Últimas

Internet das Coisas: máquinas e sistemas cada vez mais conectados moldam o futuro da indústria 4.0

Apesar de ainda pouco explorada no Brasil, soluções oferecidas pela IIoT já oferecem novas perspectivas para indústrias e empresas

Unsplash - Killian Cartignies

A Internet das Coisas (IoT) vem ganhando espaço no Brasil. Por meio dela, estamos mudando a maneira como nos relacionamos com nossa casa - conectando aparelhos como TVs, luzes, geladeiras e outros à internet; e nossas cidades - com frotas de transporte público conectadas e monitoradas em tempo real, por exemplo. 

Agora, a inovação também chega às empresas com a Internet das Coisas industrial (IIoT), que vai muito além dos dispositivos cotidianos utilizados por todos nós e abrange uma convergência entre tecnologia da informação (TI) e tecnologia operacional (OT), que se refere aos sistemas e dispositivos utilizados no âmbito industrial. 

A IIoT se insere no conceito de Indústria 4.0, que ainda engatinha no Brasil. De acordo com o projeto Indústria 2027, da Confederação Nacional das Indústrias (CNI), apenas 1,6% das 759 empresas brasileiras consultadas utilizavam sistemas conectados e integrados e processos inteligentes.

Apesar de sua pouca utilização, o setor está em crescimento e os benefícios são muitos. Com a aplicação da IIoT, as indústrias têm acesso a sistemas mais integrados e automatizados, permitindo o monitoramento de toda a infraestrutura de operação. A economia de recursos também é alta: de acordo com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), a aplicação em larga escala de elementos da Indústria 4.0 no Brasil geraria uma economia de  R$ 73 bilhões por ano.  

Dentre as principais vantagens da aplicação da IIot, estão:

  • melhoria dos níveis de segurança da indústria;
  • aumento da eficácia energética;
  • manutenção preditiva;
  • decisões rápidas e objetivas. 

A partir da expansão da IIoT, assim, a tendência é que tenhamos não apenas casas e cidades, mas também máquinas e indústrias cada vez mais inteligentes e independentes de intervenção humana. 

Sensores acompanham funcionalidade de máquinas 

Por meio da IIoT é possível, por exemplo, obter dados em tempo real do funcionamento de máquinas. Caso algum equipamento apresente funcionamento fora do padrão - como um aumento súbito de temperatura -, dispositivos conectados à máquina transmitem a informação em tempo real para as equipes de manutenção, que podem tomar decisões de forma mais rápida e acertada. 

É o caso do DynaLogger, sensor sem fios que monitora a vibração e temperatura de máquinas, desenvolvido pela empresa catarinense Dynamox. 

“Os sensores identificam possíveis alterações no funcionamento das máquinas e enviam os dados para uma plataforma na nuvem. A plataforma, por sua vez, gera gráficos com essas informações. Se os gráficos apontam um comportamento fora do padrão, o sistema gera alertas para o setor de manutenção”, explica Jonas Ieno, CEO da Lieno Tecnologia, empresa parceira de P&D da Dynamox.  

A utilização dos sensores permite à indústria estar sempre à frente de possíveis problemas. “Eles permitem a realização de uma manutenção preditiva, que identifica problemas potenciais antes que ocorram. Isso gera uma economia na manutenção e no gasto de pessoal, pois não há a necessidade de equipes realizando a verificação periódica das máquinas”, diz Jonas Ieno. Atualmente, os DynaLoggers são utilizados em empresas como a Vale, Mercedes e LG. 

Plataforma  monitora sistema de refrigeração em tempo real 

Um outro produto da Indústria 4.0 desenvolvido pela empresa de engenharia eletrônica Lieno Tecnologia é o Automati, plataforma utilizada, por exemplo, no Manaíra Shopping, em João Pessoa (PB). Ela monitora a temperatura, umidade e presença de fumaça no sistema de refrigeração e iluminação do shopping.  

Segundo Jonas, com essa plataforma é possível montar soluções personalizadas para praticamente qualquer aplicação de automação e monitoramento de máquinas em ambientes à distância. 

“Com o uso do sistema, o shopping tem uma economia incalculável ao evitar problemas como incêndios e curtos. Qualquer alteração de funcionalidade é transmitida rapidamente para a equipe técnica de manutenção, que pode resolver a situação antes que ocorra qualquer prejuízo”, conclui Jonas Ieno.

Nenhum comentário