De
olhos atentos a todas as etapas da exposição do permacultor Vinicius,
estava também o senhor Alberto Domingos. Ele é um voluntário, pai de aluno,
mas de uma escola de longe dali: da EMEB Tarsila Do Amaral, do bairro Alves
Dias. Ele veio acompanhando a diretora da unidade de ensino Leila Diniz e a
coordenadora pedagógica Daniela Goya. Essa pequena comitiva ficou sabendo
da formação e compareceu para aprender a fazer um coletor par a horta
escolar que é mantida na EMEB.
“Eu já fiz um coletor em casa, mas este aqui é bem mais sofisticado e
simples de fazer. Vim porque acho que todas as escolas da cidade deveriam
ter coletores. Deveria ser um protocolo para que todas as escolas
economizassem água pra lavar o pátio, para usar nos banheiros e para regar
e hortas. Já pensou a economia que a cidade faria com as contas de água?”,
perguntou Alberto.
A diretora Leila acrescentou: “Nossa horta é muito bonita. Foi montada
pelo Instituto e hoje fazemos a manutenção e melhorias. Acabei de construir
novos canteiros de concreto porque o uso da horta está inserido no
aprendizado e na merenda dos alunos. Agora vamos construir o coletor para
tornar a rega sustentável. Por isso trouxemos o Alberto que é um pai
participativo e está disposto a fazer a cisterna.”
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O
valor pedagógico da construção da cisterna atraiu também diretora e
vice-diretora da EMEB Celso Augusto Daniel, do bairro Cooperativa, também
em São Bernardo. A diretora Ana Célia Longo justificou o interesse: “Em
nossa escola a horta é bonita e temos espaço para o coletor. É simples de
fazer e a construção pode envolver todos os alunos. Sempre conscientizamos
nossas crianças sobre a importância da sustentabilidade e de economizar luz
e de água.” A vice-diretora, Elisete de Cássia Freitas, completou: “Vamos
fazer um coletor de 2.000 litros, como esse. E além das crianças
mobilizaremos também o pessoal do EJA (Ensino de Jovens e Adultos), que é
muito participativo e que poderá replicar esse conhecimento em casa.”
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Para
a Dra. Joyce Capelli, presidente do Instituto Melhores Dias, a
formação para construção do coletor na horta comunitária do Parque
Imigrantes revela o lado exitoso de programas sociais que atendem
interesses reais e imediatos das comunidades: “além das pessoas do entorno
da escola, o método de montagem do coletor poderá ser replicado em outras
unidades de ensino e suas comunidades. Essa é uma grande alegria para nossa
organização e para nossa patrocinadora, a AllCare, pois conseguimos
amplificar esse conhecimento, esse bem, que vai melhorar a alimentação, a
saúde e a vida de mais cidadãos e vai ajudar a preservar o nosso meio
ambiente. Sempre procuramos, com nossos programas e atividades incentivar a
expansão das ações em busca da sustentabilidade. Quando isso acontece,
vemos nossa missão sendo realizada”.
Outra razão para a alegria da presidente do Instituto é
que, além do coletor de água de chuva, a horta comunitária do Parque
Imigrantes ganhou, por iniciativa exclusiva da comunidade, uma extensão
no terreno que fica do outro lado da rua, conforme relata Rosely Barreto
Hanashiro Saldanha, diretora da EMEB Paulo Morando: “Os moradores já deram
início a alguns canteiros numa faixa do terreno em frente à horta onde
alguns indivíduos jogavam lixo. De forma improvisada, mas caprichada, eles
fizeram uma cerquinha e até um portão para proteger os canteiros. O pessoal
respeita quando vê coisas bonitas sendo feitas.”
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