mensalidade estão englobados no modelo de economia da
recorrência, pois não realizam uma venda única, mas sim permitem o acesso – a
compra de forma recorrente.
O
conceito pode até ser novo, mas trocar a posse pelo uso, em tempos atuais é
mais vantajoso, já que você economiza tempo, realiza o pagamento com segurança
e garante a qualidade do produto ou serviço de sua preferência pelo período que
escolher, no conforto da sua casa.
Para as
empresas, o modelo da recorrência gera mais receita e ainda fideliza o cliente,
que ao se identificar com uma marca, considera ainda o bom atendimento e
facilidades no pagamento.
A palavra
de ordem na economia da recorrência é o acesso e com isso as empresas enxergam
previsibilidade em suas receitas, pois com o consumo recorrente, é muito mais fácil
prever o faturamento e, principalmente, planejar o orçamento e investimentos
para meses futuros, assim estabiliza o fluxo de caixa e reduz ou controla o
custo de aquisição de estoque de mercadorias.
Para o
consumidor, a economia da recorrência permite acesso a produtos e serviços
sempre novos e modernos, além de comodidade, mais segurança e garantia de que
receberá exatamente aquilo que está acostumado a usar.
O
relacionamento entre cliente e empresa também se fortalece com a economia da
recorrência, os deixando muito mais próximos. É possível inclusive aumentar o
ticket médio oferecendo outros produtos e serviços aos clientes da própria
base.
E
diferentes tipos de negócios podem se beneficiar da economia da recorrência,
como; lojas, clínicas de estética, consultórios, escolas de idiomas, petshops,
indústrias de bebidas, entregas de comidas, congelados e doces, tecnologia no
modelo de SaaS – Software como serviço, em livre tradução de Software as a Service, de
licença de software, por exemplo, entre muitos outros.
Para
facilitar a vida das empresas, sistemas automatizados estão disponíveis para
emissão, controle e gerenciamento da venda e compra recorrentes. A partir de
uma solução de compra e venda recorrente é possível automatizar o processo de
ponta a ponta, disponibilizando por exemplo, boletos online (pontuais ou em
forma de carnê) e envio de e-mails com alerta de vencimento. Existe ainda a
opção via cartão de crédito, que facilita a vida dos clientes, já que as
“parcelas” são descontadas mensalmente sem comprometer o limite do cartão com o
valor integral da compra.
De fato,
vale pesquisar!!!
* Claudio
Dias, formado em Matemática na FMU e Gestão Empresarial na FGV, acumula
mais de 30 anos de experiência na área de tecnologia e inovação. Foi fundador
da Gopay, e atualmente é Cofundador e sócio da Joinkey e CEO da
Pagolivre, empresa especializada em meios de pagamento e recorrência.
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