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Ingressando no maior mercado de capitais do mundo: Vantagens e desafios na jornada da listagem na NYSE

 Brazil-Florida Business Council promoveu o seminário "Listagens na NYSE: como ingressar no mercado de capitais dos EUA", no dia 26 de agosto

 

Durante o evento, foi exposto por Alexandre Ibrahim, head of International Capital Martets da NYSE, que, como a Bolsa nova-iorquina negocia títulos de grandes companhias com forte valor de mercado, isso aumenta as chances de diversificar a carteira de investimentos com empresas consolidadas internacionalmente. “Além disso, como o volume de negociação no mercado norte-americano é muito grande, há maior possibilidade de liquidez ao investidor. Isso sem contar as condições para a boa alavancagem nas operações de especulação”.   

Para tratar do tema, estiveram presentes ainda os seguintes especialistas: Manuel Garcia Diaz, sócio do escritório de advocacia Davis Polk & Wardwell; Fabio Federici, chefe do mercado de capitais de ações do Brasil do grupo financeiro multinacional Goldman Sachs; Vanessa Fiusa, advogada especialista em mercado de capitais da Mattos Filho, Veiga Filho, Marrey Jr. e Quiroga Advogados; e Andre Spolidoro, diretor financeiro da VTEX, que narrou a sua experiência frente à plataforma de comércio digital para empresas e varejistas de alto nível, líder na aceleração da transformação do comércio digital na América Latina e agora em expansão global, que começou a negociar ações na Bolsa de Valores de Nova York em 21 de julho de 2021. 

Segundo Spolidoro, a VTEX pretende utilizar os lucros líquidos desta oferta para fins corporativos gerais, “que podem incluir investimentos para o desenvolvimento de software, produtos ou tecnologias, futuras fusões e aquisições oportunas, na expansão internacional das suas operações”. 

Initial Public Offering 

Na sequência, foi a vez de Fiusa destacar que, como é o sonho de muitos empreendedores, na perspectiva de crescimento, fazerem um IPO, sigla em inglês para Initial Public Offering, ou Oferta Pública Inicial, antes de mais nada, a medida requer cuidado.  

Na prática, o IPO é um processo pelo qual uma empresa abre seu capital pela primeira vez, por meio de ações que são negociadas na bolsa de valores. Lembrando que, de acordo com a legislação brasileira, uma organização de capital aberto é aquela que pode ter seus valores mobiliários, tais como ações, debêntures e notas promissórias, negociadas de forma pública – geralmente na bolsa. “E o que as empresas brasileiras precisam fazer para chegar na NYSE do ponto de vista jurídico? A companhia brasileira não consegue fazer a listagem direta na Bolsa lá fora, então nós começamos o processo pensando como criar uma holding. Uma vez que essas empresas são repatriadas, e normalmente essa repatriação ocorre em uma jurisdição mais neutra possível do ponto de vista fiscal, é importante sempre se atentar para os efeitos tributários”. 

Segundo ela, uma vez que a abertura de capital é um compromisso estratégico que muda para sempre a forma de gestão da organização, seus controles internos e as exigências de transparência, além da preparação básica, a empresa deve estar pronta para o “lançamento dos papéis”, atendendo às novas exigências, o que pode reivindicar um novo conjunto de competências dos controles adicionais, por parte dos administradores e empregados, e de transformações do negócio.  

Dando continuidade aos aspectos jurídicos para a excelência do processo, Manuel Garcia Diaz focou sua explanação nos requisitos financeiros, para apresentação de toda documentação requerida, principalmente no que diz respeito à auditoria, atendendo o sistema americano, chamado PCAOB - Public Company Accounting Oversight Board (Conselho de Supervisão de Contabilidade de Empresas Públicas). “Esse processo leva tempo para ser implementado e é muito mais detalhado do que se fosse feito em outra jurisdição. Normalmente, as pessoas ficam preocupadas quando olham a lista de requisitos para se lançar na bolsa norte-americana”. 

Já Fabio Federici ressaltou a importância da inovação no banco Goldman Sachs, como nova política de negócios na estruturação de IPOs. Ao ser questionado por Sueli Bonaparte, presidente do Conselho da Brazil-Florida Business Council, mediadora do evento, sobre quais são os temas que os emissores brasileiros mais se preocupam quando estão se decidindo em fazer uma listagem nos Estados Unidos, ele é enfático: “As principais dúvidas dos clientes são três: o primeiro é o tamanho do IPO, uma vez que há pouco tempo era comum ver Initial Public Offering menor nos Estados Unidos; o segundo ponto é o valor-eixo; e, por fim, os investidores, uma vez que o número de investidores institucionais nos Estados Unidos é bem maior do que no Brasil”.    

Além disso, na ocasião, foi falado sobre a listagem de ações (ADRs), processo para a venda ações na bolsa de valores diretamente ao público, sem a ajuda de intermediários. “Seja por meio de uma listagem direta ou IPO, todas as empresas listadas na Bolsa de Valores estão sujeitas aos requisitos de governança aplicáveis às empresas de capital aberto”, finalizou Federici. 

Sobre o organizador

Brazil-Florida Business Council é uma associação empresarial fomentando negócios e investimentos e contribuindo para o desenvolvimento econômico e social nas duas regiões. Baseada em Tampa, foi  criada em 2014 por Sueli Bonaparte que dirigiu a Câmara de Comércio Brasil-EUA de Nova Iorque por quase duas décadas. Maiores informações: rsvp@brazilfloridabusiness.com

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