50% dos consumidores acreditam que suas finanças serão recuperadas após a pandemia, aponta pesquisa da TransUnion
Levantamento Consumer Pulse traz retrato financeiro do consumidor brasileiro durante o segundo trimestre de 2021. Perda de emprego, redução salarial e diminuição na carga horária do trabalho continuaram como os maiores impactos negativos na vida financeira da população entre abril e junho deste ano
- No segundo trimestre de 2021, aproximadamente 6 de 10 brasileiros (57%) indicaram que sua renda familiar tem sido afetada negativamente pelo impacto financeiro da COVID-19, uma ligeira redução em relação ao primeiro trimestre, que foi de 59%. As famílias de baixa renda continuam como as mais atingidas;
- Dos consumidores brasileiros impactados financeiramente pela pandemia, 50% indicaram que acredita que suas finanças serão recuperadas, enquanto 27% estão inseguros ou duvidosos;
- Existe uma oportunidade de atender consumidores que não sentem que têm acesso ao crédito adequado. A maioria dos consumidores (69%) acredita que o acesso ao crédito é importante para alcançar seus objetivos financeiros, mas apenas 40% afirmaram que têm acesso suficiente;
- 73% dos Millenials, 67% dos entrevistados da Geração Z e 57% dos Baby Boomers indicam que é importante ter acesso ao crédito.
A TransUnion, companhia global de soluções de informação e insights de dados, divulga os resultados de seu estudo Consumer Pulse, realizado no segundo trimestre de 2021. O levantamento constatou que o impacto financeiro da COVID-19 ainda afeta a maioria dos consumidores brasileiros, especialmente as famílias de baixa renda. No entanto, os consumidores estão mais confiantes na recuperação da renda familiar, apesar da considerável preocupação de estar em dia com suas obrigações de crédito.
O estudo Consumer Pulse ouviu 1.059 adultos brasileiros, entre os dias 2 de junho e 7 de junho de 2021. A maioria dos entrevistados, equivalente a 57%, indicou que sua renda reduziu no segundo trimestre de 2021 devido à COVID-19, e 91% dos consumidores ouvidos expressaram preocupação com o pagamento de contas e empréstimos.
De acordo com Claudio Pasqualin, Diretor de Desenvolvimento de Negócios da TransUnion Brasil, o choque econômico causado pela pandemia continua a impactar financeiramente os consumidores brasileiros, mesmo frente a uma redução, se comparado ao primeiro trimestre. “Embora existam alguns recortes populacionais mais afetados, a exemplo de famílias de baixa renda, já vemos alguns indicadores de que a confiança do consumidor está começando a se recuperar. Com o apoio certo, os brasileiros podem experimentar uma recuperação financeira estável”, aponta.
Impacto financeiro da COVID-19 diminuiu ligeiramente, embora as famílias de baixa renda continuem bastante afetadas
A porcentagem de consumidores que relataram impacto negativo nas contas familiares apresentou uma ligeira melhora se comparado aos primeiros três meses de 2021, quando 59% das famílias relataram impacto negativo frente à pandemia. A perspectiva financeira do consumidor também melhorou. De acordo com o levantamento da TransUnion, hoje 25% dos consumidores acham que a renda familiar será impactada negativamente pela pandemia no futuro. Entre janeiro e março deste ano, a perspectiva girou em torno de 34%.
O estudo também denotou que os núcleos familiares de baixa renda ainda foram os mais afetados pela crise pandêmica, criando um cenário composto por 82% de famílias que têm renda mensal inferior a mil reais. Esse índice é significativamente mais elevado que o das famílias de classe média, com renda mensal entre R$ 5 mil e R$ 10mil (33%), e das famílias com rendas superiores a R$ 10 mil/mês (32%).
Para os consumidores brasileiros que relataram que sua renda familiar diminuiu em algum momento devido à pandemia, 50% indicaram que pensam em recuperar suas finanças, enquanto 27% não têm certeza ou duvidam da própria recuperação financeira. Apenas 14% dos entrevistados indicaram que estavam estáveis, o que significa que não houve redução no planejamento da renda familiar. Uma pequena parte dos entrevistados, classificados como resilientes (5%) , teve suas rendas reduzidas durante a pandemia, mas suas finanças agora estão recuperadas.
