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Novos hábitos de anywhereoffice impulsionam setor de cloud e ISPs brasileiros

Com a possibilidade de trabalhar em qualquer lugar, pequenos e médios provedores e serviços em nuvem tem nova fatia de mercado

Andris Bovo

O Brasil conta com mais de cinco mil pequenos e médio provedores, os ISPs, que dominam um mercado longe das grandes capitais, onde Vivo, Claro e Oi não costumam operar. Com a crescente migração dos grandes centros para pequenas cidades, a contratação dos serviços dos ISPs vem crescendo de forma exponencial. Dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e compilados pela consultoria Teleco, 41,5% dos acessos da banda larga no Brasil são feitos pelos ISPs, e esse número é ainda maior quando o recorte é sobre acesso por fibra óptica, que chega a 60% do mercado.

Previsão do IDC Predictions aponta que o mercado de cloud ainda deve crescer cerca de 46% neste ano, fator que se justifica com os modelos de empresas que optam por se manter no formato híbrido ou totalmente à distância, e isso reflete em colaboradores de diversas empresas que optam por escolher novas cidades para morar, usufruindo do benefício que as instituições que investem nas tecnologias cloud proporcionam às equipes com descentralização dos times, com acesso aos ramais, redes, mensagens instantâneas, CRMs e todas funcionalidades necessárias utilizando um smartphone, tablet ou notebook que esteja conectado à internet.

Paulo Chabbouh, CEO da L5 Networks, líder e pioneira no desenvolvimento de soluções cloud, explica que o movimento vivenciado atualmente no Brasil, de migração dos grandes centros, já era uma tendência que foi antecipada pela crise sanitária. “Estamos há mais de quinze anos desenvolvendo soluções para que empresas possam operar de qualquer lugar, com a intenção de facilitar o trabalho das pessoas, entregar mais otimização às equipes, reduzir custos e aumentar a produtividade e resultados. Infelizmente, até o ano passado, todas as nossas soluções como telefonia em nuvem, CRM, redes, eram enxergadas pelos contratantes muito mais como uma ferramenta para redução de custos do que realmente um item para melhoria dos resultados corporativos. A pandemia fez com que as empresas percebessem que quem já tinha as nossas soluções pode sair na frente, não precisando se adaptar, e passando a utilizar muito mais das funcionalidades, e quem ainda não utilizava soluções cloud, precisou se adaptar para manter os negócios funcionando. Mas o mercado está enxergando algo que já era realidade: que a tecnologia nos permite trabalhar sem fronteiras. Isso não é o futuro, é exatamente onde estamos agora”.

Mas para que essa realidade do anywhere office esteja acessível aos locais mais desejados das pessoas que estão acostumadas à qualidade dos serviços fornecidos nos grandes centros, os ISPs precisam estar preparados para uma demanda de público crítico. Para Marcelo Rodrigues, diretor comercial da MultTV, empresa especializada em compartilhamento de headend, que atua em parceria com operadoras em todo o Brasil, há uma oportunidade de crescimento aos pequenos e médios provedores com esse fluxo de migração. “Esse cliente que vem dos grandes centros está muito acostumado não apenas a ter a melhor internet, mas também a ter um atendimento de qualidade e pacote de canais por assinatura que não abre mão. Hoje, os ISPs oferecendo TV por assinatura já passam a faturar em média 60% mais e fidelizam seus clientes, principalmente esse perfil de cliente que já está em busca de uma vida mais tranquila, que nas horas vagas quer assistir um filme, ver um programa de entretenimento ou um bom telejornal. Agregar serviço, sem precisar mexer na estrutura da empresa é uma ótima forma de crescimento e temos como auxiliar nesse momento em que os ISPs estão em constante crescimento por conta do homeoffice”, finaliza.

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