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Horta Comunitária do Parque Imigrantes ganha coletor de água de chuvas de 2 mil litros

Instalação do coletor foi também uma formação sobre como ele pode ser feito em outros locais

A Horta Comunitária do Parque Imigrantes, em São Bernardo do Campo, montada pelo Instituto Melhores Dias com parceria da administradora de planos de saúde AllCare e apoio do governo local, ganhou, no dia 29 de julho, um coletor de água de chuvas com capacidade de armazenar 2.000 litros. A meta é tornar a rega da plantação totalmente sustentável, utilizando apenas água coletada das precipitações.

Palestrante Vinícius é do grupo Permacultores Urbanos, parceiro do Instituto Melhores Dias


A instalação do coletor foi também uma formação sobre como ele deve ser feito: Vinícius Pereira, responsável pela construção da cisterna, explicou todas as etapas para os moradores do entorno, para os funcionários da EMEB (Escola Municipal de Ensino Básico) Paulo Morando que cedeu o terreno para horta e para diretores e voluntários de outras escolas de São Bernardo, que vieram aprender como fazer coletores.

Vinícius é do grupo Permacultores Urbanos, parceiro do Instituto Melhores Dias. Ele explicou que permacultra visa buscar conhecimentos da agricultura tradicional, ancestral, para aplica-la nos dias de hoje, buscando sustentabilidade e integração com o meio ambiente.

Comunidade e convidados se envolveram nas etapas da montagem

Os moradores consideraram fundamental o aprendizado tanto para reduzir o consumo como também para economizar na conta de água. Edna Maria Ferreira dos Santos, vizinha da horta e voluntária em sua manutenção, compareceu e disse que irá implementar na sua casa os aprendizados adquiridos na formação.

Ela falou: “Já tenho em casa tambores de 200 e de 300 litros onde recolho a água da chuva que cai da calha e do telhado. Mas não é uma coleta organizada. A água fica muito suja, mesmo com panos que coloco pra tentar filtrar e que não dão conta. Com a formação de hoje, vou melhorar a coleta, filtrar melhor, colocar uma torneira nos meus coletores e usar a água ainda pra mais coisas. A conta de água vai diminuir ainda mais!”

Edna Maria Ferreira dos Santos, participou da montagem para reproduzir o que aprendeu em casa

Rosely Barreto Hanashiro Saldanha, diretora da EMEB Paulo Morando também ajudou na instalação

De olhos atentos a todas as etapas da exposição do permacultor Vinicius, estava também o senhor Alberto Domingos. Ele é um voluntário, pai de aluno, mas de uma escola de longe dali: da EMEB Tarsila Do Amaral, do bairro Alves Dias. Ele veio acompanhando a diretora da unidade de ensino Leila Diniz e a coordenadora pedagógica Daniela Goya. Essa pequena comitiva ficou sabendo da formação e compareceu para aprender a fazer um coletor par a horta escolar que é mantida na EMEB.

“Eu já fiz um coletor em casa, mas este aqui é bem mais sofisticado e simples de fazer. Vim porque acho que todas as escolas da cidade deveriam ter coletores. Deveria ser um protocolo para que todas as escolas economizassem água pra lavar o pátio, para usar nos banheiros e para regar e hortas. Já pensou a economia que a cidade faria com as contas de água?”, perguntou Alberto.

A diretora Leila acrescentou: “Nossa horta é muito bonita. Foi montada pelo Instituto e hoje fazemos a manutenção e melhorias. Acabei de construir novos canteiros de concreto porque o uso da horta está inserido no aprendizado e na merenda dos alunos. Agora vamos construir o coletor para tornar a rega sustentável. Por isso trouxemos o Alberto que é um pai participativo e está disposto a fazer a cisterna.”

Além da parte prática houve informações teóricas e dicas para fazer coletores caseiros

O valor pedagógico da construção da cisterna atraiu também diretora e vice-diretora da EMEB Celso Augusto Daniel, do bairro Cooperativa, também em São Bernardo. A diretora Ana Célia Longo justificou o interesse: “Em nossa escola a horta é bonita e temos espaço para o coletor. É simples de fazer e a construção pode envolver todos os alunos. Sempre conscientizamos nossas crianças sobre a importância da sustentabilidade e de economizar luz e de água.” A vice-diretora, Elisete de Cássia Freitas, completou: “Vamos fazer um coletor de 2.000 litros, como esse. E além das crianças mobilizaremos também o pessoal do EJA (Ensino de Jovens e Adultos), que é muito participativo e que poderá replicar esse conhecimento em casa.”

O coletor fornecerá água para rega da plantação comunitária do Parque Imigrantes

Para a Dra. Joyce Capelli, presidente do Instituto Melhores Dias, a formação para construção do coletor na horta comunitária do Parque Imigrantes revela o lado exitoso de programas sociais que atendem interesses reais e imediatos das comunidades: “além das pessoas do entorno da escola, o método de montagem do coletor poderá ser replicado em outras unidades de ensino e suas comunidades. Essa é uma grande alegria para nossa organização e para nossa patrocinadora, a AllCare, pois conseguimos amplificar esse conhecimento, esse bem, que vai melhorar a alimentação, a saúde e a vida de mais cidadãos e vai ajudar a preservar o nosso meio ambiente. Sempre procuramos, com nossos programas e atividades incentivar a expansão das ações em busca da sustentabilidade. Quando isso acontece, vemos nossa missão sendo realizada”.


Outra razão para a alegria da presidente do Instituto é que, além do coletor de água de chuva, a horta comunitária do Parque Imigrantes ganhou, por iniciativa exclusiva da comunidade, uma extensão no terreno que fica do outro lado da rua, conforme relata Rosely Barreto Hanashiro Saldanha, diretora da EMEB Paulo Morando: “Os moradores já deram início a alguns canteiros numa faixa do terreno em frente à horta onde alguns indivíduos jogavam lixo. De forma improvisada, mas caprichada, eles fizeram uma cerquinha e até um portão para proteger os canteiros. O pessoal respeita quando vê coisas bonitas sendo feitas.”

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