Como os Fundos Imobiliários protegem o dinheiro da inflação
A maior alta dos índices inflacionários desde 2016 despertou atenção dos investidores – os FIIs ajudam a driblar perdas
A inflação fechou o ano de 2020 em 4,52% – segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), é a maior alta desde 2016, quando ficou em 6,29%. Os números do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) mostram que no último mês de dezembro, houve uma aceleração de 1,35%, algo que não acontecia desde 2003. Com efeito direto sobre a economia real, gastos com habitação, alimentação, saúde e transporte, entre outros, acabam sofrendo aumento.
Segundo Henrique Leão, supervisor de Gestão da TG Core Asset, gestora de recursos independente, os Fundos Imobiliários são uma boa escolha para quem pretende proteger o seu dinheiro do fantasma inflacionário justamente por estar vinculado à economia real. “Os FIIs, sejam eles de renda, venda ou papel, possuem imóveis como lastro final do seu patrimônio, imóveis esses que possuem contratos com reajuste inflacionário. Dessa forma, toda a receita do fundo e, consequentemente, os dividendos recebidos pelos cotistas, é diretamente impactada pela variação inflacionária”, afirma Leão.
Para o analista, 2020 deu exemplo dessa vocação dos fundos contra a corrosão do valor patrimonial dos seus cotistas. “Diversos fundos imobiliários tiveram renda acima da média pelo impacto do IGP-M, indicador de inflação que encerrou o ano na faixa de 23% e afetou contratos de aluguel e venda de imóveis. Com isso, uma considerável quantidade de fundos foi capaz de gerar dividend yield muito acima do IPCA”, explica.
Portanto, assim como ocorre com os aluguéis residenciais, os aluguéis cobrados pelos FIIs aos inquilinos dos seus imóveis são corrigidos anualmente por um índice de inflação e embora essa correção não seja mensal, o poder de compra do cotista é reposto anualmente. Para 2021, as perspectivas são de continuidade do crescimento desse segmento, já que no ano passado, segundo a B3, mais de um milhão de investidores alocaram recursos em FIIs, quase o dobro dos 630 mil de 2019.
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