Deputada pede vistas e votação de PL que regulamenta cooperação intermunicipal pela Educação é adiada
Créditos: Youtube/Câmara dos Deputados |
O Projeto de Lei 5182/2019, de autoria
da deputada federal Luisa Canziani (PTB/PR), que prevê a regulamentação do
modelo de trabalho dos Arranjos de Desenvolvimento da Educação (ADE), entrou na
pauta da Comissão de Educação para votação na quarta-feira, 4. Porém, diante do
pedido de vistas da deputada Professora Rosa Neide Sandes de Almeida (PT-MT) a votação foi adiada.
"A regulamentação do projeto que
dispõe sobre ADE é uma demanda dos próprios setores de Desenvolvimento da
Educação, que vêm fazendo um trabalho territorializado. Isso traz economicidade
e alavanca o desempenho de nossas secretarias de Educação. É preciso que
ofereçamos maior respaldo normativo, na forma dessa lei. Sua regulamentação é
necessária e conto com a sensibilidade dos parlamentares para a aprovação da
matéria", destaca a deputada Luisa Canziani.
O ADE permite que municípios com
proximidade geográfica e semelhantes características sociais se organizem em
rede para adotarem estratégias conjuntas de políticas educacionais. Como 70%
dos municípios brasileiros têm menos de 50 mil habitantes, a organização em
arranjos é vista como fundamental para que essas cidades consigam implementar
projetos educacionais e avançar na qualidade da educação. Um município de
pequeno porte não tem recursos para contratar um programa de formação
para os professores da rede básica de ensino - que, às vezes, conta com apenas
uma ou duas escolas - nem para oferecer uma nova disciplina, experimental, com
um professor especializado, que atenda os alunos uma vez por semana. Mas vários
municípios vizinhos, atuando em conjunto, têm.
“Temos diversos municípios que têm
apenas um ou dois diretores de escola, coordenadores pedagógicos, professores
de arte ou educação física, o que dificulta a formação desses profissionais. A
instituição dos ADEs é de suma importância para a realização dessas ações. Por
meio deles, os pequenos municípios podem compartilhar ações, recursos públicos,
recursos humanos e, com a aprovação do PL, até receber recursos do Ministério
da Educação (MEC) para a realização de ações regionais”, afirma o secretário
municipal de Educação de Águas Mornas (SC) e líder do ADE Granfpolis, Mário
Fernandes.
Atualmente, 225 desses municípios já
trabalham em 13 diferentes arranjos, alcançando resultados importantes como
diminuição da evasão, correção de distorção idade/série escolar, elevação dos
Índices de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), formação continuada
de professores e aprimoramento da grade curricular. Os Arranjos funcionam,
hoje, amparados por uma resolução do MEC, mas para a autora do projeto, a
institucionalização e o estímulo a essa forma de cooperação entre os
municípios, com apoio da União, para melhoria da qualidade da educação “exigem
que essas iniciativas de cooperação adquiram um grau mais elevado de
institucionalidade, garantido por lei”.
“O ADE vem permitindo aos municípios de pequeno e médio
porte combater os desafios educacionais na oferta de educação de qualidade e
com equidade. Conseguimos resolver uma série de problemas que, sozinhos, era
mais difícil e demorado, já que envolvem as ações de assessoramento técnico às
equipes pedagógicas, e formação continuada. A aprovação do PL vai permitir uma
normatização, incentivando o desenvolvimento de planos intermunicipais de
educação regional e nos permitindo expandir esse modelo colaborativo para os
demais estados e regiões do nosso país”, comenta a secretária municipal de
Educação de Açailândia (AM) e líder do ADE da região dos Açaizais, Karla
Nascimento.
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