Os consumidores que disseram que sua renda familiar está reduzida atualmente, expressaram altos níveis de preocupação com o pagamento de contas. Segundo a pesquisa, 91% dos entrevistados relataram preocupação de pagar as contas atuais e empréstimos integralmente. Desses consumidores, mais da metade (54%) acredita não conseguir pagar pelo menos uma de suas contas atuais ou empréstimos. Essa porcentagem é maior entre as famílias de baixa renda atualmente afetadas, com 60% destas famílias prevendo que não conseguirão pagar pelo menos uma de suas contas atuais ou empréstimos na íntegra.
Os impactos financeiros negativos mais comuns continuam sendo perda de emprego, redução de salário e diminuição do horário de trabalho. De todos os consumidores pesquisados, 34% relataram que alguém em sua casa perdeu o emprego. O impacto da perda de trabalho ainda é maior entre as famílias de baixa renda, já que 49% dessa classe relatou que algum parente que mora na mesma residência perdeu o emprego. Enquanto isso, 32% de todos os consumidores relataram que alguém em sua casa teve o salário reduzido; e 22% indicaram que alguém em sua casa teve sua jornada de trabalho reduzida.
“Há uma incerteza generalizada entre os consumidores afetados sobre seu futuro financeiro, especialmente em famílias de baixa renda. É fundamental que os credores trabalhem em estreita colaboração de modo a garantir um caminho focado na estabilidade e segurança financeira e, ao mesmo tempo, na recuperação de créditos em atraso de forma sustentável”, explica Claudio Pasqualin.
Maioria dos consumidores acredita que o acesso ao crédito é importante, porém grande parte relata falta de acesso
O acesso ao crédito é visto como uma ferramenta crítica para atingir os objetivos financeiros. A maioria dos consumidores brasileiros, entrevistados para a pesquisa, reconhece isso. Segundo os dados da TransUnion, 69% de todos os consumidores pesquisados indicam que o acesso ao crédito é importante para atingir os objetivos financeiros. No entanto, apenas 40% dos consumidores relataram que atualmente têm acesso suficiente a crédito e a produtos de empréstimo. “Existe uma oportunidade clara na demanda por crédito no Brasil. As empresas podem aproveitar para reduzir desigualdades sociais ao criar produtos adaptados para cada cliente, além de auxiliar na educação financeira da população brasileira”, complementa Pasqualin.
Há uma divisão geracional em como o crédito é percebido, pois 73% dos Millennials e 67% dos entrevistados da Geração Z indicam que é importante ter acesso ao crédito, se comparados com os 57% dos Baby Boomers. Além disso, a geração dos Millennials é a que tem maior probabilidade de se candidatar a crédito durante a recuperação econômica, com 40% dos entrevistados indicando tais planos em comparação com 35% dos Baby Boomers e 30% dos respondentes da Geração X.
É importante notar que mais da metade dos consumidores brasileiros (53%) considerou solicitar um novo crédito ou refinanciar empréstimos existentes, mas no final não o fez. Entre os consumidores pesquisados que decidiram não buscar crédito ou refinanciamento, 18% acreditavam que seu pedido seria rejeitado devido ao seu histórico de crédito, enquanto 21% achavam que seriam rejeitados devido à sua renda ou status de emprego.
“O impacto financeiro negativo da crise em curso criou uma falsa falta de demanda entre os consumidores. Será especialmente importante para os negócios - principalmente os que lidam com consumidores mais jovens - adotar processos de decisão que utilizem dados complementares que permitam a análise completa destas populações”, diz o executivo.
Atividade de fraude está diminuindo, mas a ameaça permanece
No segundo trimestre de 2021 no Brasil, 18% dos consumidores relataram ter sido alvos de fraude digital durante a pandemia da Covid-19. Uma ligeira redução (3%), já que esse número foi de 21% no primeiro trimestre de 2021. Os esquemas de fraude digital mais comuns durante o período foram de cartões de crédito roubados e de cobranças fraudulentas, abrangendo 45% de todos os esquemas ilegais relatados para o estudo da TransUnion. Um aumento de 16% em relação ao primeiro trimestre de 2021.
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