Instituto lança ação inédita de doação de materiais e dispositivos de tecnologia assistiva para pacientes acometidos pela Hanseníase no Brasil
Cerca de 600 itens serão doados para quem tem sequelas da hanseníase, doença crônica infecciosa que causa lesões neurológicas irreversíveis, principalmente nos olhos, nariz, mãos e pés
Divulgação |
Com o objetivo de oferecer melhor
qualidade de vida para pessoas que têm deficiências físicas causadas pela
hanseníase, o Instituto Aliança contra Hanseníase (AAL, na sigla em Inglês)
está lançando uma ação inédita no país: o TECHansen. A ação tem o objetivo de
doar materiais, equipamentos e dispositivos de tecnologia assistida para
pacientes que apresentam deficiências físicas e/ou alterações ocasionadas pela
hanseníase nos olhos, nariz, mãos e pés.
Com abrangência nacional e ainda em fase
piloto, o TECHansen conta com um estoque inicial de 600 itens e os primeiros
estados que irão receber as doações são Paraná e São Paulo. A ação foi
viabilizada graças a doação da artista plástica francesa Flo de Bretagne,
conhecida por suas pinturas coloridas, inspiradas na beleza da natureza e dos
animais. Além da doação, a artista também disponibilizou uma imagem de seus
trabalhos para ser utilizada na ação, que é caracterizado por uma flor, chamada
Harmonia, simbolizando a atenção integral ao paciente acometido pela
Hanseníase.
“A hanseníase está no rol de doenças
negligenciadas no país. Com tantas emergências de saúde que enfrentamos, a
doença é mais uma delas. Mas o que precisamos urgentemente considerar é que a
cada 10 pessoas diagnosticadas, teremos cinco com algum tipo de deficiência
física que necessitarão de serviços especializados”, afirma Susilene Nardi,
idealizadora e embaixadora da ação da AAL.
Para solicitar os materiais e
dispositivos disponibilizados pela AAL, é necessário que o profissional de
saúde (enfermeiro, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e ou médico) e
que, preferencialmente, esteja alocado em algum serviço público de referência e
ou de reabilitação, com demanda de atendimentos aos pacientes de hanseníase,
preencha o formulário com informações básicas sobre o diagnóstico e o
acompanhamento e, no final, assinar um termo de consentimento, disponível no
link https://www.allianceagainstleprosy.org/techansen/cadastro-de-pacientes/.
Após a análise pelo Instituto, o material será separado e enviado sem custos
para o endereço indicado no cadastro e de acordo com a disponibilidade dos
materiais.
“O objetivo da ação é beneficiar pessoas
que necessitem destes materiais e/ou dispositivos de tecnologia assistida, para
cobrir a dificuldade de compra dos materiais pelo SUS. Por ser uma ação piloto,
acreditamos que seja uma forma de observarmos que tipo de material os
profissionais de saúde irão elencar para seus pacientes e se há necessidade de
incluirmos outros que não estão na lista. O objetivo é que a ação se torne
permanente na AAL”, complementa Susilene.
Os materiais, equipamentos e dispositivos
de tecnologia assistiva disponíveis para doação são: luva térmica para cozinha,
colher de poliamida para alta temperatura, órtese de posicionamento
lumbrical,abdutor do polegar, apoio suropodálico para pé caído, adaptador
universal, fixador em tiras, fixadores em alça duplo e alça simples,
engrossador multiuso de objetos, copo de café descartável, hastes flexíveis
(cotonete), soro fisiológico em gel, tipoia para membros superiores, bucha de
silicone com suporte para sabonete, protetor ocular noturno, colírio
lubrificante, pinça de sobrancelha e óculos de sol.
A Aliança contra Hanseníase (AAL) tem a
intenção de incluir o projeto como uma ação permanente e expandir para outros
estados. Para isso, é necessário a doação de mais itens para atender todas as
regiões do país. Os interessados em realizar doações de itens, podem enviar
para o endereço Rua Pascoal Bevilacqua, 3.860, no Jardim Alto Rio Preto, em São
José do Rio Preto (SP) CEP: 15020-280. Mais informações, pelo e-mail Allianceagainstleprosy@gmail.com.
Doações em dinheiro poderão ser feitas diretamente para Alianca contra
Hanseníase, em nosso site https://doe.allianceagainstleprosy.org/.
Brasil é o segundo país com mais casos
de hanseníase no mundo
A hanseníase é uma doença crônica
infecciosa causada pela bactéria Mycobacterium
leprae, que causa inflamações nos nervos periféricos e que acomete
em especial a face (olhos e nariz), os membros superiores (mãos) e os membros
inferiores (pés).
O Brasil é o segundo país com maior
prevalência de casos da patologia no mundo, atrás apenas da Índia. De acordo
com o Boletim Epidemiológico Brasileiro sobre a Hanseníase, divulgado pelo
Ministério da Saúde, em 2019 foram diagnosticados 27.864 novos casos. Cerca de
50% dos casos de Hanseníase evoluem com algum grau de incapacidade física:
funcional ou visível. Infelizmente essa realidade está relacionada ao
diagnóstico tardio da doença.
“O Projeto TECHansen vem para somar,
para preencher uma lacuna existente em nosso sistema de saúde. Todos sabemos
que a Hanseníase pode acometer duramente um paciente, porém muito pouco se faz
para ajudar na vida diária deste doente. O Tratamento medicamentoso continua
sendo oferecido 100% pelo SUS, mas o Programa de Próteses e Órteses do
Ministério da Saúde não elenca vários materiais tão necessários para a
dignidade de vida destes doentes, que muitas vezes não conseguem segurar uma
xícara ou um barbeador. Às vezes o banho com bucha e sabonete torna-se uma luta
quando perde-se a capacidade de preensão das mãos. É com esse intuito que o
Instituto Aliança contra Hanseníase pretende efetivar esse Projeto Piloto a fim
de melhorar a qualidade de vida destes doentes”, afirma Dra. Laila de Laguiche,
médica dermatologista e presidente da AAL.
Instituto Aliança contra Hanseníase
Com sede em Curitiba (PR) e projeção
internacional, o Instituto Aliança contra Hanseníase - AAL, na sigla em inglês
(Alliance Against Leprosy), é uma associação sem fins lucrativos que une
ciência, educação e filantropia no combate à hanseníase.. O Instituto AAL foi
fundado pela dermatologista e hansenologista Dra. Laila de Laguiche,
profissional com 20 anos de experiência na área, pós-graduada em Saúde
Internacional e Doenças Tropicais pelo Instituto de Medicina Tropical da
Antuérpia (Bélgica). Já atuou como representante da regional Sul e Relações
Internacionais da Sociedade Brasileira de Hansenologia (SBH). A entidade ainda
conta com uma equipe de conselheiros formada por grandes referências em hansenologia
no Brasil e na América Latina. Mais informações, acesse www.allianceagainstleprosy.org.
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